sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Vozes

A minha instabilidade e falta de autoestima são as doenças que irão me matar.

É sexta-feira, amor.
E eu me sinto tão louca.
Não sei quem sou.
Antes de dormir,
Me ouvia aos berros dentro de mim.
Dizia tantas coisas que me perdia.
Com tanto medo de ser insana,
Com tanto medo de ser instável.
Me sabendo aquela pessoa que
Num segundo agradece por toda a felicidade
E no seguinte já se acha indigna de tudo.
Eu sou louca, amor.
E é sexta-feira.
E já na terça tudo recomeça,
Como combinado.
Ontem de madrugada,
Quando me via acordada,
Novamente perto das 5,
Pensava em como me sentia um lixo.
Me olhava no espelho,
Tentava me perdoar por tudo isso.
Mas o espelho nem sempre é tão gentil.
Eu sou maluca.
Eu sou autodestrutiva
E logo, bem logo,
Vou querer me matar mais uma vez.
Amor, acordei agora,
Tentando fazer
Com que a parede me engolisse
No canto da cama,
Me perguntando quem eu sou.
Quem eu sou?
E você repetiu o meu mantra
Não codificado.
Vou morrer disso.
De instabilidade e autoestima baixa,
Talvez pelas minhas próprias mãos.
Nunca se sabe.

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