Pensei em fumar um ou dois cigarros (ou o suficiente para que minha compulsão se interrompesse). Decidi que não. Nada sobre ser saudável ou sobre-viver. Fui atrás de Cícero. Pensei em nós. Num nós que ainda não existe. Ainda. Como se houvesse chance, como se houvesse esperança. Em metade de um mês eu já tinha criado outro mundo. E já estou em outro. E nesse, tudo desaba. Tudo desaba em silêncio. Todas as almas são fios que se arrastam, e a melodia é o que resta. A melodia das almas, como corpos que transam quietos. Calados. Como a morte que ri muda. Como a vida que chora seca. E dentro da invenção com teu nome há inspiração. E ela mente. E gira, e corre, e cai. Se joga do precipício para cair inofensiva no mar, macio. E as manhãs amanhecem, e o mundo muda. E as estrelas se escondem no mapa todo azul do futuro que não nasce. Deitei-me na cama fria, e a solidão batucava de novo, e de novo. E dançava os dedos no ar, acompanhando a medida exata de passos para não sofrer. Para não sufocar, sorria. Sorria como quem sabe das coisas que a vida não diz. E querido, há muito a ser lido entre os versos, entre os tons, entre a noite e a luz. Tudo permanece, mesmo no vazio de acordar e esperar a hora de dormir. A essência de todo o resto é a mesma. A sua essência, eu desconheço, mas as palavras se formam sozinhas. Com ele no fundo. Me dizendo sobre um caminhão de gás que vai e vem. E a morte não vem, não vem. E a dor não vem, não vem. E nada vai, e nada vai.
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