terça-feira, 4 de agosto de 2015

Tédio

Me deixa dormir me deixa dormir
Me deixa ir, não sei por quê
Me deixa sair daqui
Não demora muito
Já canso de mim
De ter que conviver
Com a minha própria pessoa
Que tediosa sou
Já conheço todos os meus cantos
Já sei o que repelir e o que aceitar
Eu passo tanto tempo só
Que já me canso de tudo que sou
Não há mais o que explorar
E essa maldita dor de cabeça?
Excesso de celular ou escassez de sono?
E essas cicatrizes pelo corpo
Sei quantas são, onde ficam
Quase sei a história de cada uma
Eu conto muito as minhas histórias
Que tédio
Me interesso pela dor alheia
É tudo novo, interessante, especial
Mas já não quero doer coisa nenhuma
Queria um fascinado estúpido
Que viesse me tecer elogios
Queria que alguém me fodesse como se deve
E na realidade
Eu vou comer
Dormir mais umas horas de sono
Quem sabe ir ver alguém amanhã
Eu tenho que resolver a minha vida
Olhe como sou mimada
Insatisfeita com essa coisa toda
Nem os cortes, nem o álcool, nem os cigarros
Nem a depressão, nem o amor
Acho que nada mais é remédio
Que tédio,
Que inferno indolor

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