quinta-feira, 28 de maio de 2015

Not peter, not pan

O dia começa,
Com ou sem você.
Com sol na janela,
Pássaros cantando.
Tudo segue em frente,
Mas não demora
Até que a sua falta me machuque.

O meu cabelo nunca esteve
Tão bagunçado.

Ontem eu precisei
De quatro travesseiros
E alguns pedaços de tecido.
Não cabia,
Não cabe ainda.

Me sinto culpada.

Não posso lidar
Com tamanhas consequências.
Quantos foram?
Eu já perdi a conta.
Todo mundo diz
Que vai se matar.

Eu preciso
Desesperadamente
Ser salva.
Nem que seja por mim mesma.

Tudo fica muito claro
Quando eu admito
Que é mera doença
Psicológica.
Eu vou na terapia
Sexta-feira.
Amanhã,
Uma da tarde.
Já perdi dois pontos
Na aula de amanhã.

Mas o que são dois pontos
Perto de perder você?

Eu me perco também
Todos os dias.

Às vezes eu tenho repulsa
Pelas flores cor-de-rosa
Da minha cortina.
Às vezes eu tenho repulsa
Pela tua imagem.

Eu me perco um pouco
Cada vez que eu me lembro
De você.
Eu me desencontro
Sempre que eu percebo
Que é sempre assim.

Eu não consigo salvar ninguém.

Nem ser salva, afinal.

É triste, meu amor.
E a vida segue.
Eu vou tentar não doer
Enquanto der.

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