terça-feira, 12 de dezembro de 2017

12/12

A bird cuts off the concrete clouds of chaos.
My solitude sticks and I stay still.
It's sure the same thick feeling,
Stiff standing sadness,
But I'm too tired to try
To kill it twice.

Another day,
Another tricky temper.
New reframed picture,
New uncertain gender
Of generic prospect,
Doomed reality.

No other pair of sick,
Deep drowned eyes.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Not anymore

Você escreveu o nome da morte no seu pulso.
Mandou que eu escrevesse o teu no meu.
A minha morte não era o que eu queria
E você sabia,
Mas o mundo era seu.
Inclusive o meu.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Ignorance - Paramore

If I'm a bad person, you don't like me
Well, I guess I'll make my own way
It's a circle, a mean cycle
I can't excite you anymore
Where's your gavel? Your jury?
What's my offense this time?
You're not a judge but if you're gonna judge me
Well sentence me to another life.

Don't wanna hear your sad songs
I don't wanna feel your pain
When you swear it's all my fault
Cause you know we're not the same
(Hey)
We're not the same
(No)
Oh, we're not the same
Yeah but we used to stick together,
We wrote our names in blood,
(Hey)
But I guess you can't accept that the change is good
It's good, it's good

Well, you treat me just like another stranger
Well, it's nice to meet you, sir
I guess I'll go,
I best be on my way out
You treat me just like another stranger
Well, it's nice to meet you, sir
I guess I'll go,
I best be on my way out

Ignorance is your new best friend,
Ignorance is your new best friend

And this is the best thing that could have happened,
Any longer and I wouldn't have made it
It's not a war, no, it's not a rapture
I'm just a person, but you can't take it
The same tricks that, that once fooled me
They won't get you anywhere
I'm not the same kid from your memory
Well, now I can fend for myself

Don't wanna hear your sad songs
I don't wanna feel your pain
When you swear it's all my fault
Cause you know we're not the same
(Hey)
We're not the same
(Hey)
Oh, we're not the same
Yeah, we used to stick together,
We wrote our names in blood,
But I guess you can't accept that the change is good
It's good, it's good

Well, you treat me just like another stranger
Well, it's nice to meet you, sir
I guess I'll go,
I best be on my way out
You treat me just like another stranger
Well, it's nice to meet you, sir
I guess I'll go,
I best be on my way out

Well, you treat me just like another stranger
Well, it's nice to meet you, sir
I guess I'll go,
I best be on my way out
You treat me just like another stranger
Well, it's nice to meet you, sir
I guess I'll go,
I best be on my way out

Ignorance is your new best friend,
Ignorance is your new best friend.
Ignorance is your new best friend,
Ignorance is your new best friend.

Well, you treat me just like another stranger
Well, it's nice to meet you, sir
I guess I'll go,
I best be on my way out
You treat me just like another stranger
Well, it's nice to meet you, sir
I guess I'll go,
I best be on my way out

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Sol

Me cala, copo cheio
Brasa tóxica
Que tenta me matar
Me isola do mundo
Que lá fora
Não tem nada para olhar

Me engole, ácido
Relembra
Que não sou nada
Que um corpo morto
É só um peso, adubo
Pra terra brotar

Me cala, verso
Me fecha os olhos perversos
Depois de desmanchar
A voz estúpida
Me expor ao ridículo
Provar que eu sou digna
Do ódio tutelar

Me mata copo
Me acaba trago
Me engole rio
Me arrasta pro fundo do mar
Pra nunca mais voltar

Me bebe, morte
Sol líquido numa mesa de bar
Que sorri entre meus dedos
E então tenta me apagar

Me cala uma última vez
Que eu não quero nunca mais viver
Não sou como vocês
Nunca vou ser

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Vegetariana

Essa tristeza específica
Que preenche meu peito
E me consola
Não quer largar de mim
E ir embora
Ela assina o nome
Na boca do meu estômago
E me queima tudo por dentro
Me mandando jejuar
Eu sou dela
Dessa tristeza com nome
Queria me despedir mas não posso
Meu espírito e olhos
São dela
Moídos, feito cadáver de boi
Feito um tempero qualquer

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

15 seconds

Às vezes tenho impulsos
Que preciso respeitar
Organizo, planejo,
Realizo
Ou desisto.
O impulso passou,
E sigo
Espero o próximo
Se manifestar

Às vezes tenho impulsos
Que preciso evitar
Desvio, barganho,
Nego,
Negocio.
O impulso lateja em mim,
Preciso morrer
Pra passar

Às vezes tenho impulsos
Que não sou capaz de identificar
Calo, pondero,
Espero,
Calculo tudo
Que eu puder na hora calcular

Às vezes tenho impulsos
Tão fugazes
Que me decidem morar

Rejeição

Algo me devora por dentro
Ignoro e calo
Mas o pesar é sonoro
Algo me grita e choro
Quero ser devorada
Até morrer

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Medo

Quando você parte meu nome ao meio
E segura meus braços,
Eu te amo.

Água, farinha e cor

Tenho braços para cercar
Todas as pessoas do mundo
Segurar firme e dizer
Chora.
Eu sinto a sua solidão.

Tenho pernas para desabar
Quando tentar fugir
Do excesso
Do caminho sem retorno
Deste verso
Tenho joelhos
Para ancorar-me ao chão

Tenho olhos para borbulharem
Saliva, para engolir o corte
Pulmões, para notificar asfixia

Tenho espírito
Para sentir-me vazia,
Insaciável
Ou plena e perpetuamente
Insuportável

Tenho comigo
A qualidade física
Da dor

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Itasaku

Tem dias em que me bate a saudade
De tudo que eu fui um dia
De quando ainda não sabia
Das consequências
Tem dias, raros dias,
Em que ainda sou sua.
Completamente sua.
Calada e distante,
Sufocante de meu próprio caos.

Tem dias em que não há nada mais
Que me contenha
Então afundo.
Mergulho na minha dor.
Mergulho no que eu tinha de você.
Aceito a morte.
Não a morte de cortar os pulsos e sumir.
A morte de existir.
De amar você.
De ter amado um dia, tanto faz.

De tudo ter acontecido
Exatamente como aconteceu.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Fetiche

Me percebi trancada
Em meu corpo
Preso no mesmo canto
Mal ocupado do sofá
No meu silêncio
De quase três da manhã
Só interrompido
Pelas respirações mais profundas
Pela contração
Que dentro de mim me obrigava
A mover-me no mesmo espaço
Pequeno, resfriado
Me percebi atada à indecisão
Uma espécie de punição
Resposta à desobediência do destino
De não ter satisfeito meus desejos
Me tornara então estátua
Cubo de gelo
Derretendo-me através do tempo
Duas horas
E minha voz já não existia
Eu queria gritar
Mas não queria
O excesso dos quadris aprisionados
Era o que dava sentido
À minha loucura
E ser apenas eu
Era existir

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Toco

Pessoas árvores
Tão enraizadas na própria morte
Que não de fato morrem
Perecem de imortalidade
Espírito

Aceitando pássaros que bicam suas extremidades
Ventos que estremecem suas entranhas
E depois seguem caminho

Pessoas tão bem enraizadas
Em sua solidão
Que nutrem o próprio abandono
Água e sol

Calefação

O nosso café, a coca e o chimarrão
Os cigarros, cup noodles e o chão
Digo, não, a cama, os nossos corpos
A coberta desconsiderada
Os nossos cabelos
De cor cruzada no espelho
Os cortes cicatrizados
De espaços no tempo
O perecer de contos memoriais
Nosso castanho escuro e rosa claro
Camiseta, colchão, retrato
Tão antiquado quanto a
Contemporaneidade
Que nos fez convite ao encontro
Calados, cercados,
Confeccionados para a depredação
Cinzeiro, caneca, copos
E telhado
Um canto de dor aguda, despedida
Cansado e aterrorizado
Decomposição

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Tátil

Até a brisa
Que me esbarra a face
Alheia
Aos pesares rasos
Que me afundam
É evento
No meu cotidiano
Como desafinasse
A previsibilidade
Do entorno
Ela me arranha os nervos
Tal qual lambesse por dentro
Me arrancando as carnes
Fatiando a minha sanidade aos poucos

Quando fecho meus olhos
Exposta ao caos agorafóbico
Dos caminhos gradeados
É só mais uma morte
Como a dos trilhos eletrificados
Ou dos estilhaçados farois dos carros
É só mais uma morte
Me repartindo por dentro
Tornando toda dádiva um sacrifício
Fazendo todo amor insuportável

domingo, 27 de agosto de 2017

Linda, louca e livre

Sei que fui
E tenho sido egoísta
Pelos beijos
Que te tenho pedido
Evito pedi-los
Evito beijar-te
Pois não quero ser egoísta
Como tenho sido
Não precisa beijar-me
Por nenhuma razão
Não precisa
É livre
Completamente livre
Completamente seu
Para fazer o que quiser
Teus lábios são completamente seus
Para dominar o mundo que for
Até o seu próprio

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Chumbo

Carrego comigo
Robusta arrogância
Nutrindo-a periodicamente
Com o peso do remorso
De privilégios desperdiçados,
De dores que coleciono.

Meu mundo por vezes desaba
E já me arrasta a culpa pelo asfalto.
O reflexo de meus pulmões embaça,
Enquanto eu engulo a fumaça
De meus cigarros fálicos.

Vejo-me morta,
Braço forrado de cicatrizes,
Como fossem uma roupa que me vestisse,
Descolada,
Acostumada a este ideal
De memórias póstumas.

Cozinho, categórica,
O apego pela morte,
Para que não doa tanto quando eu desistir.

Enfim, repito,
Como num mantra ou sussurro:

"Está perto."
"Hoje não."

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Letargia

Piso distraída
Nas linhas, nas rachaduras,
Não percebo as bicicletas,
Não vejo, passa por cima
Espero que o tempo passe,
Como esperasse por algo,
Ele ri na minha face,
Como por deboche,
Imóvel, como se não existisse.
E parece
Que enquanto acontece
Do dia amanhecer,
Ou desanuviar-se breve,
Impalatável, nublado,
As horas correm aflitas,
Num silêncio absoluto, fúnebre,
Numa letargia incomparável.

sábado, 19 de agosto de 2017

Energia

Tocada por um fogo
Que queima a tudo e a todos
Tomada por um ímpeto de morte
De sorte, de sacrifício,
De paixão.

Acendo a extremidade de mim,
Calor e brasa,
Bolha nos dedos,
Satisfação.

Piso firme no tapete,
No azulejo, no chão,
E ainda na contra-mão,
Estômago detido,
Prazer incompreendido,
Eu me recomponho
Combustível fóssil,
Sustentável,
Recarga contradita de energia,
Ainda vadia, livre
Indomável,
Um tornado,
Trem desgovernado,
Completamente sem rumo,
Sem direção.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Tranca

Eu sei que poderíamos ser muito.
Das insanidades que a gente fala,
Há milhares de possibilidades e você sabe.
Eu sei que já pareço
Ter perdido os trilhos da sensatez,
E quando eu começar a falar
De gravidez, de netos, de vidas passadas,
Do poder sobrenatural que me cerca,
Você vai me achar ainda mais louca.
Então, em nome desse texto,
E de algum resíduo de vontade
De me dispor a algo inesperado,
Eu tenho uma proposta a te fazer:
Você aceita a minha loucura por enquanto,
Por tempo que eu já consiga
Conhecer também a tua,
E se eu me puser nua, na tua frente,
Você não me acorrente
A qualquer tipo de formato estabelecido.
Tento não escapar
Dos teus braços, estranho.
Tento te descobrir primeiro,
A própria América ou mesmo a Índia.
Me leva pra cama e me conta,
Me come, me tonteia.
Eu tô abrindo a porta.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Polímero

Eu ando tonta nos trilhos
Meus passos cruzam tortos
A lente roubada brilha
Cintila, meteoro
Eu busco meu reflexo,
Não tentando fazer algum retoque,
Mas ciente de que seria a única
Cabível companhia
Em meu mundo
Meu peso se acentua
Desequilibro fraca
Pequena
Arrastando comigo
A lentidão da vida
E a inconsequência dos atos
Rastejo
Sorrindo a minha tristeza
Nos blocos cinzentos
Desistindo
De me manifestar
Eu engulo as fatias,
O trigo, o milho, as falas
E enquanto me queima
Eu em vez de brasa, me deformo
Um plástico, petróleo
Um resultado barato
Insustentável

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Lola

Passei a noite em claro,
Engoli um copo pequeno de café.
Com leite.
Foi suficiente.
Eu estava louca.
Sentindo a minha carne e respirando,
Como se os outros sentissem o cheiro
Da minha loucura.
Entrelaçando os dedos
Por entre os fios da nuca.
Maluca.
Era Lola.
Sente a morte iminente,
Corpos ensanguentados
De homens e moças,
Pelados.
Era Lola magoada.
Era Lola puta da vida.
Mas, com quem?
Com o quê?
Na rua parecia
Que todos podiam perceber
Como ela andava devagar,
Em provocação compulsória,
Uma possessão.
Olhares de genuíno interesse,
Flashes de dores diversas,
Concretas, boas,
Sedutoras.
Eu como sempre apavorada,
Tomada por esse ímpeto
De fazer um algo
Que por não saber
Se torna ainda pior.
Sozinha. Como sempre, sozinha.
Esperando a morte
A retardatária, cinco dias,
Esperando só.

sábado, 5 de agosto de 2017

Vícios

Você tem sido desprezível ainda
Como a maioria
E não sei por que mania
Eu continuo a seguir teus passos
Isso não é amor, não mais
É apenas vício
Como esse que te destroi,
Só que mais banal

Enquanto isso eu sigo
Me arrancando a pele
Desgastando os ossos
Pra conhecer outra pessoa
Pra esquecer de quem eu fui contigo
Mas eu já esqueço

Estou perdida de novo
Sem ser ninguém
E nunca na minha vida
Eu quis tanto estar sozinha
E não precisei ser alguém

Estar perdida assim é confortável
Eu não costumo sentir conforto
Nesse lugar maldito

Se eu fumar um cigarro é muito
Se eu beber uma cerveja eu não termino
Se eu me despir num quarto,
Estou sozinha
Como tenho sido sempre sozinha
Como era antes,
Livre de você

terça-feira, 25 de julho de 2017

Cigarros na quitanda

Eu fumo, eu bebo
Eu só não consigo,
Eu não percebo
Que perder você foi o melhor pra mim.
Eu sou exatamente
Quem eu queria ter sido.
Não quem quiseram que eu fosse,
Quem eu queria ter sido.
Mas eu não posso escolher
Quem vai estar comigo,
Não mais,
Você não.
Eu trepo, eu canto,
Eu pinto quadros e vivo,
Ainda em um universo só meu,
Ainda completamente só.
E não doi tanto, não agora,
Mas se me olho no espelho
Eu me pergunto:
Por que não com ele?
Por que com ele?
Com quem mais?
Eu fumo, eu bebo,
De um jeito diferente
Do que costumo encontrar.
Sou outra pessoa,
Estranha e singular.
Pode soar arrogante,
Eu tento fugir disso,
Mas não tem sentido,
Eu sou apenas essa,
Que queria ter sido.
Não mais sua,
Apenas viva, existindo,
Falando alto e seguindo,
Apenas eu.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Sépia

Te dei tudo que eu podia
Tudo que eu tinha
Tudo que cabia em mim.
As coisas ruins
Que eu não queria mais,
Todas as pessoas que eu seria,
Tudo que eu sabia,
Eu dei pra você.

Minhas informações guardadas,
As mais secretas, os medos,
Os apegos desesperados,
Meus desenhos e desejos
Bem guardados,
Eu dei tudo pra você.

Eu te dei o que você
Não queria ter.
O que nunca pediu,
Sequer teve vontade,
O que não agradava a sua vaidade,
O que agradava também,
O que moldava o teu ego.

Eu te dei amor,
E te dei dor,
E guardei rancor
Porque foi o que sobrou
Pra encaixotar.

Eu te dei tudo que eu tinha
A ponto de não conseguir mais
Me encontrar,
Ou te ligar,
Ou sequer te conhecer.
Eu não sei nada sobre você.

Eu te dei quase todos os textos que eu tinha,
As minhas palavras, as sílabas, as letras,
Quase que não me resta nada,
Quase que eu me esqueço que eu escrevo,
Fico sem nome, sem tripas,
Sem ter sobre o quê,
Sem poder.

Eu não sei mais dizer o que aconteceu
Eu não me lembro, eu não existo,
Eu desapareço e viro pó.

Mas você escreve sobre mim,
Pra eu tentar descobrir talvez
O que foi que eu te dei, afinal.
Mas com desleixo tal,
Com tamanho desgosto,
Que já te esqueço o rosto
E o meu
E se não tivesse guardadas nossas fotos
Seria como se nunca tivéssemos
Nos conhecido.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

More than solitude

Gimme some kind of redemption
I miss my bed and my blanket
Lemme breathe
Lemme be

I can't write anymore
I can't draw
And I can't fuck
I have no luck left
All I had I put on this one thing
I hope it works
Please make it work

I am so scared
Trying to relax
But how do I get my calm back
Without letting everything get ruined?

It will be fine
It will be fine
You're not a bad person, kid
Go back to your blanket and bed

domingo, 9 de julho de 2017

Sereia

Não sei se quando o sono goteja
Lasca parte de mim,
Deixa um espaço
Me falta um pedaço,
Alguém pra rir comigo na calçada
Pra ser errada comigo
Pra esperar o dia amanhecer.
Eu ando sozinha na rua
Parece que estou nua
Parece que não tenho mais
Motivo para rir
Nem os cachorros saltitantes,
Nem os cabelos ao vento,
Nenhum intento restante
De buscar alguma alegria além.
Um casaco esquecido num canto,
Um filme em câmera lenta,
A morte de um dia ou talvez
Talvez seja apenas sono.
Você segue o seu caminho,
Ainda moramos perto,
Ainda temos sentido,
Se é que isso é possível,
Eu te amo de um jeito qualquer,
Desleixado,
Com areia no sapato e intimidade,
Como tivesse acabado de te conhecer.

domingo, 2 de julho de 2017

Restos, ossos, pó

Como eu te tiro de mim?
Como eu me tiro de mim?
Me dou um tiro, talvez?
Me atiro do alto outra vez?
Carregada do medo de ser
E embalada por este texto medíocre
Que eu fiz pra você
E como se eu tivesse nascido
E permanecido viva
Até este instante
Só pra te conhecer,
Agora que eu não te amo,
Eu quero morrer.
Eu peço que me deixe ir,
Mas peço pra mim, que você já deixou
E devia ter deixado,
E devia ter me deixado, e desamado,
E me esquecido também.
Você devia ter ido,
Mas ainda tá aqui, dentro de mim
E ainda me tem.
Nunca poderia, pois se não há mais amor
O que seria?
O que pode ser este peso do vazio
Que arrasto,
Joelhos falseando
E voz condenada
Pelas pragas que tenho me jogado
Pela vontade que tive
De te ter.
O que posso ser?
Ainda, se não tua,
Se não tua tinker nua,
Se não tua
E de mais ninguém?
Como te mato,
Psicopata sádica,
Bruxa, qual feitiço rogo
Pra te esquecer pra sempre?
Como sigo em frente?
Não sei o que fazer com o pó que me mora,
Não sei o que fazer contigo,
Morto em mim.
Te dou um tiro?
Te atiro num lago fundo?
Te tiro de mim,
Tirando a minha própria vida?
Ou será que isso nunca vai ter fim?

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Free will

Don't choose me,
If you need a helmet.
Don't choose me,
If you need an armor.
Don't choose me,
If you need a smile,
Open arms and power
To deffeat the world.

Don't choose me,
For my candy hair,
For my exposed feet.
Don't choose me,
For me,
Because I wanted you to come
Or anything.
Don't choose me.

Neither for my hurful words
Or for my aching spirit.
Don't choose me,
If you always missed
Some poetry
In your life.

Don't choose me
To be your fucking wife.
Neither your friend
Or daughter.
Don't choose me
To be
Your side by side fighter.
Don't choose me
And don't do ever
Ask me to stay alive.

But if you call my name
And I come
If you speak to me
And I stay
Then you may
See that I'll be
Fighting your fights
Because I'll have no choice
But to be there for you
Untill one day
When I'll emancipate myself
And leave
Again
To another row.

London Town

I dreamed of you again
I often do
Why in such a hideous world
Whould I choose to be happy
With you?
I was traveling to london
You said you were going to love there
And there was a university
In wich you wanted to study
Where are you?
Why do I find you in my dreams?
Who are you?
Do you hear me?
Do you know what I mean?
I tried to talk to you,
I tried.
And I could dream of him,
Or anyone on earth,
Imagination is a free place,
But that's you.
It's you that I want.
It's you that I need.
And I don't know why I hate you,
But I keep chasing your hometown.
How could I go home?
I don't find meaning in this place.
You were my saving grace.
But I gave up.
You'll never be mine again.
You'll never be mine again.
I'm never yours awake.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Xis

Te amei um dia.
Trocaria meus desnecessários
anos de vida
por uma semana ainda te amando.

Trocaria viver por morrer
na simples ausência do amor
que nutria por ti.
Desnutriu-se. Definhou.

Quis te culpar por tudo de errado
que tens feito desde sempre.
Quis me culpar por ser este lixo que sou.

Mas pra dizer ao certo,
o caos de mim resume:
te amava antes, errado,
errado agora não te amo mais.

Te busco na esperança de ainda ser tua
de bater o peito, aflito,
de te amar agonizante.
Todos os dias você me decepciona.
Não te amo mais.

E a vida é vazia.
Creio que queria
que eu te desamasse assim.
Queria-te livre do fardo
de estar comigo, de amar alguém.
Pois bem.
Agora és livre.
Livre como eu.

Curto a tua solidão,
parece a minha.
Segue a tua vida.
Eu não tenho nada de bom.
[é nisso que acredita]

terça-feira, 13 de junho de 2017

Suspiro

Vi poesia nas pétalas brancas
Vi poesia na minha cama com teu cheiro
Vi poesia no derradeiro suspiro
De motivação
E quase que não escrevo
Quase que desisto
De acordar

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Syrup

Drink me
I'm syrup
You can melt me on your cake
Or you can swallow me
To heal your daily pains
I'm syrup

Edifício Central

E enquanto a freira
Cruza a fachada
Da loja de chocolate
Eu bebo um gole
Da minha cerveja quente
Pra ter coragem de viver
E de ir ver alguém
Que nunca vai me amar

Sou só
Sempre serei só
E não me nota a freira
Ou os chocolates
Não me percebe a cerveja
Enquanto me estraga

Nenhuma palavra
Vinda de mim é válida
Meu corpo é tralha
Minha mente é rastro
De algum obituário

E no meu itinerário
Entra você
Pra me puxar
E me salvar
De desaparecer

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Transpasse

Já sinto falta
Das minhas noites de sono
Já sinto sua falta
Como não sentisse sua falta
Já muito antes de partir
Já sinto falta de sorrir
E de sentir o gosto do brigadeiro

Sinto falta de acordar, estremecer
E esperar alguma coisa do dia
Sinto falta da ausência de culpa
Sinto falta de estar em companhia

Já sinto falta
De ser ordinária,
Medíocre, como os outros
Sinto falta de quando não doía
Minha coluna
De quando eu ainda tinha esperança
E lutava pela paz no coração de todos
Sinto falta
De querer suportar
Estar aqui

Já sinto falta
De não precisar chorar
E não ter que resistir
Aos impulsos categóricos
De me automutilar
Sinto falta de carregar
Algum conforto
Dentro de meu próprio corpo
Menos deteriorado
Sinto falta do silêncio
Que eu não tinha ainda notificado

Não sinto falta da solidão
Porque tenho estado, e persisto
Em perpétuo e contundente
Isolamento
Desde que existo

segunda-feira, 5 de junho de 2017

A man and a dog, two cats and a bat.

I offered him a cigarette.
He said
"I only smoke weed"
That's it.
No poeme, no text,
Nothing else.

domingo, 4 de junho de 2017

Trato

Eu sou a menina
Que se deita sobre você
Por uma noite
E no raiar do dia
Te escreve um texto
E fuma um cigarro.
Não fumo durante o ato,
Não fumo durante o papo.
A solidão se mostra
Entre o fim do ato
E o primeiro trago.
É aí que te escrevo um texto
Sobre você.

A derrota

Como eu poderia
Não mais te amar,
Se sou de outro,
Se só faço te esperar?
Como poderia,
Se quando fecho meus olhos
De areia negra,
De sereia quente,
Só penso em você?
Como eu poderia
Não ser sua,
Se quando me agoniza
Eu quero que você também sinta
Se quando me transborda
Eu quero transbordar
Dentro de você?
Como eu poderia
Te dizer adeus
Se você é o único
Que existe no mundo
Que eu derrotei?

Eu sou sua
E ainda te amo
E me doi todos os dias
Como todas as outras dores
Que eu engulo e sigo em frente
Eu te amo e esqueço
De tudo que fomos
Do que vivemos
Do teu rosto e do teu corpo
Da tua voz
Eu te amo
E nós
Poderíamos ter sido tudo
Podemos ser
Poderíamos
Mas eu te amo
Então isto tem de
Também
Fracassar

sábado, 3 de junho de 2017

Estante

Sou um livro aberto
E doi.
Porque sabem quando sou louca,
Porque sabem quanto sou triste,
Porque sabem quando me doi.
Sou um livro aberto.
Quando grito, grito,
Quando calo, calo,
E quando agonizo...
Esbarro nos outros todos.
Sou aberta, sou exposta.
Quando doi, falo que doi,
Quando me revolta,
Eu soco as paredes,
E me soco, e ao que estiver na frente.
Dá pra ver o meu sofrer de camarote.
Incomodo.
Sou um livro aberto.
Quando gargalho, a gargalhada vai longe
Machuca a alma dos infelizes,
Desconcentra os atentos,
Interfere.
Sou expansiva.
Tudo em mim é fermento,
E o bolo cresce.
Eu sou um livro aberto e doi.
Porque compulsivamente falo
E falo mais,
E como,
E luto incessantemente para ser.
Quero meu lugar, meu espaço, meu nome,
Quero existir.
E me abro livro,
Me abro a mente,
Me abro as pernas,
Abro tudo mais.
Sou um livro aberto.
Explicitamente aberto.
Mas quando não tem ninguém
Que consiga entender meu idioma...
Eu silencio
E declaro, determinadamente:
Vou virar poeira na estante,
Não volto atrás.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Defensive

I nurse you.
Like a little baby,
I protect you.
I defend you,
Like a lioness mother,
Like an outraged beast.
I deny it.
I refuse to belong to this place
And to this figure of being.
But, for a moment
I find myself in the middle of a fight
And feel proud about it.
You are mine.
I am strong.
I am a mess to the rest of this world.
But, I know you.
And at this I am good.
I can easily defend
Someone's right to feel things,
To exist,
To be human.
And it's also complicated
'Cause I'd easily defend
My own right to give an end
To my life.
But with this I'm fine.
For a second I don't hate myself
For being there for you.
And it feels light.
You'll find your way.
I'm here, anyhow.
I'll always be, I guess.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Quero ele

Te quero fraco,
Taciturno, deplorável
No meu colo,
Miserável,
No meu peito
Sufocando ao soluçar
Sem caminho
E sem ninguém
Para chamar de lar

Te quero fraco
Com rezas infantis
E rimas rasas
Insatisfeito
E com reclamações ingratas
Te quero com olhos fundos
E afogados
Te quero meu

Te quero um breu
Perdido para nunca mais voltar
Te quero preparado pra pular
E se eu pedir, você pula?
Se eu implorar
Você me rouba dele no altar?

Te quero fraco
Completamente entregue
Aos meus caprichos
Te quero adestrável
Como os bichos
Te quero encarcerado no convés

Te quero fraco
Os versos dos homens fortes
Não me cabem
Os gestos dos outros homens
Só me ardem
Te quero derramado nos meus pés

sábado, 27 de maio de 2017

Go away

Queria escrever um texto
Esse silêncio me rasga
Eu tenho sido quieta e decente
Mas preferia ser indecente contigo
Sei que estou cedendo
Sei que em pedaços de mim sou sua
Mas não serei sua
E não vou morar em você para todo sempre
Tenho escolhido não ser
E não escrever meus textos
Porque eles são todos pra você
E eu estou cansada
Das nossas infinitas provocações
Mas sinto falta de quando você me amava
Faz tempo que você me amava
Agora você me chama em vão
Eu digo que sinto sua falta, e sinto
Porque sou sincera como você não sabe ser
E cada resposta tua me doi só mais um pouco
Essa solidão eterna de ninguém mais saber
Como eu me sinto
Você não compreende nada do que eu sou
Você me isola uma porção de terra
No meio das lágrimas
Você me ilha
Eu sinto falta de quando éramos chão
Você continua buscando o que buscava antes
Aflição
Talvez inspiração
Eu sei que me doi faz tempo demais
A tua ausência
A tua companhia ausente
A tua presença solitária
Eu queria que você não existisse
Doi, doi viver
Sabendo que você tá por aí.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Te escrevi um texto

Não tenho sido
Quem você um dia conheceu
Não tenho sido a menina
Que corta os pulsos,
Seu depósito de lágrimas
Não tenho sido a menina que escuta
Madrugada adentro, o dia inteiro
Ainda faço piadas
Lembro um pouco, vagamente
De quem você costumava ser
Sou outra
Não sei mais como era
Quem você chegou a conhecer
Não tenho absorvido
Gírias absurdas
Mas vez ou outra escolho
Algo sem graça pra repetir
Não tenho pensado em ti
E nos diversos problemas que tivemos
Mas hoje pensei
E não sei por quê
Talvez eu só não possa te dizer
Não tenho sido
Quem você esperaria de mim
Mudei
Dormi e acordei vezes demais
Viva, sobrevivendo a tudo que tem sido
Digerindo todas as semanas
Amando compulsoriamente
Outros mortais
Não tenho sido o anjo decomposto
Que te dava abrigo
Tenho sido fogo, vivo e ardendo
Tenho sido madrugadas epiléticas
Tenho sido o pânico na sala de estar
Tenho sido tudo, menos algo
Que poderia te confortar
Mas hoje lembrei teu nome
Queria te enviar uma mensagem qualquer
Como você está?
Não tenho sido constante ou frequente
Não tenho sido gentil
Ou coerente
Mas você gostaria de falar com a consequência
Do que fomos nós
(e mais um pouco)?
Não tenho sido quem te conheceu
E não me recordo bem
Teu jeito de falar
Mas me conta
Quem você tem sido?
Como você está?

terça-feira, 16 de maio de 2017

Protection spell

Walls, walls
That never down
Make me safe again right now
Take this right back to it's home
And get me some peace alone

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Sparks and shift

I roll on glitter every night
My mom should think it's fine but
She says it's dirty
And I feel like cuddling
With dead butterflies
What you sugest me to do
About my pair of pool eyes?
Will you give me one last kiss
Before I say goodbye?
I close mes yeux in the light
And open again when it's dark
It ain't about falling apart
It's the sweetness of silence
And it's sparks
Even the stars go sleep in time
And I ain't
But I will

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Midnight time sadness

I have fucked up wrists
And my red iced tea
I have a dope sadness
And deep inside
I'm broke
But it's okay
It will be fine, at least
Even if I have to cry
Another river
On the subway
Anywhere
Even if have to fight
Another week
I'm here
I'm here
I'm here.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Eterno retorno

Amor comigo é complicado
Dia amo, dia desamo
Dia morro, dia existo
E às vezes desapareço só de graça

Na sexta me sinto sozinha
Na semana seguinte te odeio
E sem rodeio, domingo eu me deito nos teus pés

Amor comigo é complicado
Ora me amo, ora não amo
E tem momentos em que é impossível
Nutrir amor
Seja por quem for

E se não dou notícias
Do que tem sido minha vida
Ou se ainda penso nos teus dedos e nomes
É complicado

Meu tempo é circular
E eu não sei se vou te amar
Mais uma vez, pela manhã

Eu não sei se na esquina
Algum outro me espera pra me distrair
Não sei
Se volto pra você
Antes de ir embora daqui

Perdão, eu acho

Se eu morrer no teu abraço
Mais uma vez,
Você me perdoa
Por ter sido pesada,
Por ter sido triste,
Por não ter sido tua, nem minha,
Nem de mais ninguém

E se eu fechar meus olhos
E meu corpo esquentar, aflito
Você me perdoa
Por ter chamado o teu nome
Durante o sono
Por ter te retornado as ligações
Por ter decicido fazer
O que decidi fazer

E se eu chorar na tua camiseta
Você me perdoa
Se eu fechar meus punhos
Enquanto esmago tuas costelas
Se eu parecer sufocar
Você me perdoa
Por ter sido essa pessoa que tenho sido
Por ter sido sozinha
Por ter sobrevivido a tudo que sou

Se eu te chamar de madrugada
E uma última vez pedir socorro
Porque teus braços tão longe
E eu me sinto só
Você me perdoa
Por ter desaparecido tantas vezes
Por ter sido egoísta como sempre
E por depois de tanto tempo
Ainda te amar

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Desistência

Dois comprimidos
Um café
Dois olhos pintados de preto
E o amuleto,
Sabe como é

E tudo ao redor
Insistentemente
Repetindo
"Por que estamos aqui?"
"Por que preciso existir?"

Mas nesse pouco sentido
Que ainda me resta
Se é que resta
Eu me levanto da cama
O corpo quase morrendo
Eu me sento

Escrevo mais um texto
Porque calar é ruim
E eu não tô mais suportando
Estar aqui

Então,
Mais uma vez
Eu levanto e saio de casa
Tentando não falar de morte
Não falar de amor
E não ficar em silêncio

Manter meus olhos abertos
E engolir mais um dia
Com manteiga e leite
Com agonia

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Posse

Tenho olhos de quem tem chorado
Um cabelo desgrenhado
Umas roupas largadas no chão
E tudo mais
Tenho versos espalhados
Para pessoas do passado
E um milhão de vezes escrito
"Eu não aguento mais"
Tenho um corpo
Que parece
Não ser inerte
Como os outros não são
E uma mente
Que a quase ninguém importa
Parece ter se perdido
Na confusão
Tenho uma vida
Que me deram
Como tudo têm me dado todos
Sem merecimento, sem lar,
Sem aconchego
O que nunca foi pedido me deram
E eu tenho (sem apego)
Tenho muito mais que muitos têm
Mas se a posse nada é
Perto de acordar todos os dias
E ser
Eu não tenho nada
Senão a minha vontade
De morrer

As coisas que a gente deseja

Queria mergulhar
Meu corpo em água fervente
E de minha pele ardente
Limpar
Toda a sujeira
Que tenho carregado comigo.

Queria me afogar
Em Lysoform
Ou qualquer desinfetante
E matar todos os germes pulsantes
Que tenho no dentro acolhido.               

Queria eleger um inimigo
Que não tivesse minhas mãos,
Os pés e o mesmo sapato preto,
Que não carregasse o mesmo
Verde amuleto
No peito.

Queria não ter que receber
Os incontáveis tapas
Que tenho merecido,
Queria antes ter sido
De fato, uma pessoa melhor.

domingo, 30 de abril de 2017

Para tu, ou quase

Te escrevo este texto, hoje
Que seria pleonasmo chamar de triste
Já que tenho sido triste
E escrito textos
Durante toda a minha vida
Te escrevo este texto, triste
Porque não dá pra ser mais previsível
Quando se trata de mim
Eu sou um livro aberto, você sabe
E sempre te escrevi textos assim
Te escrevo este texto, ainda
Porque sinto sua falta
E te amo
E sei que um dia fomos
O que tenho reclamado de não termos sido
E me sinto angustiada
Por tudo ter terminado dessa forma
Te escrevo este texto, hoje
Tentando mais uma vez
Suportar a solidão dos dias
E o incessante dilúvio de lágrimas
Dentro do meu peito
Eu sou uma represa, e coisa e tal
Você talvez não veja desse jeito
Te escrevo este texto, nua
Enquanto meu corpo, aos poucos
Perde o calor que tinha
Porque toda a roupa que tenho vestido
Não faz jus aos teus abraços
E aos teus olhares confusos
Tua distância ainda era mais quente
Que perambular por essa rua
Te escrevo este texto, agora
Um texto triste, que já demora para terminar
Para mostrar que tomei muito tempo
Para te deixar
E que ainda me doi todos os dias
E mesmo que eu precise matar
Tudo que resta
Derramado nos teus olhos
Eu ainda sou tua
E como me doi ser tua
Espalhada nesse palco vazio
Que é existir

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Acervo

Encontrei um acervo
De sujeiras tuas no meu HD
Mas agora tanto faz
Você morreu
E eu não me importo mais
Com as tuas sujeiras
No meu computador
Ou seja como for
Faz tempo que eu já não te amo,
Meu amor
E para não soar assim tão fria
Tão concreta
Quanto os enormes prédios
Da minha cidade insípida
Eu desperdiço um sorriso
Com uma ou duas fotos nossas
Que bonitos eles dois
Não somos nós
Mas éramos lindos
Quando éramos nós

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Hábito

Desperdiço meus minutos
Sentindo raiva de ti
Poderia estar talvez
Lendo um livro
Tendo um filho
Me aproveitando melhor
Desperdiço pensamentos
E energia que não tenho
Guardando mágoa de ti
Poderia estar morrendo
Poderia estar rindo
Mas estou aqui
Em mais um dia perdido
Pensando
Em como tenho mágoa e raiva de ti
Poderia não estar mais aqui
Talvez assim nunca tivesse te conhecido.

domingo, 23 de abril de 2017

O fogo que faz tudo pó

Pensei em atear fogo
às minhas camisetas preferidas.
Elas me lembravam você.
Pensei em atear fogo em você
e você morrer fez muito mais sentido.
Eu queria não ter dito que te amava.

Esse texto, que a dizer não tem mais nada,
como tantos outros estúpidos
que escrevi para a pessoa errada,
é só mais uma despedida.
Não deve ser o último, imagino.
Mas espero que você não leia este
nem o último.
Eu quero que você saia da minha vida.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Meaningless

The sun came out
My coffe is now cold
And I am still in love with you
So, why would I leave, right?
I had a dream with you
The other night
You came back
Like you cared or anything
Don't call me a sadist again
Don't say I'm selfish
I love you
And it's been hell
Here, without you
But it was hell with you too, so
What am I supposed to do?
I miss you
I really do
It's been an endless party
Since I left you
And I'm really tired, but
I've been feeling this for years
I wanted your arms
And your chest
Wanted to hear your heartbeat
It ain't loud, but still
I love you.
I'm sorry about everything.

sábado, 15 de abril de 2017

Yellow and blue

Don't make me be the sun
That ties the flowers to the trees
Don't make me be the sky
That leads the lovers
To their tears
And please don't make of me
The sand or seed
In it's solitaire being
Don't make me be the light
That brings the day
And then tells you to leave

Don't make me be
Just come to visit
And stick
Just be with me.

domingo, 9 de abril de 2017

Apologies

If you asked me,
I would probably get up from my chair
And move my arms around
Enumerating all the good reasons why
I loved him.
I'd anxiously rub one hand to another
Telling you all about
Our perfect little moments
And would let a shy smile show up
Down to my sad eyes.
I'd keep talking till you got envy
And maybe confused about
How could I sound even stranger
Than I usually am.

Love does that to us.

So, I would try and fail to explain
What was the good in all of it,
And suddenly I'd see it in your face
That you completely understood
What I was trying to say.
Not because of words,
Only because I sounded so true.
Then, I would mention to you
That one time when he held me in his arms,
Under the water,
That night when he read one of his texts to me
And I almost drawn into his voice,
Or maybe the countless nights
We wasted together
Watching cartoons and
Listening to each other.

He gets me.
I'd confess.
His silence understands me.
I would probably seem a little hurt.

But if you ask me now,
Why did you leave him?
As I don't think you will,
'Cuz no one ever gives a damn,
I'll get my eyes lost another time,
And forget to talk.

Are you okay?
As one should ask,
But never do.

And the only true thing
I could answer to you
Would be:
I love him.
And I just know it.
And this is how I know had to leave.
I just know.

2

There are two main kinds of people in the world.
The ones who could never get a word in my speech,
And those for who I fell in love at least once,
Even if it took me 30 seconds,
Even if they never found out.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Casa

Eu quero ir pra casa.
Me dê o conforto de uma cama quente
E a paciência de me olhar por dez minutos.
Me leva pra casa.
Me arranca um sorriso estúpido,
Finge que vale a pena,
Me engana.
Me leva pra casa.
Me aperta o excesso de carne
Como se fosse bom,
Como se eu não fosse toda descartável.
Me dá um uso,
Põe na prateleira
Da sua cozinha.
Me leva pra casa.

Eu quero ir pra casa.
Fala comigo, como se eu tivesse tímpanos,
Toca a minha pele, como se ela existisse,
Me conforta,
Desliga os meus pecados.
Me leva pra casa
E me perdoa.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Mistakes

Tudo que tenho feito na vida
Tem sido errado
Decisões que tenho tomado
Rotas que tenho escolhido
Planos que tenho feito
E sonhos que tenho tido
Tudo que te tenho exigido
Tem sido errado
As poesias que não tem escrito
O rumo que não tem tomado
E o descaso, que tem sido
Tão frequente e despreocupado
Tudo que tenho dito
Tem sido errado
Desde os olhos pesados
Aos abraços sazonais dos sábados
Desde os elogios inventados
Ao tudo errado que tens também feito
Tudo que temos sido
Tem sido errado
Desde a dor que sinto
Depois de decidir partir
Até o silêncio em quatro linhas
É apenas isto
Eu preciso ir

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Tasteless

We should be kissing each other's lips
Instead of sharing cigarettes
I wanted to be your nicotine
But you were never there
You were never there
I thought I saw your eyes
And it's dark sides
But I was going blind and blind
And now my view is clear as hell
I can't be with you

Maybe I love you

I dressed for you today.
Put some perfume on
Tied our frog to my throat.
My frog.

I fantasized about you
When I bought this shirt.
Thought you could like me in it.
I was wrong.
I didn't make any difference.

When I died my hair pink,
I did it for you.
I thought
"Maybe if I had a cool hair..."
And wanted to meet your friends.
You thought it was cool.
I wish I had been just myself.

I miss you, grass.
Now my hair is green
And I am myself, but still
I feel empty when
I look into the mirror.
I don't feel any love.
Just miss you.

I dressed for you today,
Like many times before,
Expecting to fail to
Feel you a little closer.
I wondered
"Maybe if I'm not affraid
Of this shirt,
Or of this frog,
I'll find out what I really feel
For him".

2 = 0

You are so correct
When you get
Between my legs
You put your hand
In the right places
And you move your hips
Like you were supposed to

You are so correct
When you look me in the eyes
And when you watch me melt
Between the drops
You take the right time
And say the mathematic words
To turn me off

You are so logical
So meaningful
And beautiful
With such a knowledge
About who I always pretend to be

You pass the tests
You do it right
You answer to my fights
And keep the promise
To never leave me behind

You're so correct
Even with your million of mistakes
And when you're wrong
You're so predictably wrong
That is just right
To see you doing it again

You're so correct
With your proportional smile
And the same wave of that hair
With your tempered hugs
And smell of cigarettes
And coffee, everywhere
(wich you never seem to enjoy, anyway)

You are so gay
And I would never mind
I never did before
Neither would I
Keep you locked anyhow
From anyone

But I am sorry to say
That I love you
For being so right
So doubtfully correct
That you were never meant
To be with me

You belong to someone else.

sexta-feira, 31 de março de 2017

I ain't your doll

I'm not gonna give you
Reasons to be alive.
I'm not gonna write fun
Stories for you to read.
I'm not gonna paint
Good paintings for you to see.
I'm not gonna give you
Smiles for you to love.

I'm not going to keep
Telling you about
All the beauties around us.
I'm not gonna give you my heart
And I'm not going to be
Hopeful, somehow.

I'm not going to be yours.

I'm not gonna make you laugh.
I'm not gonna hold your head
For you to cry.
I'm not gonna put my arms
Around your sadness.
I'm not going to swallow
All your screams.

I'm not gonna fall in love.
Not again. Not with you.

segunda-feira, 27 de março de 2017

quinta-feira, 23 de março de 2017

Princess

Every morning, she wears
Her pink cardigan
Tied on her waist,
That is how long
Her black hair goes.
I have my green curls,
A jeans jacket
And weight almost the double.

My fun lately
It's been to choose books
To lend her.
I'm always scared
That she might hate
The endings
That I love.

Somedays, she seems sad.
I ask her out
To have an ice cream,
Or maybe to paint
My coloring book.

I'm always trying
To find fun things to do
And she often distracts me
From my bad thoughts.
It works.

Sometimes,
In the middle of the dawn
We share puppies pictures
With each other.

She reminds me
Of all the important things
I forgot to do
And then I tell her
It's ok not to finish them.

And so we go.

sábado, 18 de março de 2017

Sunshine

The sun is almost rising
And I've met you, sunshine
With your deep dark stories
With your sweet pair of eyes
I've met you
And beyond my lettuce hair
I see you
As my leo ego
Enjoys itself

Who cares if
The sky decides to cry?
Who cares if
I'm gonna be sick again
Who cares about me?
At least you say
I'm an artist

I like you, sunshine

terça-feira, 14 de março de 2017

Ver

Se tivesse ideia
Do que buscam teus olhos
Olhos para quê?
Se eu soubesse
Talvez fechasse os meus
E me dissesse tua
E com olhos fechados
De quem seria afinal?

segunda-feira, 13 de março de 2017

Not falling appart

I have scars on my left wrist
My hair is green
But what does it mean?
People stare me at the streets

I wish you loved me
And I feel angry
And I feel lonely
And I feel sad

I am still here,
Ain't I?
Fighting for myself
Trying not to die

Why would you care?
Why would you care.

I ruined the poem again.

Break up with me

Please
I don't wanna be your monster
And I don't want to be tortured
Just leave
I feel like
This is the best for you
And you don't want to break your promise
But
You don't want to
Be with me
Just go
I'll cry a little, I know
I'll cry a lot, but
You don't own me nothing
And I am poison to you
Like she used to
I hurt you, baby
And I'm sorry
Maybe I'm selfish
But face the true
I can't make you any good
You deserve better
Than this crap I have to offer
I deserve better
Than being with someone
That doesn't love me
This should end now
I don't mean to hurt you
But don't want to wait to suffer
I wanna suffer now
So I can get better soon enough
Find another one,
And mess it up again
I really don't know
What will make you feel worse
Being with me
Breaking up with me
Or me
Breaking up with you
But I don't want this time
I really don't
It is destroying me
I wanna leave
Even if I don't want to hurt you
I wanna leave
And I wanna hear you say
You don't love me
And you never did
So I can give up
Of this insanity

sexta-feira, 10 de março de 2017

Wrong

I thought I could write a poem
But I couldn't
I often feel
Like I'm about to hurt ya
And I want to
But I won't
I won't, I won't
And I can't blame ya
For not loving me
I can't blame ya
For lying to me
'Cause you just wanted it
To be true
You are an angel
Only a lost boy
Trying to find his way home
And now I have to hurt ya
Not the way I want to
But I have to face this truth
And anyone on earth
Would seem better to you than me
Even her, even she
But this was never about
Any one of them
Maybe not even about
Your untouched body
Or your known craving for affection
That you try to blur
This is about me
Being the wrong girl for you
And I've always been.

Pain

I don't let myself laugh
Today I stood for hours
Without eating
And now I'm nursing
This headache
But won't talk to you
And I think about
Hurting myself
Just a little more
As I enjoy the absence
Of my little blue bird
I can only think
About sadness
Even if I keep
Trying to scape from it
What am I doing?
I just need to feel my pain
Somehow I like it
Don't blame me
I'm just sick
Let me be sick
Selfish and lonely
Self centered and everything
Let me be

quarta-feira, 8 de março de 2017

Quarta

É quarta-feira, doutor.
Eu penso em você dia e noite.
Hoje eu tenho as costas lanhadas
E dois cortes no pulso.
Nos meus olhos,
Parece que nunca dormi.
O céu parece os meus olhos:
Ora pinga, ora não pinga,
No meio da rua sim,
Mas não no fim.

Half empty cups

You're leaving,

But won't tell me.
So, I scratch myself
A little
And let a pair of tears
Scape from me
In the shower.

You were supposed
To clame for the end,
But won't accept it.

You made a promise.
I remember,
But won't blame you
For telling me the truth.

You were never supposed
To love me.
And now you have to leave.

You should just come
And say it quickly,
In an easy way:
You don't love me
And you never did.

But you do.
And not even if you said it
To yourself
Another hundred times
It would make us
Work ourselves out.

One day we'll sit
One staring at the other
And as a dissatisfaction mirror
We'll say the words:

You don't love me.

And it will be true.

terça-feira, 7 de março de 2017

See you later

I kissed you g'night
And went out
Every human in my way
Saw you on me
The sadness
Was melting my face
Not again,
Just for this time
I was in there.

So, I called him
No I didn't
But he wanted to see me
As you didn't
And I was tired
Of crying in the subway
And I was tired
Of fighting
For a lost cause.

Then, for a second
Your existance stopped
Just for a while
'Cause I didn't want to see
Myself hurt
And I got lost into his
Barbwire fingers
And I found safety
In his slippery lips

He was with me
And you were not.

So, I tried to realize
And to accept
Being unloved by you
Wouldn't rip my love too.

I noticed
That I could breathe
Without you
And I knew
I couldn't capture
You inside me.
I had to let you go.
But, did you want to?

He held my head
Right close to his
And said:
You have to wait.
You have to wait.

segunda-feira, 6 de março de 2017

A tristeza borbulha em mim
Minha pele arde, meus cabelos se arrepiam
Não me resta muita esperança, enfim

domingo, 5 de março de 2017

What's real and what's not

You don't see
Why your stars ain't real,
That people are good near
And that the more I talk to you,
My hate gets bigger.

You don't see
How wrong it gets,
Why are you so obsessed
- And I could envy and say
That I just wish
I was you favorite play,
But I ain't
And I won't.

You don't see
When your body aches,
When you yell at me
And will never notice
What you admit
Won't get you out,
Won't make you grow.

But, you don't want to see
And I know.

I watch myself
Getting in to pieces
Once again,
And I don't wanna lie:
I love to be here on the floor.
I won't make you any good,
Not anymore.

Then,
For the final act,
I must confess:
What I crave for
It's so huge
You couldn't last.

I close my eyes
And feel my catching fire soul
Picturing my bones as dust
And forgetting you.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Sparkle

My drawn eyes
Stare at the glittering image
And searching
For a brief sign
Of inner peace
They die in there
I kinda hope
To find a place to stay,
To rest
And so I keep
Trying to drown myself
Into
That glittering liquid
The sparkling dust
Dries me
So, I can't cry
But I know
Sadness remains inside
I know that deep enough
I wish to die

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Piece

You could be just a voice
Moaning in the dark,
Whispering to me.

You could be just
A soft warm,
A light blanket
To cover me on my sleep.

You don't need to be whole.
I don't need an erotic touch
Or some.
You could be just a piece.

You could be the first ray
Of sunlight, that scapes
Through my window,
In the morning.

You don't have to fight me
Or maybe take me out to eat.
You don't have to tell me
I am pretty and I can do anything.

You could be here.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Tristeza n°14

Perco meus dedos
Aos poucos
Se derretem
Perante a falta de toque
Congelo
Na falta do teu calor
Meus olhos fecham
De novo e de novo
Pesam
Minha língua me odeia
Pelas amarguras
Que tenho engolido
Eu sinto tanta saudade de você
Que tudo odeio.

Me perdoa, me perdoa
Por ter sido tão ingrata
Por não me sentir amada
Não mais, não agora
Me perdoa, me perdoa
Por não me sentir inteira,
Capaz de ser tua,
Capaz de ser feliz.

Se não desmaio
Em cinco minutos,
Se não dessa vez,
Te amo.

Nada sei sobre este mundo
E suas misérias
Nada sei sobre o caos que sou
E nada sei
Do que deveria saber
Sobre quem tu és.
Em meu isolamento,
Egocentrismo leonino
E tudo mais,
Encontro letras pra dizer
Só isto,
Este pouco, antes de ser
Completamente inútil
E desistir:
Eu vejo em você
Uma beleza que em ninguém mais.

E se não valer a pena
Lutar por isto,
Pelo que mais
Valeria a pena
Sorrir?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Manhã

Eu pego um sutiã
Jogado no chão,
Uma blusa do armário
E o cordão de sapo
Sobre a mesa.
Não tenho ninguém
Com quem compartilhar esse texto.
Ninguém entenderia
A importância
De pegar um sutiã do chão.

Eu não lavei o meu cabelo hoje.
Vou sair com a mesma meia
Que tenho usado
E com o mesmo olhar cansado
De quem já desistiu de viver.
Ninguém entenderia
A relevância
De ter já desistido de viver.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Too much internet, so little time

I chose this shirt today
Because I was in pain
And then I've gone to class
And there I cried
So I must tell you this
I'm giving up
I have to
Because I know
That this is a huge mistake
But there's a part of me
That still loves you
And wants to be with you
Even if
Not to marry
Even if
Not to have kids
Even if
Not to complete myself
Or validate my existance
There's a part of me
That just likes you
Like I like this shirt
But with a little less hope.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Humanidade

Entre todas as coisas
Que na vida eu tenho desejado
Depois que eu desejei a ti
Nenhuma teve chance
De competição

Seria assombroso repetir,
Portanto,
Que é preciso desejar
Para existir
Pois se o digo,
É claro
Que apenas desejar-te
Faz de mim humana,
Em lugar de pedra ou árvore,
Me equipara com os outros mortais

Sem título 2

Porque tanto me calo.
Porque tanto me frustro
Em tentar e mais uma vez tentar
Encontrar um lugar que me caiba no mundo.
Porque tenho feito esforços
Para encontrar o que gosto,
Para desejar, para existir.
Porque se não tenho gosto,
Se não tomo partido,
Se não opino ou prefiro,
Se não nego ou ofereço apoio,
Não existo.
Quem nada diz, nada é.

Porque tanto falo.
Porque tantas vezes insisto
Na minha inútil escolha
Da cor dos fios de cabelo,
Na minha dúbia preferência
De curso universitário,
No direito que a mim cabe
De faltar a compromissos,
De esquecer meus livros na estante,
De desaparecer.

Não estou aqui
Para reclamar
De tudo que me falta.
Me falta bem pouco.
Tenho família, amigos,
Uma casa confortável,
Tenho uma carreira possível.
Nem mesmo posso dizer ao certo
O que não possuo.

Eu venho aqui
Na esperança fraca de que
Escrever
[, Ao contrário de falar
Com minhas arrogantes cordas vocais,
Ou de calar,
Em forte protesto de meus lábios inquietos,]
Possa mudar algo,
Nem que seja um ínfimo algo
No limite de mim.

Sem título 1

Esta não é a vida
Que quero para mim.
Porém, que vida
Hei de querer?

Tudo que me têm oferecido
É falso,
Ao passo que quase todas
As ameaças que me fazem
Se mostram prováveis.
Me pego mais uma vez pensando,
Tentando entender essa gente
Que tanto ri, que tanto comemora,
Tentando abraçar no meu peito
Essa gente que brada
Aos quatro cantos
A revolta.

Nada faz sentido.

E tem me dito
Um destes seres
Que tanto vagam:
Não há razão alguma
Para comemorar.

Então, me olho no espelho:
Cabelos desgraçados,
Um pedaço de pano medíocre sobre o corpo,
E me pergunto:
O que afinal estou fazendo aqui?
E o que é preciso fazer
Para desistir?

sábado, 28 de janeiro de 2017

Smoke sick

They say
My lungs are screwed.
Is it because
I smoked
So many cigarettes
With you?
Is it a sign
Of my disgrace?

Am I insane
To say
I miss you so damn much
It made me sick?

They say
I'm pneumonic.
Do you think
I might be dying?
What a lovely way to die.
Don't you think?
Intoxicated
With hope.

It hurts a little
To cough.
They seem so worried.
I'm on fever.
I ain't the best season
To be alive.

Wherever you are,
You're probably
Sucking a cigarette.
I can't, because
Of this weak and sick
Body of mine.
I can barely breathe,
But that's fine.

I rather hurt myself
Than see you hurt.
I rather kill myself
Than see you hurt.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Starve

Me dê um copo de café.
Uma xícara.
Parei de fumar,
Bem, talvez só na sua frente.
Vai saber.
Mas fuma aí, eu não me importo.
Só me traz o meu café.
Meu coração vai disparar, eu sei.
Mas ele não dispara com qualquer coisa?
Tudo bem se eu queimar minha língua.
Tudo bem se você me machucar.
Não se preocupa,
Esse jogo a gente não vai jogar.
Eu fecho meus olhos,
Engulo tudo.
Talvez eu pinte
Uma ou outra imagem
Perturbadoras.
Talvez eu saia um dia de casa
Sem avisar.
Me dá um balde de café,
Qual é?
Eu sei que você
Vai me negar um cigarro
Porque não aguenta mais
Me ver assim.
Não foi por essa coisa
Que você se apaixonou.
Não se preocupa, não.
É só café.
Não tem que me tocar,
Nem para o bem,
Nem para o mal.
Me deixa aqui.
Se eu não me machucar vai ser melhor.
Não vem.
Aliás,
Não me traz o café.
Não ia matar minha fome.
Não que eu tenha fome de comer.
Eu tenho fome de você,
Mas deixa quieto.
Não quero te devorar.
Faz um café,
Me deixa te cheirar,
E depois que eu dormir,
Tudo vai voltar pro seu lugar.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Calendar

I don't feel like hurting myself today
I just feel like crying,
Depressed anxiety
I promised myself
I wouldn't let those tears come back
But here they are
And I'm on my own again.
I wish I could tell them
It wouldn't make a difference
My world is you
I can't bare this distance
I'm sorry, I wish I was stronger
I wish I was better
Any of this is real
Without you.
I can't even start to think
About working
And I have to go to college tomorrow
My heart is running again
Always in a hurry
To die
But I don't want to leave you
In such a place.
People die outside
They hate and hurt each others
And I can't be in the middle
Oh, I can't, I feel like
I'm about to have a heart attack
Maybe I just need something to calm me down
A drug perhaps
I don't like medicine, but
Maybe I need it.
I thought I could handle this.
Not even you can protect me
And here I am all concerned
About your safety
What can I do in this world?
What can I do?
I'm terrified.
I pretend that any of this exists
So I can breathe a little
So I can sleep at night
And I think of your voice
The only thing that keeps me sane yet
And I close my eyes.
Have a little faith, dear.
Have a little faith.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Strange

I don't remember your smell.
I tried on your clothes,
On your chest.
I can even try to say
I felt it for a second.
Bur I don't remember.
I tried to bring it with me
I couldn't.
I tried to bring you with me
And even got into some fights.
I didn't want to hear
Anyone else voices,
Because they could distract me
From yours.
I remember the way your voice
Vibrates through your chest
But it is fading away.
I remember your eyes
With those wet eyelashes
After I barely drawn you in my shower.
I remember watching you
From so many angles,
Trying to decorate every little piece of you.
I thought I knew you so well
But I can't remember your smell,
And I feel distant.
My heart is yours,
Always yours
But I'm a little lost
In this universe.
You're the only thing
I recognize.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Who is Debra?

Oh, dear.
I'm such a masochist.
I wish I didn't write this text,
But I am so obsessed with you.
It's so poetic.
Oh, darling,
My, darling,
I shouldn't be reading
Any of this.
But, you know me, don't you?
This is who I am.
I've always been like this.
Do you love it all,
Or just a piece of me?
I never meant to hurt you.
I never wished to see your pain
And love it, somehow.
This is me
At my most
Masochistic.
I'm so competitive.
Do you remember her?
I do.
I leave her some respect,
And I must insist.
Was he yours
If he wanted me so bad?
I'm always in a war
Inside myself.
So, I decide to feel it all.
The pain, the love, the pleasure.
I decide to read all of it,
Untill I'm no longer able
To feel my eyes.
It is deep.
I don't want to smoke anymore.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Crash

I woke up at six
Had a dream about us
You were still on my body
I could feel it
I was just trying
To learn how to sleep
I was sick
And I woke up at six
Tired like hell
I love you so,
I love you so.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Deep

There's no dawn
Like this one with you
I'm saying goodbye
And crying
While you're singing
A sad song
Oh, baby
I'll leave half of me
On you
I may be drowning
A little bit
But it will be fine
It will be fine
A cup of coffee
Rihanna
A kiss
I am complete.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Water 2

What is water
Without a giant shadow
And a tied space

What is water
Without a direction
To smile to, or
The warmth of a skin

What is water
Without the laughs
About my pinky hair

What is water
Without those lips
To drown me
On myself?

What is water
Without a black hair
On my eyes
Without a foot
To step on mine
Without someone
To scratch my back
Without two arms
To tie me up?

What am I
Beyond a water drop
Without you?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Uncovered

Your arms around me
And I'm scared
And I can hear the bells
Screaming is time to go
But I don't know
What time is, anymore
I'm about to explode
Silent me, and you around
You hold me and tell
Me to focus on your fingers
Oh, your fingers are heaven but
I can't breathe
You say it's okay
I try to fix everything
Inside my mind
I'm already heavy
I'm terrified
I get some sleep
It takes some time
Again, what is time?
I'm better now
And I see you sleeping by my side
So, I love you
I love you, I love you, I love you
You are mine.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Blanket

Teus fios longos escurecendo
Metade da minha visão
Teus dedos inquietos
Trotando pela minha pele
E meus cabelos cor de rosa
Você soltando fumaça dentro de mim
Teus braços mais suspensos
Que os meus
Me cobrindo feito um cobertor
Você é minha blanket
And, so.
Nosso reflexo incompleto
Zoneados, sonolentos
Você e eu
Na janela da lavanderia
Teus lábios tocando minha testa
Teus lábios abrindo meu olho
Meus lábios nos teus
O que foi?
Olhar hipnotizado
Você, você, você, você
A faixa cor de rosa no espelho
Teu sorriso dopado
Estendido na cama
Coberto de mim
Me cobrindo
E os dedos calmos escorrendo
Pelos meus braços
E pela minha cintura
E por tudo que não é mais meu
É seu.

sábado, 7 de janeiro de 2017