Eu quero chorar de desespero com as tuas palavras sádicas.
Os arrepios me percorrem o corpo de novo e de novo.
Eu quero brincar de cortes contigo outra vez.
Sinto que estou enlouquecendo, mas é tudo de mentirinha.
O sangue corre em mim, eu sinto sua falta.
Volta, com tua voz maliciosa e tuas preces de assassinato.
Volta, com teu pau metafórico pra me rasgar a alma.
Eu quero reconhecer a tua face demoníaca.
Quero temer novamente a tua voz e os teus fatos.
Quero desejar-te tanto que me machuque a pele só de pensar no teu corpo.
Quero o teu retorno incansável, o teu amor insensato.
Quero a crueza do teu espírito bruto.
Me perdoa.
Me perdoa, mas não antes de me castigar.
Eu tenho sido uma menina tão, tão, tão má.
Me perdoa.
Eu tenho sido fria e provocativa.
Eu quero que você se machuque.
Eu quero que você me ataque com unhas e dentes.
Eu quero me privar, quero entrar em pânico.
Quero os meus tremores de abstinência.
Quero enlouquecer outra vez.
Não me deixa enlouquecer, amor, não me deixa.
Não me deixa te trazer pro meu joguinho doentio.
Com quem eu aprendi isso?
Eu quero tanto ser domada e saciada.
Como uma maldita égua no cio.
Como uma drogada em desespero.
Volta, me dá mais uma overdose.
Me faz odiar a vida, me faz odiar todo o resto.
Me faz te odiar a ponto de querer tirar a minha vida.
Não brinca disso comigo.
De casinha cor-de-rosa, de amigos felizes para sempre.
Sem sexo, sem medo, sem paladar.
Não some de novo e de novo
Ou me fala das burocracias de sempre.
Eu quero ficar bem, ficar bem,
Quero estar saciada, sã.
Mas é impossível. Eu sou insaciável.
Desconheço a satisfação.
Eu quero de novo e de novo.
Quero que me doa tudo por dentro.
Quero sentir cada nervo meu agonizando.
Quero que você me mate de depressão.
Volta, volta, volta, volta, volta.
Tenho medo que você nunca retorne.
Tenho pavor de ser sã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário