Tens breve razão
Quando afirmas que não te supero
Quando te converso, reflexo
Na superfície do mar
Ainda te quero
Mesmo com tudo que me doa
Ainda te espero
Mesmo sabendo
Que faz tempo abri mão
Do perdão alheio pela alma tua
Eu te perdoo
Se me provares que acredita de fato
No que acredito mais que todo o resto
Não falo de amor, palavras fúteis, nada eterno
Falo do que existe dentro, humanidade
O que é tu e eu, a consciência
A noção clara e profunda
De ambos os lados da moeda
E mais que isso a escolha do lado certo a seguir
Se ainda não é claro,
Eu escolho viver
Eu escolhi pela primeira vez
E venho desde então todos os dias
Se tu não fores por lá,
Nós não iremos
Vou só, se for preciso
Hei de catar uns condenados no caminho
Há mais miséria nos seres que se espera
Há mais tesouro nas almas que se enxerga
Sei que em ti, ambos existem
Mas todo livre arbítrio
já distorce a minha fé inconformada
Não te sou
Há textos que não te pertencem
Há versos que me arrancaste à força
E ainda doem
Há algo por ti que não se explica ou se cura
Mas futuros não nascem disto
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