sábado, 31 de agosto de 2013
Ela é um cadáver apodrecido dentro de mim. E quem diria que chegaria a esse ponto?
E que depois de tanto tempo eu teria medo de amar eternamente...
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Problemas.
- Oi.
- Bom dia.
- Tudo bem?
- Não.
- Que foi?
- Só pra você ficar ligado, eu tenho vários problemas.
- E quem não sabe disso?
- Bom, é que as pessoas acham que me conhecem, mas geralmente não sabem da metade. E olha que eu deixo tudo à mostra.
- E o que é que eu não sei?
- Que eu sou ninfomaníaca.
- Todo mundo sabe que você só pensa em sexo.
- Não, não. Aquilo é brincadeira, ou só eu mantendo minha reputação. A questão é mais grave que isso. Eu sou viciada.
- Ainda não me parece novidade.
- Digamos assim, eu tenho um limite de uma semana sem ser tocada. Depois disso a situação começa a ficar feia. E não tô falando simplesmente de um orgasmo. Não consigo passar uma semana sem orgasmo...
- Explique melhor.
- Eu fico estressada, triste, minha autoestima baixa, fico incomodada, infeliz. Entenda, eu pre-ci-so ser tocada, ser fodida, toda semana. Sem falta. E uma semana já é um tempo longo...
- Entendo.
- Olha, talvez você não entenda isso, mas eu nem me importo de você ficar com outras. Só preciso que esteja disponível pelo menos oitenta por cento do tempo.
- Acho que posso viver com isso.
- Não, você não pode. Mas quero você na minha cama de qualquer jeito.
- Então acho que você não tem muita escolha.
- Não, porque eu sou ninfomaníaca. Como eu disse, tenho problemas...
- Bom dia.
- Tudo bem?
- Não.
- Que foi?
- Só pra você ficar ligado, eu tenho vários problemas.
- E quem não sabe disso?
- Bom, é que as pessoas acham que me conhecem, mas geralmente não sabem da metade. E olha que eu deixo tudo à mostra.
- E o que é que eu não sei?
- Que eu sou ninfomaníaca.
- Todo mundo sabe que você só pensa em sexo.
- Não, não. Aquilo é brincadeira, ou só eu mantendo minha reputação. A questão é mais grave que isso. Eu sou viciada.
- Ainda não me parece novidade.
- Digamos assim, eu tenho um limite de uma semana sem ser tocada. Depois disso a situação começa a ficar feia. E não tô falando simplesmente de um orgasmo. Não consigo passar uma semana sem orgasmo...
- Explique melhor.
- Eu fico estressada, triste, minha autoestima baixa, fico incomodada, infeliz. Entenda, eu pre-ci-so ser tocada, ser fodida, toda semana. Sem falta. E uma semana já é um tempo longo...
- Entendo.
- Olha, talvez você não entenda isso, mas eu nem me importo de você ficar com outras. Só preciso que esteja disponível pelo menos oitenta por cento do tempo.
- Acho que posso viver com isso.
- Não, você não pode. Mas quero você na minha cama de qualquer jeito.
- Então acho que você não tem muita escolha.
- Não, porque eu sou ninfomaníaca. Como eu disse, tenho problemas...
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Tripofobia
Peito asqueroso, pele macia;
Muito nervoso, quase fobia;
De noite terror, esqueço de dia;
Eu vejo de novo, muita agonia.
Meus pelos sozinhos dançam em mim;
Socorro, socorro, eu tô pra morrer;
Meu deus, que frescura! Por que tanto assim?
Olá, terapeuta, preciso te ver.
Muito nervoso, quase fobia;
De noite terror, esqueço de dia;
Eu vejo de novo, muita agonia.
Meus pelos sozinhos dançam em mim;
Socorro, socorro, eu tô pra morrer;
Meu deus, que frescura! Por que tanto assim?
Olá, terapeuta, preciso te ver.
Lei da vida
Violetas vêm primeiro,
Mas assim não deve ser;
Não importa o que eu faça
Eu sempre vou me foder.
Mas assim não deve ser;
Não importa o que eu faça
Eu sempre vou me foder.
sábado, 24 de agosto de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
A casa que matava madres.
A primeira era conhecida como ex. Havia recentemente perdido uma cadelinha, do mesmo mal que agora a tinha, quando ela veio nos visitar. Ou despedir-se. Veio ela com um novo cachorrinho, apelidado Gigante por sua minusculeza, e este passou a residir conosco. Enquanto ele crescia em meio à fúnebre confusão, uma filha de um casamento antigo veio ouvir as últimas palavras da primeira moribunda que partiria daqui.
Já da segunda já se esperava há um bom tempo algum novo problema grave. Coração. A anterior teve câncer, e a coisa lhe tomou o corpo inteiro. Já essa estava também já sem chance, mas de um mal diferente e aleatório. Estado agravado em todos os sentidos. Quatro filhos chorosos de uma não-tão-velha dona que já não queria mais estar aqui. E então, foi-se. Eu também não estava aqui.
A pequena bola de pelo preta que festejava pelos móveis e camas do recinto amaldiçoado surgiu como notícia de morte, provavelmente no tempo exato entre estas duas mortes. E a filha só se safou porque se foi logo daqui.
Tenho novas de uma outra que está chegando aí. Que vem porque já temem que esta também seja empacotada logo, logo. Acho que só eu canso dessas morbidezas por aqui. E depois fica aquele clima eletrizante de espíritos sádicos que rondam as paredes empoeiradas. E isso fora uma outra de que tô ouvindo falar. Uma indireta que eu espero que não acabe por aqui também. Afinal, eles parecem recolher as almas das pobres. Acho que já basta. Três tá bom. Tá, eu sei que a terceira ainda não morreu, mas é de se esperar, não é?
Fora a maldita minha que fica adoecendo de graça o tempo todo. Trato-a como a um bebê. Atenta às doenças, e qualquer tipo de choro ou incômodo que ela externe. Não quero que a minha morra. Tá cedo ainda. Não mesmo. Já até sonhei com isso. Espero que por ser filha da última, ela esteja imune a esta praga. A necessito.
Já da segunda já se esperava há um bom tempo algum novo problema grave. Coração. A anterior teve câncer, e a coisa lhe tomou o corpo inteiro. Já essa estava também já sem chance, mas de um mal diferente e aleatório. Estado agravado em todos os sentidos. Quatro filhos chorosos de uma não-tão-velha dona que já não queria mais estar aqui. E então, foi-se. Eu também não estava aqui.
A pequena bola de pelo preta que festejava pelos móveis e camas do recinto amaldiçoado surgiu como notícia de morte, provavelmente no tempo exato entre estas duas mortes. E a filha só se safou porque se foi logo daqui.
Tenho novas de uma outra que está chegando aí. Que vem porque já temem que esta também seja empacotada logo, logo. Acho que só eu canso dessas morbidezas por aqui. E depois fica aquele clima eletrizante de espíritos sádicos que rondam as paredes empoeiradas. E isso fora uma outra de que tô ouvindo falar. Uma indireta que eu espero que não acabe por aqui também. Afinal, eles parecem recolher as almas das pobres. Acho que já basta. Três tá bom. Tá, eu sei que a terceira ainda não morreu, mas é de se esperar, não é?
Fora a maldita minha que fica adoecendo de graça o tempo todo. Trato-a como a um bebê. Atenta às doenças, e qualquer tipo de choro ou incômodo que ela externe. Não quero que a minha morra. Tá cedo ainda. Não mesmo. Já até sonhei com isso. Espero que por ser filha da última, ela esteja imune a esta praga. A necessito.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Irritação.
Drama, drama, drama. O relógio fazendo insistentemente esse tic-tac revoltante. Todos eles tão dormindo agora. Você não, que você tá falando com ela.
Eu tô tão irritada com o que você veio me dizer (e isso definitivamente não é algo racional), que desisti de tentar escrever um texto que não seja um puro desabafo. Direto. Cortante.
É a única maldita coisa que eu sei fazer. E me desculpe por querer mostrar isso pro mundo, ok? Desculpa se eu preciso tanto que as pessoas me amem um pouquinho mais. Aliás, desculpa por querer aumentar minha autoestima extremamente vulnerável. Desculpa se eu sou uma filha-da-puta, e desculpa por te pedir pra não se afastar dessa vez. Só porque queria que você continuasse sendo aquele que se importava comigo mais do que ninguém. Desculpa por ser uma sádica desgraçada, e uma víbora traiçoeira. E mil perdões por te desviar do caminho amoroso de fidelidade com aquela outra naja doentia.
Desculpa por não gostar quando você me critica. E por querer mentir pra minha mãe. É! Desculpa por te fazer sofrer tanto por guardar um segredo que nem te diz respeito de verdade. Desculpa por querer beber na sua frente, e por só querer transar com você no meio da rua. Desculpa por querer buscar felicidade da maneira mais errada (claro, na sua opinião). Desculpa se odeio tudo que você odeia em mim.
Quero brigar, quero brigar. Estou com raiva de você.
"Meu amor... Eu tenho ódio de você!"
Tudo bem. A dona calma veio pra me ajudar a dizer boa noite. Estou profundamente incomodada com o seu esforço pra me dizer que eu sou uma filha ruim, uma aluna ruim, uma namorada ruim, uma amiga ruim e uma pessoa ruim. Sou muito grata por isso. Especialmente agora que o meu humor estava tão melhor. Só vou ficar quietinha amanhã e tentar não arrumar muito problema pra você. Boa noite, cara. Boa noite.
Eu tô tão irritada com o que você veio me dizer (e isso definitivamente não é algo racional), que desisti de tentar escrever um texto que não seja um puro desabafo. Direto. Cortante.
É a única maldita coisa que eu sei fazer. E me desculpe por querer mostrar isso pro mundo, ok? Desculpa se eu preciso tanto que as pessoas me amem um pouquinho mais. Aliás, desculpa por querer aumentar minha autoestima extremamente vulnerável. Desculpa se eu sou uma filha-da-puta, e desculpa por te pedir pra não se afastar dessa vez. Só porque queria que você continuasse sendo aquele que se importava comigo mais do que ninguém. Desculpa por ser uma sádica desgraçada, e uma víbora traiçoeira. E mil perdões por te desviar do caminho amoroso de fidelidade com aquela outra naja doentia.
Desculpa por não gostar quando você me critica. E por querer mentir pra minha mãe. É! Desculpa por te fazer sofrer tanto por guardar um segredo que nem te diz respeito de verdade. Desculpa por querer beber na sua frente, e por só querer transar com você no meio da rua. Desculpa por querer buscar felicidade da maneira mais errada (claro, na sua opinião). Desculpa se odeio tudo que você odeia em mim.
Quero brigar, quero brigar. Estou com raiva de você.
"Meu amor... Eu tenho ódio de você!"
Tudo bem. A dona calma veio pra me ajudar a dizer boa noite. Estou profundamente incomodada com o seu esforço pra me dizer que eu sou uma filha ruim, uma aluna ruim, uma namorada ruim, uma amiga ruim e uma pessoa ruim. Sou muito grata por isso. Especialmente agora que o meu humor estava tão melhor. Só vou ficar quietinha amanhã e tentar não arrumar muito problema pra você. Boa noite, cara. Boa noite.
Você sabe das aleatoriedades
Você sabe que eu preciso de sexo pra sobreviver. De sexo e de mimo. Você sabe que eu preciso de atenção e de carinho. E de comida. Eu preciso de muita comida. E quem sabe uma pitada de exercício bem discreta, só pra não morrer. Ah, você sabe que eu preciso que tu faça minhas vontades. Que me diga sempre sim, e só me diga não quando eu pedir pra não ser mais feliz. Você sabe que eu preciso de capricho, e que tudo seja um pouco triste, só de vez em quando. E que eu vou te machucar quando me der na telha só pra jogar na sua cara que eu sou mesmo má.
Você sabe que eu vou me fazer de vítima, enquanto eu não me fizer de puta. E que no final, quem vai sentir culpa e pena vai ser você, enquanto eu digo que me sinto muito mal. E ainda vou alegar que é tudo sinceridade, e pureza. Não é. Eu sou um monstrinho, amor. Mas dessa vez não tô dizendo porque quero que você me tenha pena; compaixão. Até porque não espero que você me leia agora. Não espero que você me leia nunca. Só tô dizendo porque tenho raiva de você. E porque eu quero mesmo ser assim tão egoísta, egocêntrica e arrogante. Dessas palavras que tem o G forte. Que soa como um vomito sobre os pés de alguém.
Te odeio toda vez que você me diz pra ficar longe. Me odeio toda vez que você ameaça chorar. Te odeio toda vez que você para pra pensar em você mesmo. Te amo quando você resolve me comer. De várias formas, mesmo. Eu só gosto de você quando você faz o que eu quero. Quero só seu corpo. E não me leia, que eu tenho esse direito de dizer a merda que eu quiser. Você vai brigar comigo de qualquer jeito, mesmo. Eu sou toda, toda errada. Minha vagina é toda errada. Minha bunda que você gostava de deixar roxa é toda errada também. E você adora. E se odeia por adorar. E aí vem brigar comigo. Para tentar ter mais confiança em mim. Admita que eu sou traiçoeira e vá. Mas me deixe ser feliz. Eu preciso matar alguém.
Você sabe que eu vou me fazer de vítima, enquanto eu não me fizer de puta. E que no final, quem vai sentir culpa e pena vai ser você, enquanto eu digo que me sinto muito mal. E ainda vou alegar que é tudo sinceridade, e pureza. Não é. Eu sou um monstrinho, amor. Mas dessa vez não tô dizendo porque quero que você me tenha pena; compaixão. Até porque não espero que você me leia agora. Não espero que você me leia nunca. Só tô dizendo porque tenho raiva de você. E porque eu quero mesmo ser assim tão egoísta, egocêntrica e arrogante. Dessas palavras que tem o G forte. Que soa como um vomito sobre os pés de alguém.
Te odeio toda vez que você me diz pra ficar longe. Me odeio toda vez que você ameaça chorar. Te odeio toda vez que você para pra pensar em você mesmo. Te amo quando você resolve me comer. De várias formas, mesmo. Eu só gosto de você quando você faz o que eu quero. Quero só seu corpo. E não me leia, que eu tenho esse direito de dizer a merda que eu quiser. Você vai brigar comigo de qualquer jeito, mesmo. Eu sou toda, toda errada. Minha vagina é toda errada. Minha bunda que você gostava de deixar roxa é toda errada também. E você adora. E se odeia por adorar. E aí vem brigar comigo. Para tentar ter mais confiança em mim. Admita que eu sou traiçoeira e vá. Mas me deixe ser feliz. Eu preciso matar alguém.
Sepultura
Vi-me presa em ti. Sufocada. A deteriorar-me ao passo que aranhas povoam o canto. Masoquismo querer ser assim tão sua e intocada. Achar teu cheiro tão vulgar e preferir senti-lo até que já não possa respirar de tanto pó. Vi-me seca, abandonada, amordaçada pelo seu maldito amor. Fugi pra mim mesma e suicidei. Suja e vazia. Fruto deste tão mais puro amor.
Pedido.
Soprei a vela fina e pensei um tanto desabitada de especificidade. Sussurrei sem quase mover meus lábios pintados. Desejei. Eu queria você e isso estava bem na minha testa, bem na minha coxa. Isso estava no meu salto alto e na minha meia-calça preta. E eu ainda não entendo por que você me é tão necessário. Não há maneira de o querer sem ser quem você quer que eu seja. E sendo quem você quer que eu seja, uma hora você há de estar insatisfeito com a minha deficiência a respeito da fidelidade.
Sou o corpo negro.
Sou o olhar macio, e o lábio divertidamente ousado. Sou o inesperado conhecido.
E você me quer. Talvez por conta do feitiço nunca antes concluído. Ou talvez
nunca notado. O fogo apagou rápido e eu fui tão decidida que não tive tempo de
memorizar as exatas palavras do que eu não havia dito. Eu sei o que eu queria.
A calda de chocolate oculta também sabe. E até a o círculo derretido que se
escorreu para dentro de mim, e de minha desabitação. Te quero em mim, mas
quente. Complacente. Saliente. Incoerente.
Te quero hoje,
agora. Lá, aqui. Te quero até durante os intervalos. Te espero. É só me dizer
que vem. E você veio. As velas não mentem, querido. E meus olhos também não.
Você sabe de onde vem a minha paz. É de onde vem a sua? Então venha cá, amor.
Sei que agora você está aqui comigo. Ora essa, é o meu aniversário!
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Desafixada.
Talvez seja efeito dessa ausência de plenitude, talvez descendência dessa minha espécie fértil, a razão de eu necessitar todos os passantes. Meu corpo apaixonado se entrega sempre a todos eles, antes mesmo que tenham a liberdade de o desejarem ou não.
Sou uma espécie de cama. Um espaço aconchegante, implicitamente inquieto, sobre o qual você pode se deitar.
Instinto engolido. Amor à deriva. Sou de todos os amantes, e ainda incompreendida. Desejada, só na ideia, e agradável como anti-gravidade. Talvez seja esse vazio que precisa ser preenchido na altura do meu útero. Talvez seja porque eu nasci mulher, e assim, nasci pra ser um outro alguém.
O fato é que eu não existo sem eles, e nunca vou existir. Porque só sou pela metade, e é só assim que eu sei ser. Vivo por aí, sendo todos os pedaços, e fingindo que alguém me quer.
Sou uma espécie de cama. Um espaço aconchegante, implicitamente inquieto, sobre o qual você pode se deitar.
Instinto engolido. Amor à deriva. Sou de todos os amantes, e ainda incompreendida. Desejada, só na ideia, e agradável como anti-gravidade. Talvez seja esse vazio que precisa ser preenchido na altura do meu útero. Talvez seja porque eu nasci mulher, e assim, nasci pra ser um outro alguém.
O fato é que eu não existo sem eles, e nunca vou existir. Porque só sou pela metade, e é só assim que eu sei ser. Vivo por aí, sendo todos os pedaços, e fingindo que alguém me quer.
domingo, 18 de agosto de 2013
Nosso.
Já não é segredo a ninguém que somos amantes. Nossa pouco discreta indecência é cúmplice, e todos nos observam de fora do cristal esférico. Minha infidelidade latente, ou latejante, e nossa inaptidão para abstinência. Você é o amante do dia, o amante da noite. Você é a representação física de todo sexo e de todo o amor que me foi negado em noites secas. Quero que hoje você não fuja do que já não é segredo a mais ninguém. Nem mesmo a ela. Está dentro de você. Esse pequeno monstrinho plantado, esse monstrinho excitado, que não resiste à minha insaciedade. Quero que hoje você apenas finja que não tem por que fingir mais nada. Eu sou toda errada, e toda abusada, mas sou desejada, e todos sabem. Você sabe. Melhor que ninguém. Sabe que à noite é você que eu quero entre minhas pernas, na minha boca, em toda minha carne. Desconfio que eles não saibam nem de longe como é se sentir assim.
Vou te alugar por duas horas. Te tomar nos braços e te encher de ficção romântica. Nós sabemos que não é sobre isso, mesmo. Mas eu vou fingir. Vou rir como se não fosse sua. Rir como se você só fosse meu. E é realmente muito relativo isso de pertencer a alguém. Vou te tocar as mãos, os braços e a nuca. E todos vão notar mais uma vez que a cama esteve quente. E a noite foi bem longa. Inapropriada. Irrecusável.
Vou te lançar um olhar subentendido, e esperar você não dizer nada. E estará provado que a tal telepatia já não pode ser menos. Nem que eu me vá. De novo.
Não, não é segredo pra ninguém que estamos juntos. Mesmo escondidos de nós mesmos. Então por que mentir num dia tão bonito?
Vou te alugar por duas horas. Te tomar nos braços e te encher de ficção romântica. Nós sabemos que não é sobre isso, mesmo. Mas eu vou fingir. Vou rir como se não fosse sua. Rir como se você só fosse meu. E é realmente muito relativo isso de pertencer a alguém. Vou te tocar as mãos, os braços e a nuca. E todos vão notar mais uma vez que a cama esteve quente. E a noite foi bem longa. Inapropriada. Irrecusável.
Vou te lançar um olhar subentendido, e esperar você não dizer nada. E estará provado que a tal telepatia já não pode ser menos. Nem que eu me vá. De novo.
Não, não é segredo pra ninguém que estamos juntos. Mesmo escondidos de nós mesmos. Então por que mentir num dia tão bonito?
One Art - Elizabeth Bishop
One Art
"The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster,
Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.
Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.
I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.
I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
- Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster. "
- Elizabeth Bishop
sábado, 17 de agosto de 2013
Quatro amantes.
De outras noites.
O quinto amante nunca tinha tocado ninguém. Mas se parecia muito com o número dois. Aliás, o número dois também não tinha tocado ninguém quando me conheceu. O amante cinco também não se despedia muito bem, e talvez também quisesse mais de mim. O amante número seis não me parecia querer muito nada. Mas gostava de conversar. Este era um tanto frio. Mas a frieza dele era tranquila. De vez em quando ele queria que eu ficasse embaixo. O amante seis nunca me comia. Mas dizia que queria. Acho que o papo do amante seis era só papo mesmo. Vai entender. Ninguém nunca entendia.
E agora restam dois amantes. O amante 7. O amante sete veio com essa ideia de números pra usar como metáfora. Ele foi quem me lembrou que certos códigos banais são muito interessantes. E podem ser muita metáfora se eu quiser. O sétimo amante, era, como o sete, singular. Era o que mais me instigava. O mais velho, e o mais obscuro dos amantes. O amante sete era o que me sufocava. De longe, nos meus sonhos, nos meus cantos, na minha cama. Esse amante era o pior de todos, e por isso eu o amava. Ele sempre sabia o que dizer, mesmo que estivesse calado. O amante número sete sumia e voltava, e me deixava só como se me quisesse morta. Voltava excitante como estava quando me deixara. O amante sete era o meu preferido. E fazia com ela, o que não fazia comigo. Alegava perigo. Talvez o excitasse ficar longe.
E por último, o amante primordial. O pioneiro, mas não o número um. Este nunca se concretizou. O amante número zero, imaculado. Talvez nunca tenha sido tão puro quanto se pintava pra mim. O amante inicial era a lua. Uma luz qualquer no meio da noite. Este voltava sempre quando queria, e me revia. Sabia que era o responsável, e assim me tinha. Ele me iniciara, sem me tocar onde os outros tocariam. Este provavelmente estaria comigo sempre, mas não a todo momento. Ele também tinha seus amantes. Este, como o início, era o fim. E portanto, não poderia ser um número, pois era cíclico e infinito.
Este último era o amante que me amava.
Três amantes, e o quarto.
Desta noite.
Enquanto eu terminava a minha terceira refeição fora de hora, o primeiro amante já tinha se despedido. Dissera que ia falar com ela, e aparentava estar ainda ali. Não dei mais atenção. Havia o amante número dois. Este a essa altura já cansado, um tanto também frustrado, ainda me queria mas preferiu ir. Este se despedia mal. De alguma forma queria algo que eu não poderia lhe dar. E foi-se ao encontro de sua esposa, como o amante um fazia. Já o amante três, a essa altura já devia estar dormindo. E olha que este era o que costumava me prolongar as noites. Mas agora ele também tinha ela. Uma nova moça para povoar seu dia vazio. Os três amantes acompanhados, e eu descansando de meu trabalho terminado. E minha refeição. O que me restava da noite antes que eu adormecesse e depois fosse ao encontro de minha quarta companhia. Engraçado que, sendo o quarto, era no quarto que ele nunca havia estado comigo. Ele só tinha estado nos meus pensamentos, só de vez em quando. E entre minhas palavras. Este era o amante que não me tocava por debaixo do tecido, nem nos pedaços de pele mais sensível. O amante número quatro dormia, e aguardava satisfeito pelo nosso encontro incomum no dia que viria logo. Eu teria poucas horas de sono até lá. Mas valia a pena. Pelo menos este era bem mais estável. E olha que eu nunca prezei pela a estabilidade de um amante. Mas ele não parecia querer ninguém. Ao menos eu poderia descansar acompanhada. Sem outras mulheres numa tarde de sábado. Poisé, logo após a sexta-feira.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Exausta de felicidade. #17
Bom, gente, é isso. Tem muita comida aqui dentro de mim, e isso é quase amor. Eu amo muito comida, sabe? E também amo ser amada. E também amo me amar. Narcisista? Ser feliz faz bem às vezes! Gente, é 17! Dezessete anos! Não que eu tenha a menor consciência do que isso significa, nem de como eu cheguei aqui tão rápido... Mas é maravilhoso! Esse momento agora é maravilhoso. Estou eufórica, mas tão eufórica que parece mesmo que meu peito vai explodir. Ou que eu vou desmaiar a qualquer instante. Estou exausta de felicidade!! Overdose de amor! E não, não é uma overdose ruim dessa vez. É estranho. Queria que todas as pessoas do mundo se sentissem como eu tô me sentindo agora pelo menos uma vez na vida. Me sinto amada. Me sinto feliz!! As pessoas se importam comigo, sabe? Me fizeram, digo, ele fez um vídeo lindo, maravilhoso, sobre mim! E um texto também! Como se eu fosse uma artista. Como se eu fosse amor, puro. Amor sublime. E me senti amada. Disse a ele que ele era minha lua, e nos amamos. Como sempre nos amamos. E amei àquele outro também. A minha tal de alma gêmea. Miguel. E meus familiares, e meu pai, e todas as pessoas que vieram falar comigo hoje. Estou eufórica ainda! Prestes a desabar. Quase não dormi! Até fiz as pazes com meu querido ex hoje. Foi um dia bom. Um dia muito bom, e nem precisou de muito. Foi só poder falar com as pessoas. Falar, comer, trocar carinhos e palavras bonitas. Nem precisou de sexo (não que eu não quisesse). Mas foi só bom, bom, e bom. E nem me dou ao trabalho de fazer isso parecer um texto bonito. Já me sinto orgulhosa o suficiente de meus textos enlameados. Sujos. E até dos doces. Hoje isso é dedicado a não só me lembrar que há felicidade, mas a contagiar qualquer um que leia esse texto. É só falar de felicidade, e felicidade. É muito bom! Amor é muito bom. De todas as maneiras.
Ei, querida! Amor existe! Amor é melhor que tristeza! Você vale a pena porque você sabe ser feliz, e eles também sabem disso. E por isso eles te amam. Querida! Você é amada. Por todos eles! Se ame!
Não terei tempo de voltar a ser eu mesma antes de desabar na cama. Não terei tempo de mudar a minha foto do facebook, ou do twitter, ou o nick já boring. Não ligo. Vou dormir feliz e exausta. Estar exausta geralmente me faz bem. Estou feliz, feliz, feliz. Boa noite. Hoje é meu aniversário! Pelo menos por mais 10 minutos!
E eu só paro quando a vela acabar de queimar!
#PUFF , explodi.
Ei, querida! Amor existe! Amor é melhor que tristeza! Você vale a pena porque você sabe ser feliz, e eles também sabem disso. E por isso eles te amam. Querida! Você é amada. Por todos eles! Se ame!
Não terei tempo de voltar a ser eu mesma antes de desabar na cama. Não terei tempo de mudar a minha foto do facebook, ou do twitter, ou o nick já boring. Não ligo. Vou dormir feliz e exausta. Estar exausta geralmente me faz bem. Estou feliz, feliz, feliz. Boa noite. Hoje é meu aniversário! Pelo menos por mais 10 minutos!
E eu só paro quando a vela acabar de queimar!
#PUFF , explodi.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Teste (2) - Que deusa você é?
Que deusa você é?
Héstia – Deusa sensitiva
As
mulheres do tipo Héstia buscam a espiritualidade e possuem uma natureza
mais intimista, sensível e não racional. São livres porque não se
prendem aos valores mundanos e se preservam. das medíocridades. No amor,
o tipo Héstia sofre quando ocorre uma separação, mas consegue ficar um
tempo consigo mesma (ao contrário dos homens que caem na gandaia ou
entram automaticamente em um novo relacionamento). Ela utiliza a solidão
e o isolamento do ninho vazio para renascer. ë difícil dar conselho a
este tipo de mulher, sábia e experiente, ou que tem o dom de tirar uma
lição das situações.
Teste - Que flor é você?
"Que flor é você?"
Orquídea
Assim
como as orquídeas, você é uma mulher única, elegante e vaidosa. Além de
prezar pela beleza e gastar horas em frente ao espelho, você gosta de
tudo aquilo que é original. Com um toque de extravagância, sempre
procura ser o centro das atenções. No amor, gosta de homens capazes de
surpreendê-la com palavras e, principalmente, com atitudes! Além de
bonito, o rapaz precisa ser tão autêntico quanto você. Cuidado somente
com o egocentrismo para não tratar as outras pessoas como se elas fossem
inferiores a você. Quando nosso ego fala mais alto, corremos o risco de
aparecer por nossos pontos negativos.
domingo, 11 de agosto de 2013
sábado, 10 de agosto de 2013
Desesperança fúnebre.
A morte é como o amor.
a gente deseja, deseja,
e nunca alcança.
;e nunca entende se é real ou não
Human. Fucking human.
Mulheres são encantadoras e mentirosas.
Víboras sádicas.
Homens são filhos da puta.
A raça humana é tão desprezível que me excita.
Gosto da podridão.
Acho que já posso ser considerada humana.
Eu escolhi ser humana.
Escolhi ser podre como o ser humano.
Compreensão dos fatos.
Não consigo não pensar em você. Você é a minha redenção. É o meu orgasmo, a minha morte, e a minha liberdade. Você tem potencial porque eu não te conheço. E assim posso manter a
imagem de assassino que criei em cima do que você mentiu pra mim. Você está tão longe que sua frieza me excita. E ainda insiste em vir me ver duas vezes ao ano, para me lembrar de que me tem. Você cumpre o seu papel insuportavelmente bem. Sou uma escrava bem treinada, mas sempre tento fugir. E não consigo. Porque tenho esperança de que você seja humano.Esqueço-me de que o ser humano não é como diz ser. É da nossa natureza fraca e desprezível deixar e retornar. É da nossa natureza promover a dúvida, e a loucura. Porque a sanidade nunca nos faz bem. Dois seres humanos numa relação sempre oscilarão entre o fraco e o forte. Meu masoquismo me força a ser a fraca. Preciso ser forte se quiser ser maltratada. Mentiras. Mentir é da natureza feminina. Submeter a nós, mulheres, é da natureza masculina. O instinto humano é fascinante. Somos todos animais.
Cega por deficiência.
De repente eu fiquei triste porque meu quarto não tem janelas. Meu quarto não tem janelas, e meus olhos não veem futuros. Não posso vigiar a rua morta, nem lembrar do homem que vai enfim romper meu maldito hímen. Tenho uma ideia vaga do que é ter um momento pleno de vida, mas não posso enxergar o amor. Talvez seja uma espécie de deficiência minha, atribuída pelo destino. Talvez essa esperança mórbida e essa fé na expectativa tola também seja resultado dessa tal deficiência. Sexta-feira é o dia triste. A solidão veio me visitar e não sabe por onde ir embora no quarto sem janelas.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Seis.
#6
O #6 só dura até amanhã. Mas eu e todos sabemos que o #6 também pode voltar algum dia. Já que, como foi constatado a vida é cíclica. O #6, como já vimos, pode ser representado de várias formas, e pode ter seus muitos significados. O #6 pode ser uma pessoa.
O #6 pode representar também a minha instabilidade. A minha obsessão com a metáfora. O #6 que só dura um dia. O #6 que representa o tempo que demora para que eu deixe de ser eu de novo. O #6 que também me lembra do medo que eu tenho da mudança, e da necessidade da mesma.
O #6 também me lembra quanto tempo você vai levar pra desaparecer de novo. Me lembra que tudo que eu sinto é passageiro, inclusive a raiva, inclusive o amor. O #6 é tão fixo, confiável e definitivo quanto o amor. O #6 é absurdamente passageiro. O #6 é só hoje. A menos que haja outro #6 de imitação ano que vem.
O #6 é como eu vou me sentir quando eu tiver o privilégio de ser especial. O #6 são os elogios. O #6 são também as críticas. O #6 é a culpa.
O #6 é uma metáfora da vida. O #6 é tão definitivo quanto um dia poderia ser. O #6 é oscilação.
O #6 sou eu.
Blank
Vim aqui escrever sobre você novamente, e novamente fugi. Apaguei tudo como não posso apagar você da memória, e tento. Você me incomoda. Fico pedindo sua morte todo dia. E todo dia peço meu estupro. Estou toda errada de novo. Não quero te chamar de querido, mas preciso. Te odeio. Espero seu substituto.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Sobre dois irmãos apaixonados.
O hímen da pobrezinha foi dilacerado tão cedo... E ela o amava como nenhum adulto seria capaz de amar. E ele a amava... Como se pode amar uma criança vulnerável e submetida. Ele era bom com ela. A machucava e acariciava. Era um bom irmão. Cuidava sempre dela e sempre brincava das brincadeiras que ela gostava. Estava sempre ali. Doía. Doía nos dois de forma diferente. Às vezes ele pensava em matá-la, como qualquer outro amante pensa de vez em quando. Não teria coragem. Especialmente quando ela saía do banho com a toalhinha de capuz e dizendo que tinha frio. Ele a abraçava e sentia o cheiro do seu shampoo da Barbie. Não podia amar ninguém mais do que a ela. Beijava sua testa e a vestia. Dilacerada e doce. Como todas as moças que valem a pena. Como todas as mulheres pelas quais morreríamos.
Ele se chamava Gabriel, e era um pouco mais velho.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
E como a lua, ela tinha suas fases... Só que eu também nunca entendi as fases da lua.
Miguel, sobre Talita.
Fui, suja.
- Vá, puta.
Os olhos dele me percorriam enojados.
- E se eu ficar? O que você vai fazer?
- Se você ficar, eu vou.
- E me deixar aqui sozinha?
- Exatamente.
- E você teria coragem?
- Claro que sim.
- Disse que não viveria sem mim.
- Eu tenho ela.
- Claro que tem. E não precisa de mais nada. Posso até me matar...
- Não faça isso.
- E por que não? Nem sei como eu vou viver longe de você. Eu nem mereço...
- Não seja tão dramática!
- Tudo bem, não serei. Rocha gélida, é como você gosta, não é? Eu sou insuportável e repulsiva. Meu calor é condenável. Sou uma puta.
- Não gosto quando você é fria, você sabe disso.
- De que me importa o que você gosta? Você nem se importa comigo!
- Eu me importo...
- Lá vem você com suas mentiras. Por que não diz logo que tem nojo de mim? Devia era me matar...
- Você me cansa.
- Enfim, uma verdade! Estou mais suja do que estava antes...
- Por quê?
- Você me despreza porque eu sou uma puta. Porque eu gosto da dor e das coisas ruins. Você me considera inferior. Você me odeia. Não sou gostosa o suficiente... Arg! Como eu odeio você!
- Eu não te odeio.
- Mas eu te odeio! E não acredito em você. Queria que você morresse. Queria te matar com minhas próprias mãos!
Minhas mãos foram por impulso autônomo ao pescoço dele. Apertaram assassinas até que eu recuperasse a minha consciência moral.
Fui embora.
Foi uma pena ele não ter morrido. Continuei ninfomaníaca e suja.
Os olhos dele me percorriam enojados.
- E se eu ficar? O que você vai fazer?
- Se você ficar, eu vou.
- E me deixar aqui sozinha?
- Exatamente.
- E você teria coragem?
- Claro que sim.
- Disse que não viveria sem mim.
- Eu tenho ela.
- Claro que tem. E não precisa de mais nada. Posso até me matar...
- Não faça isso.
- E por que não? Nem sei como eu vou viver longe de você. Eu nem mereço...
- Não seja tão dramática!
- Tudo bem, não serei. Rocha gélida, é como você gosta, não é? Eu sou insuportável e repulsiva. Meu calor é condenável. Sou uma puta.
- Não gosto quando você é fria, você sabe disso.
- De que me importa o que você gosta? Você nem se importa comigo!
- Eu me importo...
- Lá vem você com suas mentiras. Por que não diz logo que tem nojo de mim? Devia era me matar...
- Você me cansa.
- Enfim, uma verdade! Estou mais suja do que estava antes...
- Por quê?
- Você me despreza porque eu sou uma puta. Porque eu gosto da dor e das coisas ruins. Você me considera inferior. Você me odeia. Não sou gostosa o suficiente... Arg! Como eu odeio você!
- Eu não te odeio.
- Mas eu te odeio! E não acredito em você. Queria que você morresse. Queria te matar com minhas próprias mãos!
Minhas mãos foram por impulso autônomo ao pescoço dele. Apertaram assassinas até que eu recuperasse a minha consciência moral.
Fui embora.
Foi uma pena ele não ter morrido. Continuei ninfomaníaca e suja.
domingo, 4 de agosto de 2013
sábado, 3 de agosto de 2013
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Carta a Miguel n°4
O que eu queria te dizer.
Se possível, ainda hoje.
Querido Miguel, poderia chamá-lo de meu amante fixo. Os outros não são. E honestamente, não possuo nenhum carinho especial por nenhum deles, nem mesmo pelas maravilhosas mulheres. Imaculadas. Meu querido iludido, acho que eu devia te lembrar que eu não sou sua. E a cada vez que você sente minha falta, pode ter certeza, estou transando com alguém. E talvez não seja um só. Querido masoquista, eu sou uma puta. E bem mais fodida (um pouco literalmente) que você. Talvez esteja em tempo de você dar no pé. E tá pensando nisso já faz um tempo, não é? Amor, eu sou uma puta mesmo. Eu ando por aí dizendo que quero ser estuprada, e quem sabe um dia eu consigo, não é? Estou atraindo confusão, e isso não é novidade. Nunca estou fodida o suficiente. Porra, amor, eu sou uma masoquista ninfomaníaca, e o que você vai fazer a respeito? Se salva logo, tira o teu da reta. Você vai cuidar de mim se eu me machucar? Mas eu peço tanto... Você podia me quebrar todinha. Ou me matar. Me mate apaixonadamente, todas nós sonhamos com isso. Meu amor, eu ando por aí traindo todo mundo, vomitando compromissos e extraindo meu sangue. Filtrando a fumaça em meus pulmões nada novinhos. E também nos seus, amor, eu gosto disso. Sempre que te vejo sendo igual a mim, chego perto de um orgasmo emocional. Gosto de te machucar, e gosto de como se contorce quando te seguro pra te cravar as unhas, ou te estrangular. Gosto da ideia de te sufocar, e você não faz ideia. Meu anjinho, eu tenho um ódio voraz de você. Ou seria um amor agressivo? Não consigo pensar em não te machucar quando estou perto de você. A menos que já esteja me machucando, você sabe... Não é à toa que eu coloco suas mãos em meu pescoço e adoto a postura de submissa. "Por favor... Eu preciso ser machucada." Falo baixo, com a voz doce. Tão vulnerável quanto uma garotinha de 3 anos de idade. Meu amor, há algo errado. Eu sou muito errada para estar ao seu lado. Para já ter estado com você algum dia. Amor, eu sou uma puta, eu sou uma puta. Uma puta suja e deprimente. Fuja, amor. Me deixe morrer sozinha. Cortar os pulsos... Queimar a alma. Já sou toda podre amor, vá enquanto é cedo.P.S. Passarei a noite fora, e talvez toda a semana. Estarei em qualquer beco por aí. Se cuida.
Da nunca sua, intoxicada Talita.