sábado, 24 de setembro de 2022

Gasolina

Gosto de te chamar de putinha
E de quando você me pede pra gozar
Mas quando você me desobedece
Eu sinto muita vontade de te matar
Gosto de quando ele me escuta tenro
Com a voz mansa no telefone
A foto cinza
Me diz que eu vou ficar bem
Mente que me entende
Eu faço que acredito
Adoro quando ele me agride
Me ameaça morte
Um psicopata
Com a voz suave
Um veludo doce
Um vinho tinto 
Me envenenando
Amo quando meu querido
Me atende grave
Como não fosse
Um bebê macio
Deitado sob meu colo
Esperando meus tapas
Esperando meus beijos
Como não fosse um amigo
Um amor antigo
Um futuro próximo
Como eu não fosse vê-lo em um amanhã paralelo
Quando me pede sereno
Quando me pede frágil 
Um gelinho a mais
Uma faísca leve
E eu lhe dou um sustinho
Mas só deixo a vontade
Tudo isso isso é comida, pra mim
Eu digo
Tudo isso é comida
Eu te devoro inteiro, meu Bebê.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Caquinhos

Um cigarro. Um cigarro. Um cigarro. 
Toda hora esse pensamento me passa e eu tento soprá-lo tipo a fumaça burra excessiva de quando eu não trago.
O dia me pesa como chuva. 
Como uma nuvem cinza e vermelha que tentei rabiscar mas que não fez sentido. 
Um amor desigual repartido dentro de mim que de repente de um nada explode e me sufoca.
Não quero amar. Não quero falar com ninguém. Respirar me doi.
Não sei existir. 
Acho que ele não me entende.
Acho que ninguém nota que estou aqui.
Estou esperando calada que alguém perceba o incômodo da minha presença e me chute desse lugar.
Mas não calo a boca.
Movimento, sou incrível, uma estrela cadente, um raio de sol.
Eu sou o palco.
Eu detesto ser o palco.
Preciso de um drink.
Se eu beber um gole eu sei que eu vou me matar.
A vida tem sido incrível a tal ponto
que eu enxergo um futuro.
Um futuro cheio,
Parrudo,
Um velho gordo e capitalista.
Rindo da minha cara.
Eu acho que sou gordofóbica.

Espero que eles não percebam quem eu sou 
e que alguém me pegue pelo pescoço e torça até partir em dois.