Passei a noite em claro,
Engoli um copo pequeno de café.
Com leite.
Foi suficiente.
Eu estava louca.
Sentindo a minha carne e respirando,
Como se os outros sentissem o cheiro
Da minha loucura.
Entrelaçando os dedos
Por entre os fios da nuca.
Maluca.
Era Lola.
Sente a morte iminente,
Corpos ensanguentados
De homens e moças,
Pelados.
Era Lola magoada.
Era Lola puta da vida.
Mas, com quem?
Com o quê?
Na rua parecia
Que todos podiam perceber
Como ela andava devagar,
Em provocação compulsória,
Uma possessão.
Olhares de genuíno interesse,
Flashes de dores diversas,
Concretas, boas,
Sedutoras.
Eu como sempre apavorada,
Tomada por esse ímpeto
De fazer um algo
Que por não saber
Se torna ainda pior.
Sozinha. Como sempre, sozinha.
Esperando a morte
A retardatária, cinco dias,
Esperando só.
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