quinta-feira, 19 de março de 2015

Amor, café, cigarros

Ato minhas mãos
E te espero seminua na janela
Pra pular assim que deres o sinal
Dá-me logo o tiro da largada

Quanto te importa a mentira
Se a alucinação é nossa?
Quem se importa com a verdade
Quando a religião escrita é a que prevalece?

Sinto-te, Arths
Queimando a minha inspiração como Marijuana
Batalha de poemas round two
Você me faz querer sair da cama

Se não és tu,
És tampouco o Chapeleiro Louco
E tampouco sou Alice
Não me incomoda o que tu és
Desde que esteja aqui, que fique claro

Não te peço o que os normais te pedem
Fode-as com amor, fuma-me com tesão
Espero de ti esta partida breve
Aposto aqui o meu pulmão direito

Para por em ordem toda falsidade que me cabe
Te devoro, absorvo,
Como esponja na primeira vez de uso

Adoro também teus lápis de cor
Que tu cravas no meu crânio, inconsequente
Como amas se o sadismo é o que reina?
Esses versos vão ser sempre incoerentes

Me oferece um café,
Que nunca o bebo
Te entrego todos os meus cigarros,
Mas não as noites de sono

Fala comigo,
Mente.
Que sou tua plantinha carnívora,
Dionéia,
A digerir toda palavra que me escreves.

Qualquer falso alerta me mata,
Sou mais frágil que qualquer outro ser,
Por ser carnívora.
Por só me alimentar de ti
(E de mentir)

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