quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Endereçada

Escrevo este texto para conversar com você.
Porque me sinto sincera hoje, e tenho quase certeza de que os dois estão mentindo.
Não quero mentir agora, não nessa noite.
Você me confunde um pouco, às vezes.
Eu estou até agora achando que eu não devo sentir falta daí.
Não é como da outra vez, em que eu me alimentava de reviver os momentos.
Não.
Dessa vez eu ajo como se todos eles nem tivessem acontecido de fato.
Sinto-me afastada de toda e qualquer realidade.
Eu acho - e gostaria de deixar um espaço para que você desacreditasse essa verdade - que você não me queria aí.
Mesmo. Sem drama, sem reclamação.
Eu voltei pro Rio com o sentimento de que o certo era eu estar aqui e não aí.
Que você estava cansado de me "tolerar".
Você voltou a fumar. Por quê?
Me incomoda a falta de compreensão que eu tenho sobre algumas atitudes suas. Posturas.
Você é incoerente.
Estamos ambos agindo e falando como se não fosse grande coisa o fim dessa viagem.
É.
Lá no fundo, é grande coisa sim. Mas a gente finge que não.
O que você quis dizer quando falou que o "quente" tava guardado em mim e podia te matar?
Eu tô fingindo que não te amo todos os dias pra não ficar triste.

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