sexta-feira, 31 de maio de 2013

Elena




       Assisti esse hoje no Unibanco Arteplex (agora Espaço Itaú de Cinema), em Botafogo. Assim que o filme começou, eu esperava que fosse poético, porém mais leve, e talvez um pouco mais feliz do que seria na verdade. E o início dá a entender que vai ser assim. Assisti sem ter a menor ideia de que era um documentário, sem saber que a história era real, e muito menos qual seria o desfecho. Fui conduzida, assim como a própria Petra (personagem, na história, e diretora do filme, na vida real), a crer e esperar que realmente acontecesse o reencontro entre ela e sua irmã, Elena. Demorei um pouco para desconfiar que não seria bem assim, e para perceber que o filme não seria bem o que eu esperava. Fui percebendo aos poucos, que a história mexia comigo de uma maneira ao mesmo tempo suave e intensa. Foi bem pessoal, na verdade. Eu poderia ter chorado bem antes da metade, mas demorei até chegar ao auge de sentimento que me permitiria transbordar. Mais ou menos pela metade, eu percebi que não conseguiria transformar em palavras o que eu fui entendendo ao longo dos acontecimentos, mas ainda sim resolvi tentar. 
       A princípio, é tudo bordado de uma melancolia escondida. Suspiros disfarçados de arte e de dança, e que no fundo são o começo de um sentimento muito grande para caber debaixo de uma fantasia tão pequena. A arte nos ensina sobre a sutileza e o exagero, e é preciso conviver entre os dois lados da balança. E pouco a pouco o exagero enjaulado vai aumentando e aumentando cada vez mais, até que Elena já não consegue mais convertê-lo em arte. E quando ela perde isso, ela desaba. E todo o exagero derrama dela, e tudo perde o sentido, porque ela aprendeu a viver nesse exagero. E nesse clima, vive a irmãzinha dela, sem entender muito, mas ainda assim consciente de que está tudo muito errado. Petra nos atravessa pela própria história, e nos mostra os acontecimentos como ela os sentiu. Depois do auge do filme, do auge da vida de Elena, e de sua irmã e mãe, o desespero vai aos poucos se transformando em poesia leve. E então, a tal melancolia do início retorna suave, e vai nos ajudando a aceitar não só a decisão de Elena de desaparecer, mas a aceitar a vida com suas reviravoltas inesperadas. E no fim, há um sentimento de paz na melancolia, que nos devolve a esperança do amor. 
      Senti no filme, que a história de Elena é uma metáfora da vida. Que os momentos de desespero são inevitáveis, mas que ainda assim, não importando o tamanho da tragédia, cabe a nós nos permitirmos filtrar de toda a tristeza, a pureza e a felicidade. Assim fez Petra. 


sexta-feira, 24 de maio de 2013

segunda-feira, 20 de maio de 2013

sábado, 18 de maio de 2013

Wall-e and Eve

Moi et toi

 



O homem que ri



Está em cartaz em alguns cinemas pelo Brasil, e faz parte do Festival Varilux de Cinema Francês. Vale muito pena assistir. É sombrio, porém sutil, e dinâmico na medida exata. Místico e romântico, e apresentado de uma maneira um tanto fora do que o cinema norte-americano nos ensinou a esperar. Maravilhoso.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Viciosamente pensante

    Ah, o êxtase. Um sentimento que não é mais que algo criado pelo cérebro. Alguns chamam de talento, outros de inteligência, e alguns de estupidez. Mas aqui dentro soa apenas como necessidade. A vida é assim, eles dizem. E eu corro. Corro para os meus cadernos e para meus gritos melódicos. Corro com minhas gargalhadas insanas, e minhas danças anômalas. Corro literalmente, ladeira abaixo. Ou me afasto aos poucos, torcendo para que ninguém perceba. Porque às vezes sei que vai doer se alguém falar comigo. Não é mais que uma bolha. E esta, criação do medo e da dor. Já não sei de onde vem a tal tristeza sem fim de que todos falam, e que eu repito cegamente. Já começo a achar natural. Será apenas humano estar triste? Será apenas humano buscar a felicidade? E o amor? O que seria o amor? Talvez seja apenas compreender essas duas necessidades básicas de alguém. Mas eu não sei o que fazer, realmente. Em relação a nada. Então por que me pedem tanto? Você fez isso, fez aquilo. Agora fique aí sozinha e espere a morte se torturando, mas não deixe ninguém ver! E não morra, não fuja. Seria muito mau da sua parte. E se eu quiser estar certa? Ah, mas eu não posso. Eu estou errada sempre. Estou errada se quero o bem de alguém, se quero o meu. Se quero que as coisas deem certo. Errada se triste ou se feliz. É meio óbvio, mas devo admitir que quem me prende mais sou eu mesma. Claro que baseada no que me disseram faz um tempo. É por esse tipo de coisa que digo que a mente é a chave de tudo. E por isso quero lidar com a mente e saber tudo que eu puder sobre ela. Mas como farei isso se estou presa às minhas próprias algemas? Dependo desses momentos de calma absurda. De exagero de sentidos seguido de uma paz preenchida. É isso ou voltar a conversar com demônios sobre quantos dias ainda vou levar para me jogar de um precipício ou cortar meus pulsos. Qual será dessa vez?

Um labirinto com vontade própria.

A Garota Ideal


      É um lindo filme.

segunda-feira, 13 de maio de 2013