terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ficha de Cadastramento

Nome completo:
Também conhecido por:

Idade:
Data de nascimento:
Signo:

Tem alguma tatuagem?    (  )sim    (  )não

Filme preferido:
Gênero de filmes preferido:

Cantor/banda preferido/a:
Música da bad:
Música pra ser feliz:
Já foi em algum show?      (  )sim     (  )não
Se sim, de quem? (descreva a experiência do seu show mais marcante)

Lê?       (  )sim      (  )não
Se lê, que gênero de leitura*?
*HQ, revistas, e blogs também contam como leitura.
Um livro*:

Uma imagem:
Um medo:
O que te move?

Uma história marcante do passado:

Comprometido?      (  )sim       (  )não      (  )só internamente

Hobby(ies):

País:
Estado:
Cidade:

Como lidaria com uma pessoa que se corta?
O que faria se alguém tentasse se matar na sua frente?

Um objeto:
Uma planta:
Um animal:
Uma pessoa:

O pior dia da sua vida:
O melhor dia da sua vida:

Uma palavra:
Uma frase:

Rede social preferida:
Seu lugar secreto no mundo:
Válvula de escape:

Conte sobre algum sonho:
Um sentimento:
O pior sentimento:

Tem religião?       (  )sim        (  )não
Se sim, qual?

Tem alguma obsessão?      (  )sim       (  )não
Se sim, qual?

~ Essa parte da ficha é opcional ~

Já fez sexo?
Se masturba?
Se sim, com que frequência?
Já fez oral?
Já recebeu oral?
Preferência sexual:      (  )homens       (  )mulheres      (  )outros
Fetiche:
Restrições:
Tem algum parceiro sexual atualmente?
O que te atrai sexualmente?

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A mando da lua

A mando da lua,
Eu me mato,
E renasço das cinzas.
A mando da lua,
Eu busco a luz por entre a chuva,
E me sufoco de fumaça.
A mando da lua,
Eu abandono a nicotina,
E abomino o espelho.
A mando da lua,
Eu permito que me escorra
Por entre os dedos
De madrugada.
A mando da lua,
Eu me embriago,
De conformismo
E de medo.
A mando da lua,
Eu estou aqui,
Sentindo a gravidade.
Orbito, porque a lua o faz.
E namoro a maré em letras.

Poesia da morte

Que morra o meu fígado.
Que morram os meus pulmões.
Que morra o meu coração,
E também a minha traqueia.
Que morra o meu estômago
E o meu esôfago.
Que morram os meus dentes,
Os meus olhos,
O meu nariz.
Que morram os meus pés,
E os meus joelhos,
E os meus seios,
E as minhas sombrancelhas.
Que morra o meu cabelo.
Que morra a minha bexiga.
Que morra o meu útero.
Que morra o meu útero de novo.
Que morra o meu intestino.
Que morram os meus neurônios overdosados.
Que morram os meus tímpanos exaustos.
Que morram os meus dedos,
Que te tocaram.
Que morram os meus lábios.
Que morram os meus punhos,
E os meus pulsos.
Que morra a minha coluna,
E as minhas coxas gordas.
Que morram as minhas cordas vocais,
Arranhadas de escândalos.
Que morram as minhas unhas quebradiças.
Que morram os meus dedões do pé,
Que não servem para nada além de doer.
Que morra.
Que eu morra.
Que morra o meu medo.
Que morra o meu cotovelo.
Que morra a pulga,
E a orelha.
Que morram os meus pelos pubianos.
Que morra o meu pâncreas.
(Pra que que ele serve mesmo?)
Que morra o meu apêndice.
Que morram os meu ombros,
E a minha nuca,
E a minha espinha.
Que morram as minhas pontas duplas.
Que morra o meu osso quebrado que calcificou.
Que morram as minhas cicatrizes.
Que morra a minha tatuagem.
Que o sol e a lua morram.
Que morra a minha pele.
E as minhas veias,
E as minhas artérias.
Que morra a minha hemoglobina.
Que morra o meu espírito feito de carne.
Que morra o frango à milanesa.
Que morra o meu umbigo.
E o universo que gira em torno dele.
Que morra o cordão umbilical
Do futuro,
E do passado.
Que morra o tempo,
A vida,
E a hereditariedade.
Que morra o gen.
Que morra a morte.

domingo, 21 de setembro de 2014

Sobriedade gélida

Você me doi nos dias chuvosos.
E me doi nas mentiras que eu me conto.
E me faz ausente,
Em todo o sempre no qual não te encontro.

Há um vazio nas noites,
De todos os dias,
Em que acordo, e aguardo
Alguma coisa melhorar.

Há uma depressão no tédio,
Na falta de amor.
E uma dormência aqui por dentro,
Do frio.

Você diz que logo vem ao Rio,
E eu mal posso esperar,
Para me desesperar.
E me afogar em veneno.

Esse mundo pequeno,
No qual eu não te tenho,
Nem a ninguém.

Acordar
Acordar
Acordar

E esse vai-e-vem da vida,
Esses maus tratos sóbrios,
Essa constante despedida
Do que não tem valor.

Ah, meu amor.
Será que você sabe?
Será que me entende, de verdade?
Será que me perdoa, se eu for mergulhar em álcool?
E se eu morrer, será que você me aceita, mesmo livre?

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Milena

Little piece of rainy cloud,
I like you.
I like your fears,
And your tears.
I like the way you ask me for help.
But I don't actually care about you.
I don't really care about those guys that you talk about.
Except for the fact that I envy you.
I'm not jealous at all.
I don't want you.
Sometimes I just wanna be you.
I'd like to have your wishes.
Oh, dear.
I don't get you.
But it doesn't really matter.
As long as I can see you on my way.
Dude, that's okay,
Even if we are so different.
Because I'm not supposed to love you, or some.
You're just like everyone else.
Human.
And I like that.

domingo, 14 de setembro de 2014

Na beira

Meus segredos,
Nem de longe são
Tão bonitos quanto os seus.
Nem tão especiais.

Se eu soubesse realmente o que é o amor,
Me decidia de uma vez por todas
Se te amava ou não.
Parava enfim de carregar o fardo da dúvida.
De querer ou não lutar por sua alma, ou pela sua vida.
Seria feliz na paz de conseguir ir ou ficar.

Se eu pudesse não acreditar em fadas,
Viveria este mundo como é.
Me libertava.
De te admirar por dentro,
De te desejar em sonho,
De te querer perto.
Sua beleza é algo incalculável.

Amar-te
É como embarcar num trem que nunca parte.
É como me esconder atrás de placas de vidro.
É como entrar num avião, esperando mergulhar no mar.

Fugir,
É como abandonar o paraíso na beira do precipício.
É como aceitar uma morte que não chega.
É como não te amar, e ainda sim ter-te dentro de mim.

Morrer,
É a paz que mente,
É o amor pungente,
E não sofrer assim.

Entre amar, fugir e morrer,
Prefiro ficar na praia.
Esperar,
Esperar,
E esperar.

Quando passar por aqui,
Venha me dar um beijo,
Me confesse algo,
Alimente o meu talvez.

E depois se vá,
Antes que dê tempo da saudade.
Antes que eu não te queira mais,
Por te querer aqui.

Noite é noite.

Não me sinto poetiza,
Ou puta,
Ou amigável,
Ou meia,
Ou sociável,
Ou faminta,
Ou animada,
Ou deprimida,
Ou humana sequer.

É como se eu não existisse.
Porque a lua tá no céu.
Porque anoiteceu.
Porque minha cabeça doi,
E minha paciência adormeceu.

Porque acordei,
Anoitece.
E porque há estrelas,
Entristeço.
Todos os dias morrem, querido.
Toda noite eu entro em luto antecipado.

A saciedade às vezes é overdose de fartura.
A saciedade é um vômito mascarado de felicidade.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Odeio você

Você veio outra vez tentar me salvar,
E foi então que eu percebi
Que eu quero estar aqui.
Que a tristeza é o meu lar.

E de fato,
Apesar de todas aquelas mentiras,
Bonitas,
Eu me sinto confortável
Do lado de cá.

Me sinto eu, nas sombras.
Prestes a cortar os pulsos.
Brincando com isso.
Me sinto eu.

Autêntica e macabra.
É como se eu existisse mesmo.
Por mais que eu esteja cansada,
Por mais que me atrapalhe em tudo.

É decepcionante ver todos os meus mundinhos gritando que eu sou mentirosa.
É doloroso mentir e mentir e mentir.
É doloroso mentir sobre ser feliz ao seu lado.
Ao lado de qualquer um.

Eu prefiro morrer a amar assim de novo.
Eu prefiro.
Prefiro me matar.
Preciso me cortar.
Eu quero me destruir, esse é o certo.
Por que será que ninguém entende?

Falar com você me apavora.
Eu quero sair daqui.
Quero sair sozinha.
Eu tô tão confusa, de novo.
Perdida no meu próprio texto.

E eu devia estar dormindo
Ou indo às aulas
Ou fazendo alguma coisa.

Eu odeio essa vida
Eu odeio esse mundo
Eu odeio a escola
Eu odeio você
Eu me odeio.

sábado, 6 de setembro de 2014

Desabafo de pós-surto matinal

É muito difícil pensar que de certa forma eu sou bonita sim,
Que eu posso ser uma boa pessoa, que eu posso salvar alguém.
É muito exaustivo aceitar que nem todo dia eu posso estar bem,
Mesmo que eu queira, mesmo que eu tente,
Quanto mais eu acho que não vai dar certo, menos dá.
E é bem verdade que eu estou no controle de tudo.
Deixo que a escola me devore, porque preciso disso para progredir.
Preciso aceitar que isso me importe, mas é triste que eu não saiba a medida.
É triste que eu não possa viver como algo bom.
Quando eu decido ser boa, eu me vejo frente a frente com as lacunas.
Os passos que eu pulei, as coisas que eu não fiz, tudo pesa em mim.
Eu penso: é tarde demais? E se for? E isso me destroi.
Como se nenhum esforço no mundo fosse consertar meu medo.
Ou a minha irresponsabilidade, a minha ausência, o meu egoísmo.
Queria poder equilibrar. A covardia e a vontade de viver.
Queria não deixar que tudo fosse me confundindo, e me desesperando.
Queria pensar como as pessoas normais e orientadas.
"Quero. Vou me esforçar e conseguir. Agora."
"Preciso. Então vou fazer. Porque é o lógico."
Mas não.
Eu me maltrato,
Eu me mato.
E só sei pedir socorro.
Sou um bebêzinho dependente. Sempre fui.
Só sou independente pra me destruir.
E todos eles me dizem: você tem potencial, se você se esforçasse...
Me dizem que eu quero viver, e que eu me saboto.
Eu não sei o que fazer. Eu não sei.
Só precisava de um pouco de amor pra ficar calma. Só isso.
Por que é tão difícil encontrar amor no mundo?
Por que eu sinto como se fosse morrer sem isso?
Por que estou aqui numa linda manha fria e ensolarada de sábado lidando com a depressão?

Você precisa ir embora, amiga. Você precisa ir. Que volte daqui a outros três anos. Mas você precisa ir e me deixar viver.
Vá embora, depressão. Eu não quero morrer.
Eu quero ser feliz.
Quero passar no vestibular.
Quero passar de ano.
Quero dar orgulho pra todo mundo.
Quero que os sentimentos fiquem suaves novamente.
Quero ser livre de mim, para viver.
Para gostar da vida.
Para não morrer sofrendo.
Para não sofrer.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Há mais horizontes num pulso do que na beira do concreto.

La lune cig

Tive uma noite de paz. Talvez tenha sido pelo cigarro La Lune que eu fumei ontem. Ou pelo improvável sonho que tive essa noite. Meu coração amanheceu batendo dessa vez.

Maresia

Me observe matando-nos.
Sumindo contigo,
E comigo, como planejado.

Observe meu desespero insano
Ao deixar que o tempo,
Em detalhes sórdidos
Nos vá digerindo,
Por mera vingança.
Por um capricho suicida.

Delicie-se com minha auto-categorização de merecimento.
Consequências.
Hei de agir errado por escolha própria.
E colher frutos.

Ser indigna todos os dias.
Ser esquecida
Por você.

Abandona-me no cais do meu sacrifício estúpido,
E vai.
Mergulha,
Se afoga,
Se salva,
E nada.

Nada tem de novo no seu comportamento.
Nada tem de novo no meu.

Fico sentada na madeira.
As ondas se chocam nos meus pés
Gelados.
Pés de cadáver.
Tão visualmente idosos quanto as minhas teimosias.

Se fico só,
Somos eu e a maresia.
O reflexo do sol na superfície,
Onde por vezes se choca a minha carne em peso,
Impaciente.

Vá.
E sinta a vida como se eu não existisse.
Não me sinta,
Para que eu possa ser sua forma do outro lado,
Do outro lado do espelho.

Que se perca
No rastro incerto do vento,
O seu cheiro de sal,
E a areia que rabisca a minha pele.

Pela manhã,
Você me vê nascer em multicores.
E me ama, como se te bastasse.
E como se estivéssemos juntos
Na mesma dimensão.

Da dor e da melancolia,
Nossas almas entendem,
Por puro afobamento.
Por ansiedade de sentir um amor
Que só o tempo trás.

Somos unidos
Por um mesmo pensamento.
Impossível é a transcrição ao verbo
Da nossa vontade.
Inconformada.

Te fujo, e te pego na esquina
Cego como sempre.
Apaixonado.

E me pergunta:
- Onde é que você tava?

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Manhã chuvosa em setembro

Eu te amo e quero cortar os pulsos.
Tem tanta energia rolando aqui.
Ela não entende, ela não sente as coisas. Os sentimentos dela são superficiais, clichês.
Gosto dela por causa da sua agressividade, e é isso. Se pá porque ela insiste em falar comigo e elogiar meus textos.
Ela me diz que não sabe se expressar como eu, e eu só consigo pensar em como ela não sente as coisas que eu sinto.
Ela me acha patética por trás de tudo. Fraca. E não importa.
Na verdade importa sim porque eu detesto ser patética.
Mas agir como ela acha certo vai me tornar mais patética ainda.
Então não faz muita diferença.
Eu prefiro cortar os pulsos.
E cortar os pulsos.
E cortar os pulsos.
Eu estou apaixonada por essa fixação.
Você não aprovaria. Mas quem é você pra dizer, não é verdade?
Quantas mortes você não me provocou até aqui?
Eu te amo. E às vezes é como se isso me matasse dia sim e dia não.
Você me ama, e isso é ainda pior. O seu amor me desespera.
O seu amor me obriga a andar descalça em brasas com os olhos baixos, com medo de encontrar os seus.
Seu amor me obriga a me matar todos os dias em oferenda.
Seu amor todos os dias me traz de volta.

Poesia bege

Bom dia, vírgula da minha sobriedade.
Não.
Se a depressão é tão linda por que ser feliz?
Me conforto aqui no escuro.
Escondo a minha pele desvirginada em uma fita preta.
Por baixo intocada a minha melancolia.
Meus dias e noites brilhando sem cores acima das linhas de horizonte.
Talvez eu devesse traçar mais horizontes.
Talvez eu devesse deturpá-los, transtornar o futuro.
Talvez eu devesse andar mais vezes com a minha lâmina.

Talvez eu seja feliz cortando os pulsos pela manhã.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Iniciativa vs. Depressão

  Era uma vez uma borboleta. Como seu instinto mandava, ela colocou seus ovinhos numa folha de couve, no quintal de um avô de uma menininha de 18 anos.

  Era uma vez uma menininha. Que tinha síndrome de Peter Pan e umas esperanças estraçalhadas lá no fundo. Ela deciciu levar a folha de couve com os ovinhos para casa.

  Era uma vez lagartinhas, que eclodiram dos ovos alguns dias depois. Elas cresceram, comeram, cresceram, fizeram suas necessidades, comeram... Duas delas fizeram casulos.

   Era uma vez cinquenta e dois cadáveres de futuras borboletas num potinho sufocante e transparente. Como a sala de aula.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Suicídio no colégio

Um "amigo" meu me perguntou:
- Por que um suicídio tão doloroso?

E eu fiquei aqui me perguntando, refletindo. Por quê?
Um outro amigo meu escolheu uma morte doce. Uma morte suave. Ele quis dormir. Então por que eu prefiro a dor?

Talvez a resposta esteja na minha vontade adulterada.
Na verdadeira: eu não quero morrer.

Estava eu e uma poderosa lâmina (um deus em forma de objeto) escondidas entre quatro paredes brancas. Tremia. A morte me beijava as orelhas, respirava em mim. E eu gritava. Gritava em silêncio.

Imaginei a cena: eu ensanguentada, sendo levada para o hospital, e todos me deixando em paz, todos me dando espaço, me dando tempo.
E eu me condenava. Pelos pensamentos egocêntricos, desesperados, dramáticos. Me condenava pelo sangue desperdiçado no chão do meu delírio.
E a lâmina prateada reluzia encostando no meu braço, no meu pulso. Eu tremia e meu peito me dizia não. Você não vai se matar.

O meu capricho é simplesmente driblar tudo que o mundo me pede. Toda essa tortura, toda essa verdade. E viver de dor e amor. Porque é tudo que me faz sentido.

Eu não quero morrer. Nem me matar. Eu só quero ser amada. E parar de me desesperar, de ter medo de tudo, do mundo. De ter medo de ser só, de ser ignorada. Medo do abandono e da solidão. Tenho medo de ser ruim. E sou péssima. Insuportável. Tenho medo que descubram que eu não valho nada. E de certa forma eles sabem, porque eu nasci num mundo em que tudo é assim.

Eu devia me matar. Eu devia cortar os pulsos. E eu não sei onde fica o quê, mas não consigo tirar essa ideia da cabeça. Eu tô ficando louca.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Tatuagem insípida

A tatuagem já faz parte da minha pele,
E assim como você,
Ela não tem mais graça.
Orgasmos programados,
Meu cabelo desbotado,
Minha cara, completamente banal.

As depressões que me atormentaram
Por duas semanas inteiras,
Já não matam mais.
A lua e o sol,
E os dias e as noites
Que passam,
Insípidos.

O amor que eu te tenho
Tem sabor de soja,
É como devorar papel.
Mas eu te amo.
E isso nem de longe me basta.

Acordar todo dia pela manhã,
E me perguntar por que estou tão sozinha.
Me isolar daqueles outros,
Uns corpos vagando no intervalo.

Vir só. De volta para a maldita casa,
E o maldito quarto,
E perder uma tarde toda na maldita cama.
De madrugada pedir socorro.
Desmaiar de solidão.

Pedir que o amanhecer não amanheça.
Pedir que não haja céu, companhia, existência.
Que não hajam malditas provas,
E surtos masoquistas,
E culpa me devorando o estômago.

Pedir que não haja fome para a comida também sem sal.
Um mundo que não gira em cores,
Um canto sem melodia,
Ameaça de enxaqueca na esquina.

Tédio.
Apatia.
Melancolia.
Solidão.
Ar, estagnado.
Poluído.
Triste.
E exaustão.