quinta-feira, 27 de novembro de 2014

É ele, e faz de novo

Você é a lua
Na fase em que a minha maré sobe
E vai me afogando
Mesmo que esse sol de quarenta graus
Insista em secar tudo ao redor
Você ainda me faz afogar
Meus próprios pulmões
De um soro que só me pertence

Talvez se eu fizesse alguma ideia
Do que eu tenho
Do lugar de onde vem
Essa loucura
Talvez eu te culpasse menos

Talvez eu soubesse o que fazer
Ou para onde ir
Mas o tempo fala por si só
E ele me diz
É ele
É ele que faz tudo girar na direção oposta

É ele que polui os versos
E progressos
É ele
É ele
É ele
Que é

Culpado

E não te confio mais
Como se fosse demasiadamente sensível
Fraco
Quebradiço

Como se eu não pudesse mais sentir
Esse imenso vazio de existir
E então compartilhar
E se não for para compartilhar vazios
Por que você?

Você está sempre um patamar acima
E um patamar abaixo
Não pode porque não suporta
Não pode porque não está afim

E esse não poder te mata
Aqui dentro de mim

Odeio não ter você
Odeio esse buraco negro pra onde vai
Tudo que eu quero te dizer

Eu vou tentar de novo
E sou incorrigível

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Water

You are pure water
I'm salt
And we can make
Together
A beautiful sea

But, don't you see?
We can take a million souls
Away

Because you and me,
Together,
We are death, and life

Both sides of the same
Non existance
of god,
of love

We don't actually quite exist
Right in front of our eyes
There's nothing left
But two bodies
That still do clame for
Loneliness

As we are,
As strong as the wind
While infuriates the oceans

You are
Pure
Water

So,
I'm about to be
The wind

And we can make
A marveillous
Catastrophe

But nothing pure will be borned
If we ever decide
To finally
Be together

sábado, 22 de novembro de 2014

Sonhei que você morria essa noite

A lua está chorando no canto
E tinha um caos no meu banho hoje cedo.
Você existe,
E insiste em morrer de novo.

A lua é nova,
Perdida no negro azul do vazio,
Só.

E eu na página virada,
Abarrotada de letras estranhas,
Numa tipografia regular.

Sinto sua falta,
Mas não conta pra ninguém.
É que eu já fui sua refém por muito tempo.
Ninguém mais suporta.

Meu bem,
Eu não consigo,
Você me chamava assim,
E eu nunca consegui.

Me doi essa despedida
Que nunca cessa,
E você que nunca morre.
Mas finge que morre de novo, e de novo.
E doi de novo,
De longe,
Porque eu não quero mais doer.

Quem foi que disse que eu devia fazer certo?
Quem foi que disse que eu devia ficar perto de você?

Elena,
Sonhei contigo essa noite.
Mas num instante,
Você vira água,
Se desfaz em gotas,
Desaparece.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

perder você, vírgula

Você foi embora.
E essa não é nem de longe a morte mais horrível.
Mas doi,
Como doi
Você não me doer.

E o fato de você não machucar, me engole.
Estou num enorme estômago,
Sendo digerida em anestésico.

Como espeta perder você,
Como coça.
Mas doer, não doi.

E eu vou sem dor andando por aí.
Sem dor, sem esperança, sem vontade.
Sem coragem de viver,
Sem coragem de morrer.

E é isso.
De todas as perdas,
Até agora,
Você foi a pior.

E perder a dor,
Não é a pior morte que há.
Mas incomoda,
Ah, se incomoda...

Quarta pré feriado

Cinco Ices, 4 cigarros, e um dedo de Big Apple vomitado depois, eu continuo a me sentir absolutamente sozinha, do mesmo jeito de antes. Sem acréscimo de sentimento. Eu quero morrer, morrer, morrer. A vida é horrível. E eu nem tô tão bêbada assim.