Uma fotografia esquálida
Carcaça da minha infância
Meu passado sujo,
Ferrugem
Um plástico verde sob cadáveres
Os pregos pretos gastos
Carimbando em minha memória
Meus muitos dias de vida
Se é que posso chamá-lo vida
Mergulho em frustrações ingênuas,
Esperança vã
Como tivesse sido sempre este chumbo
Deformando-me
Em direção ao magma
Paralisada diante da imortalidade
Se morro e descubro
Que esta existência se segue
Tenho medo da morte
Porque este é o fracasso que mais me assombra
Não poder desistir.
Sou uma resistência inconformada
Um eterno dilema
Entre ser ou não ser
Uma versão barata de hamlet
Uma cópia fajuta
Sou o desejo tolo
Insaciável
De descansar.
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