sexta-feira, 28 de junho de 2013

Ou.

   O muro nasceu por si só. E cresce, engrossa, enche. O muro fica mais quente e o sol vai nos queimar. Muro vermelho vivo, e sua cor apodrece seca, com muita vitamina K. Errada. O caminho se fecha errado no labirinto. Só. Do lado de cá do muro. Te ouço e não sinto o quanto olha pra mim. Como se não o fizesse.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

terça-feira, 25 de junho de 2013

Estrangular.

- Promete que vai me matar?
- Prometo.
- Você prometeu.
- Sim.
- Então me mata.

La Belle Nymphomane Au Bois Dormant


domingo, 23 de junho de 2013

Paixões Sonoras

     Por alguma razão que eu desconheço, resolvi listar aqui minhas paixões/fantasias mais importantes, acompanhadas cada uma com sua música tema.

  1. Suh, ou Susi, a yaoista. ~ Tik Tok - Ke$ha
  2. Kon, o "hétero". ~ Yayo - Lana Del Rey
  3. Débora, a roqueira. ~ Lapada na Rachada - Saia Rodada    (Oh, lord, why?)
  4. Lei, a capricorniana comprometida. ~ Fuckin' Perfect - P!nk
  5. Douglas, o namorado. ~ ? (Interrogação ou Comofas) - Ana Cañas
  6. Lúcifer, o filho da noite. ~ Ave Lúcifer - Mutantes
  7. Miguel, o par perfeito. ~ Tchubaruba - Mallu Magalhães
  8. O assassino. Sim, só isso. ~ Forevermore - Broken Iris

Danaus Plexippus

- Oi! Bom dia! Como vai?

Ela dançou na minha frente, alegre. E eu continuava pasma. Imóvel.

- Por que você vai por aí? Aonde está indo? Vem comigo!

E ela se foi na direção contrária. Na mesma calçada que eu, porém no ar.
Não a segui. Permaneci imóvel. Ou quase. Me movia o suficiente para acompanhá-la com os olhos.

- Querida? Você não vem?

Ela deu meia-volta. Veio em minha direção. Passou por mim.

- Posso ir com você se você quiser...

Não entendi por que ela mudou de ideia. Não entendi por que ela resolveu ir por ali. Continuei imóvel.

- O dia está lindo, não está?

Sim, está. Pensei. Maravilhoso. Mas ainda não podia me mover. Acima de tudo, eu precisava continuar observando. Era como o momento de beleza mais sublime no universo. Era realmente necessário parar a vida para observá-la.

- Vamos!

Era como se ela me chamasse para ser feliz. Felicidade. Tudo cintilava ao sol. Ela dançou na minha frente e subiu.
Não a alcançava mais. Meus olhos se esforçaram para não perdê-la de vista. E ela me dizia:

- Tudo bem, você está certa! O mundo é nosso!


E foi por aí. Saiu voando.
E eu vi.
Eu vi o perigo chegando. Como uma tempestade.
Os monstros indo e vindo. Ela dançava alegre entre eles.
Adrenalina.


E então, cansaço. Talvez tristeza.

- Vou descansar agora. Você não quer vir comigo, mas está tudo bem... Está tudo bem agora.

Não.
Não!
Não...


Negação. Ela não podia morrer.
Tão calma...
Talvez a felicidade seja paz.

O mundo veio e a devorou. Os monstros. Passaram por cima e ignoraram sua importância.
Bom, eles me ignoraram também.

Eu quase fui dessa vez. Eu quase fui...

Eu continuava imóvel. Estatelada. Em choque.
O dia estava lindo. Voltei ao mundo e continuei meu caminho rumo ao nada.










terça-feira, 18 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Um dia na Terra

          
       

      Cinco horas da manhã. Em algum canto dos Estados Unidos um adolescente ainda bate-papo pelo Facebook. Ali não. Mas cadê o sol? Se a luz não está lá fora, não é hora de levantar. Mas os olhos já estão abertos, e com pouco tempo para explorar os detalhes da construção humilde. O corpo já recebeu a mensagem e já realiza pequenos movimentos, tomando forças. Está na hora. Logo, o primeiro alimento a ser ingerido do dia. Uma banana. Dessa vez, um tanto esverdeada. Não teve tempo de madurar. Um pedacinho para acalmar a menor, que acordou chorando com o movimento discreto.
       Onze horas. O sol começa a ficar cansativo. A manhã foi dedicada a semear e enterrar o projeto de raiz de algumas mudas, separadas na noite de ontem. O suor escorre calmo da testa. Uma pausa para a refeição do dia. Algumas raízes cozidas acompanhadas de couve. Uma porção pequena para cada um. É suficiente. E depois de uma hora de risos familiares e algumas trocas de olhares que se amam, está na hora de voltar. O filho mais velho também vai. As irmãs maiores já sabem o que fazer e vão lhe ensinar.
       Três da tarde. O trabalho de regar e enterrar algumas cascas e restos de alimentos como adubo é substituído pela colheita de algumas frutas que amadurecem nessa época do ano.
      Cinco e meia. Tarde ou noite? O sol diminuiu um pouco e o dia começa a se despedir. Um amigo de um campo próximo vem fazer uma visita.. Traz um violão. Ninguém sabe de onde vem o violão, mas ele é antigo. Alguns cantam e outros dançam um pouco, enquanto o sol se põe. A janta é servida. O alimento principal é um grão que nem ocidentais nem orientais consomem, e portanto não conhecem o nome. Mas a família parece gostar. O prato do visitante é um pouco mais cheio que os outros.
       Noite. Agora já escureceu. O visitante foi embora e todos se recolhem. Lá fora está frio. Noites frias aguçam o pensamento. A filha mais velha se pergunta sobre o resto do mundo. Percebe que o tempo é parado dia e noite. Pensa em um doce chamado chocolate do qual ouviu falar. Ela não sabe, mas não gostaria do sabor se experimentasse. Então, se deita e anseia por mais. Repara nos detalhes irrelevantes da parede. Talvez um dia ela saia dali. Ou não.
        Não é de todo ruim.
        Ela adormece.
        Todos dormem.




Inspirado no Projeto Hungry Planet, na família do Equador.
Seu gasto em alimentos por semana é de 32 dólares.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Luz



    Hoje a vida me trouxe flores. Margaridas, minhas preferidas, ou talvez Jasmim. Talvez seja porque eu passei perfume antes de sair. A vida me voltou cheirosa. Admito sim, que chorei. Chorei e cheguei ao fundo do poço. Dia longo e oscilante. Mas acho que eu mereço isso hoje. Ando tentando, sabe? Procuro a felicidade por aí. Seja no amor ou não. E hoje a vida me disse que o amor existe, e para eu não parar de procurar. Achei que tudo estava perdido. Achei que tinha me desencontrado por aí, em algum tropeço. Sempre fui boa em perder coisas. Mas também sempre fui boa em achar. Achar o que ninguém procura...
   Tentei de novo. O que eu faço, amor? Como é que eu vou lidar com a vida? Ele me mandou buscar minha felicidade. Disse que eu tinha trazido o sentido. O sentido que eu não conseguia encontrar. Siga em frente. E tudo ficou claro. Claro como um farol numa estrada à noite. E aí eu fiquei feliz. Assim, de graça. Fiquei feliz. Escrevi mais três páginas na minha agenda de bolso e fiquei chorando e rindo pelos cantos. Fiquei assim, estranha... Mas um estranho bom. Como quando eu sonho.
    Que se dane o mundo, as coisas vão dar certo dessa vez. Já tenho meus fantasmas habituais para equilibrar o meu destino. E não é que eu não esteja mais procurando o que eu procurava, mas agora estou calma. Subitamente, meu desespero se dissipou. Minha ansiedade. Minha ânsia de mutilação. Talvez já seja hora de recuperar minha autoestima. Ser um pouco mais leve. Como borboletas que se camuflam entre as flores... E se perdem ao vento.
    Serei livre...

domingo, 9 de junho de 2013

Majestosa


Onde está o futuro?

Uma folha de prata. A maldita folha de prata.

Pego o papel e me vejo novamente. Todos os defeitos. Uma nitidez insuportável. Não consigo ler meus textos. Não consigo ser feliz.

Mamãe me disse que eu fui muito exagerada. Respondi. “Mamãe, não há outra maneira de ser eu mesma”.

      Minha mãe não entende a arte. Minha mãe não entende a minha arte.

A arte de fantasiar

   É incrível a minha habilidade de me ver, e ver o mundo em cada filme ao qual assisto. Entendo a vida sobre um novo olhar a cada nova história que atravesso docemente iludida. E mudam os finais, muda a esperança, e muda absolutamente tudo. E eu não mudo. Absolutamente nada. O que pensar dessa vez? Continuo essa folha a ser preenchida. Com bordas cada vez mais decoradas, em cada milímetro insignificante de suas entranhas. A cada semana, uma nova fantasia, ou talvez um reexistir. E de sonho em sonho, um dia terei a ousadia de chamar de arte essa plena inconstância que sou.

The Great Gatsby

 
    Filme do dia.O Grande Gatsby. Vou te contar, traduzir Great como Grande não foi uma boa ideia. E quem assistiu o filme entende a importância do sentido da palavra "bom". Mas sobre o filme, considero um bom filme, mas não é dos mais... Não sei. Sei que falta alguma coisa. A história não é muito surpreendente, entende? É um livro que eu leria tranquilamente, mas que terminaria como se tivesse tomado um chocolate quente. Entretenimento leve. Leve demais para ser lembrado. Mas combinou com o meu astral de hoje. O forte do filme é o visual. A sensação de estar num sonho perdido, que acaba te levando a algum sonho próprio. Ou talvez só eu tenha sentido assim. E eu tenho uma certa tendência a exagerar nas coisas. Como ele me criou reflexões, e me fez deixou com a ânsia de escrever, considero-o digno de estar aqui. Não há como falar mais. Enredo, sinopse, enfim. É um filme difícil de se falar sobre. É só uma história. Assistam. Mas não criem grandes expectativas.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Uma foto na qual eu gostaria de estar...


Felicidade.

       Não. Não é um título que me agrade muito. É meio clichê. Mas ao contrário do habitual, eu comecei a escrever esse texto ciente do tema que eu queria apresentar. Achei que esse era o momento perfeito para escrever sobre felicidade. Esse momento, ou essa linha tênue entre a frieza e a compaixão. Um amor medido, e delimitado para que me seja concedida a capacidade de ajudar. Não está tudo bem. Nunca está, na verdade. E por que não? Porque não há felicidade. E o que é felicidade, afinal?
       Decidi definir felicidade em duas palavras específicas. Paz e novidade. Se bem que essa novidade, também pode ser chamada de movimento. E alguns definiriam essas duas como equilíbrio. São coisas meio difíceis de explicar. E tem essa outra palavra também. Chama-se companhia. Acho que ela também é necessária. E nem vou falar de amor.
       Paz. Por que paz? O quê paz? Bom. Paz é um pouco sobre não ter muito com o que se preocupar. É não ver ninguém sofrendo, é não ter ninguém morrendo. É não estar em algum momento difícil da vida, ou estar sendo exigido além do humanamente suportável. Paz é conseguir fazer as coisas necessárias, e as coisas prazerosas e ainda ter tempo de dormir. Paz é saúde e equilíbrio na rotina. É pouca ansiedade e saber lidar com surpresas sem se desestruturar. Paz é ter um tempinho pra olhar o nada ou para conversar com o espelho. Paz para mim, é ter tempo de escrever. Mesmo que só dentro da cabeça.
        E a novidade? Bom. A novidade é um sinal de que sua vida existe. É adrenalina. As novidades são responsáveis pela manutenção frequente de esperança, e das atitudes. Se nada acontece, você não precisa fazer nada, e o mundo vira uma inércia de tédio. É natural que a vida tenha movimento. Mudanças. E se não há, algumas oportunidades estão escapando. É melhor correr atrás. Sem movimento, a vida não tem graça.
       
        Acho que ninguém sabe, mas outro dia eu estava escrevendo um texto sobre felicidade. Era uma redação, que a professora de redação me mandou fazer no colégio. Ela não gosta muito do fato de eu não obedecer às ordens dela. Mas eu tentei fazer, eu tentei. E no final eu acabei amassando a redação, e não tenho certeza de não tê-la jogado fora. E por quê? Porque era sobre a felicidade... E nesse dia, bom, nesse dia eu também não estava muito feliz.
       Acho, que no final, a felicidade, felicidade mesmo, não existe. Não do jeito que decoramos e redigimos ela geração por geração. Acho que felicidade é um pouquinho de cada dia. Dia sim, dia não. São momentos em que as coisas dão certo. Em que as coisas erradas simplesmente não estão na nossa cabeça, mesmo que existam, e além de calma, nós temos diversão. Talvez felicidade seja as risadas, e os sorrisos, e a sinceridade que permite que esses apareçam quando bem acharem melhor. Talvez seja só não desistir, sei lá. Talvez a felicidade seja algo que só se pode definir durante acontece, e não agora.

Comer, rezar e amar.



        Filme de hoje. Recomendo muito. É bem alto astral e relaxante. Mais um que fala sobre a felicidade. Ah, a famosa felicidade.

À Procura da Felicidade


   Esse foi o filme de ontem. Assisti de madrugada. Mas não vou falar sobre ele aqui. Não nesse post. Mas é um bom filme, e nos faz pensar. Um daqueles que nos dá um pouco de esperança na vida. Muitos dramas fazem isso. Vai ver é por isso que eu gosto tanto dos dramas. Gosto mesmo.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Falando normalmente

     Bem, acho que a poesia se foi. É de se esperar que ela retorne em algum momento. Costumava ser capaz de poetizar em qualquer situação, mas isso anda em falta. E com isso ando me questionando sobre a minha capacidade. Será que eu sirvo de alguma coisa? Agora dei pra me irritar toda vez que alguém reutiliza o adjetivo tão recorrente na minha vida. Não quero que me chamem de inteligente. Especialmente agora que sinto que a cada dia eu fico um pouco mais burra e um pouco mais inútil. Estou cansada de ouvir de todo mundo que eu posso tanto e desperdiço. Cansada de me sentir obrigada a mostrar pra alguém alguma coisa que eu nem sei se tenho mesmo. E a única coisa reconhecida que eu sabia fazer, ando sentindo que não sei mais. Escrever. Perdi as emoções textuais. O que eu faço agora? Queria mesmo era um antidepressivo, mas ninguém me permite. Triste, não? Ai, ai... Também cansei de não dizer nada. Até.