quarta-feira, 2 de maio de 2018

Pregobol (ou mais um cemitério)

Uma fotografia esquálida
Carcaça da minha infância
Meu passado sujo,
Ferrugem
Um plástico verde sob cadáveres
Os pregos pretos gastos
Carimbando em minha memória
Meus muitos dias de vida
Se é que posso chamá-lo vida
Mergulho em frustrações ingênuas,
Esperança vã
Como tivesse sido sempre este chumbo
Deformando-me
Em direção ao magma
Paralisada diante da imortalidade
Se morro e descubro
Que esta existência se segue
Tenho medo da morte
Porque este é o fracasso que mais me assombra
Não poder desistir.
Sou uma resistência inconformada
Um eterno dilema
Entre ser ou não ser
Uma versão barata de hamlet
Uma cópia fajuta
Sou o desejo tolo
Insaciável
De descansar.

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