Carrego comigo
Robusta arrogância
Nutrindo-a periodicamente
Com o peso do remorso
De privilégios desperdiçados,
De dores que coleciono.
Meu mundo por vezes desaba
E já me arrasta a culpa pelo asfalto.
O reflexo de meus pulmões embaça,
Enquanto eu engulo a fumaça
De meus cigarros fálicos.
Vejo-me morta,
Braço forrado de cicatrizes,
Como fossem uma roupa que me vestisse,
Descolada,
Acostumada a este ideal
De memórias póstumas.
Cozinho, categórica,
O apego pela morte,
Para que não doa tanto quando eu desistir.
Enfim, repito,
Como num mantra ou sussurro:
"Está perto."
"Hoje não."
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