sábado, 30 de novembro de 2013

Te amo por amar

   Te amo. Te amo quando me liga, e quando passa a unha em mim. Te amo quando me encosta, quando me abraça, e quando me cheira. Te amo quando ri. Te amo quando pergunta, e quando me responde. E amo cada elogio, e cada olhar que me faz sentir presente. Te amo quando me diz 'sim', pra cada pedido e cada teste que te faço, louca. Te amo também sempre que me entende, sempre que me aceita, e quando se lembra de mim. Me amo quando você quer estar comigo, e te amo quando sente a minha falta. Te amo só de estar ao seu lado, ou mesmo só de ouvir a sua voz. Te amo lendo o que eu mesma disse sobre você. Te amo ao pensar que você fala em mim. Te amo nos meus sonhos e nos seus. Amos seus gemidos, os seus medos, e sua cara emburrada. Amo os seus segredos, e o fato de você saber os meus. Amo a nossa calma, e amo o próprio amor que eu tenho por você. Amo cada detalhe, e cada  mentira que cabe em nós. Te amo no passado, no presente e no futuro, com toda a sua bipolaridade. Amo seu transtorno de personalidade, e todos os 'você's. Amo nossas semelhanças, nossa sintonia, e até nossos conflitos. Te amo ao infinito só pra te odiar depois. Te amo pela sua ignorância, e pela sua paciência. Te amo pela sua inquietude, e pelos 'não's que você sabe me dizer. Te amo até quando você não está. E te amo quando só consigo pensar na sua morte. E te preciso muito quando estou só. Amo como eu me sinto suficiente quando estou contigo, e amo não temer nada mais. Te amo tanto que viveria de amor, pra jamais ter que ir pra longe de novo. Te amo tanto que eu moraria em você, e até deixaria de ser eu mesma, só pra ser feliz.

Idiota

    Querido, acho que você nunca será aquela pessoa. Mas você é, de alguma forma, essa pessoa. E isso me deixa muito confusa, realmente. Porque você talvez tenha sido, e talvez eu nunca chegue a entender o que aconteceu aqui. O que eu fiz, amor? Pode ser que eu tenha feito tudo certo, ou pode ser que eu seja mesmo incorrigível, mas estou cansada de dizer que não preciso de você. É bem verdade que eu te queria num papel impossível, mas mesmo fora dele eu te preciso aqui comigo. Minha autoestima é tão derrotada que até hoje não sei como você chegou. Por que escolheu a serpente? Eu podia ter te matado, seu masoquista doente. Pervertido. Transtornado. Mas o que mais me irrita em você é que você me acalma. Você é mais a minha casa que a minha própria cama. E às vezes isso me faz querer fugir de você. Porque eu queria morrer no seu abraço. Porque não é bonita, amada, ou importante que eu me sinto ao seu lado, é segura. Não há lugar no mundo onde eu me sinta mais segura que com o rosto afogado em você. E é torturante não poder ir para casa quando estou assustada, ou quando eu quero morrer. I'm homeless. I'm hopeless. E eu te amo de uma forma que nem eu sei explicar. E não queria estar em nenhum outro lugar. Só com você. A salvo. Feliz. E até idiota, se é que me entende.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Floco de neve

   Não vejo mais nenhuma capa, proteção ou armadura. Estou de carne exposta, cérebro afetado e alma vulnerável. E voltei a ser aquela espécie de tapete fofo em que você se deita, rola e ri sem se preocupar. Eu sou um bom tapete. Sou boa em muitas coisas, aliás. Mas estou aqui de novo. Perdida e atada a vocês dois. E vou te observar me deixando de lado quase sempre, e vou deixar de falar com ela. Porque tudo isso ainda me incomoda. Sempre, não importa o que aconteça. Porque o 'nós' de vocês me faz sentir tão só... Estou fraquinha porque a raiva foi dormir. Até ela se cansou. Só faço querer chorar, dormir, comer. E agora, escrever um pouco. Não quero mais amar. Não quero nada, entende? Estou deprimida mesmo. Como se só existisse eu no meu mundo, e como se só coubesse eu mesma nele. Mais ninguém. E como se eu não me encaixasse em nenhum outro além do meu. A solidão é tão intensa, e ao mesmo tempo tão sutil... Vocês vieram tão erosivos, vieram como uma nevasca em pleno deserto. E eu não sei mais o que fazer, mesmo. Nem o que eu achei que me alegraria deu certo. Nada dá. E hoje eu me senti sozinha como não sentia havia tempo. Eu não quero ninguém por perto. Quero ser água, quero ser neve. Derreter, evaporar, congelar... A minha vida já anda tão parada mesmo. Não consigo ser mais um ser humano. Serei neve. Um floco sozinho perdido no ar.

Percebo que estou não só no auge, como na beira do abismo quando oscilo entre o orgasmo (ou euforia) e depressão.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Embalada a vácuo.

    Sabe aquele vazio que dá? Aquela coisa com gosto de fim de tarde de domingo... Aquela coisa de estar sozinho e não estar mais sofrendo de amores por ninguém. É só o vazio. O vazio e você. Um espelho feio, um tédio. Uma vontade quase morta de viver. Um canto solitário dentro de mim, e a solidão ali, como única companhia perpétua. Um nó seco no peito, e os pensamentos relampeando loucos. Vou ficando sufocada, e sentindo tudo pesado. Uma espécie de afogamento ao contrário, como se o mundo fosse acabar em nada. Como se  fosse melhor viver sem o ar. O ar é pesado demais. A falta é pesada demais, é cruel.
   Chorei ali na cama, de soluçar. Caí naquele abismo antigo por alguns instantes, e temi não sair nunca mais. Sempre temo. Sempre aquele mesmo maldito abismo. Uma porta de entrada fácil ao inferno. Mas quem disse que a vida aqui é muito melhor? O problema todo tá dentro dessa coisa, essa cúpula miserável que mantém os pensamentos ricocheteando nos mesmos pontos. Meu crânio já tá gasto. Eles têm que sair por algum lugar. Ou no mínimo, eu preciso dos novos. Os novos pensamentos, sentimentos, sensações. Mas tô vivendo de vazio. E o vazio me mata mais que qualquer coisa.
    O tédio, a solidão, o medo, o desespero. Pânico da minha existência se esvaindo. Pavor da desesperança firme e imponente. Nada, nada vai melhorar. Tá tudo errado aqui dentro, e assim que vai ficar. A minha mente é teimosa, e a única coisa em que eu consigo me manter, é no amor. E o resto é resto, é pó. É morte. O amor seria muita sorte, mas seria também sobreviver. Não quero mais nada. Fora o amor, é vácuo. E uma intermitente vontade de voltar a respirar.
    Quero morrer, quero morrer. Repito cegamente as mesmas palavras tristes. Nem mesmo posso ouvir a minha voz. Não tem pra onde fugir. Quero dormir. E não acordar nunca mais. Seria eu capaz? Quero fugir.  Desaparecer. Entre o nada e eu não faz mais diferença. Não muita mesmo. Já posso ir. Sumir.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O relógio e o sexo.


Tic. Tac. O relógio da parede nos assiste, e marca discretamente o tempo que leva a progressão do nosso descaramento. Quase não o noto. Quase não noto a ausência do meu antigo servo também. Pouco a pouco o mundo vai perdendo forma, perdendo importância. E eu vou perdendo a consciência. Os medos e as vontades implodem em mim, paradoxando. Vou permitindo que minha mente se derreta enquanto o fogo arde no ponto central da minha existência. Caminho da vida. Caminho do meu orgasmo, ou da felicidade.

Olho para ele e mando novos sinais. Nada discreto, nada controlado. Deixo meu útero falar por mim. Quanto mais lentos meus olhos se movem, mais eu vou esquecendo os problemas que me aguardam aqui dentro. Minha mente anestesia.  Uma euforia branda se instala em meus nervos. A mão bruta na minha coxa. A mesma mão nos meus seios, e depois ela me puxa. Olhares suaves indo e voltando, permeados de uma agressividade nata, de uma sensualidade bruta. Gemidos ecoando em minha mente. Vagamente eu me lembro de poder ser percebida pelos ‘transeuntes’. Escondo o rosto repetidas vezes, na tentativa de amenizar a declaração estampada em minha cara. Eu gosto de sentir essa dor.  Quero mais, quero mais forte. Abro as pernas e mergulho em seus olhos. Vamos, você sabe o que fazer. A linguagem corporal se confunde com telepatia. Ele me atinge, bruto ainda. Bruto, antônimo de lapidado. Bruto, sinônimo de agressividade. Meu masoquismo agradece. Deliciosamente animalesco. Levo a mão ao meu pescoço. Desprovido da vagarosa sensualidade, ele prossegue. Tusso. Apesar de tudo, é maravilhoso ser tocada.

Dou um beijo anomalamente sutil em sua pele, na tentativa de encontrar uma zona erógena. Recebo a reação e a interpreto otimista. A mão vai pra minha nuca, e a minha agora passeia entre minhas pernas. Arrepios, provocações. Uma leve puxada de cabelo. Vou me masturbar aqui, agora. Dessa vez eu digo mesmo, sussurro em sua orelha. Quero que ele sinta que o estou fazendo por ele. Porque quero que ele veja, porque quero que ele goste.

O mundo volta à tona. Interagimos desconcentrados. Ele se senta, e logo eu desço ao seu colo. Ele me ajeita. Posso senti-lo contendo seus gemidos, coisa que eu já não faço com muita dedicação. Alcanço seus dedos, vagamente atenta aos outros. Minha boca está nervosa. Eu quero, eu quero. E você sabe o quê. Levo-os à minha boca. Tento chegar à minha garganta, mas ele retoma o controle e brinca como acha melhor. Eu só acompanho. Me movo inquieta sobre ele.

O ar que engana, em sua temperatura mais baixa que a real, já me conhece há vários anos. Sabe que meus movimentos não são novos, mas a minha excitação é fresca, apenas no sentido de recente, que de corpo eu sou apenas quente. E cada vez mais. Nos obrigam a abandonar nosso conforto. Levantamos, agraciados com um breve momento a sós na sala. Disfarço arrumando as minhas coisas, sem saber bem por quê. Ele se põe atrás de mim, mas de modo que nossas línguas possam finalmente se tocar. O momento é bom, mas precisamos mesmo ir. Só mais um pouco... Não nos permitimos uma distância que ultrapasse alguns centímetros, e ainda de costas pra ele, me insinuo, me esfrego.  Tentado, ele me puxa com tamanha força que me tira um pouco do chão. Perco a voz, o ar e a sanidade. Demoro a me recuperar, e quando consigo, apenas solto algumas risadas de satisfação. Sei que chegamos ao auge do que nos será permitido hoje.

Saímos cúmplices e satisfeitos (não completamente), e o sol nos torra a alma do lado de fora. Até o calor é bom enquanto eu curto a umidade da minha calcinha.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

domingo, 10 de novembro de 2013

Um dia (in)útil.

   Me encontro com ela pela manhã. Cinco malditos dias na semana são assim. Meus olhos a perseguem, mas ela os evita quase sempre, e isso é tremendamente incômodo. Especialmente considerando todas as vezes em que os olhares dela eram só meus... Como se não houvesse mais ninguém ali conosco. Apenas eu e ela, e seus olhares pervertidos só pra mim. Ela me evita, e de alguma forma me enfurece não ser mais suficiente. Conheço bem o que é certo, mas ela está ali, me provocando. Mesmo quando não me olha. Eu sei o que ela está fazendo, e que ela nunca deixa de notar minha presença, assim como nunca deixa de agir como se eu não existisse. Pisa em mim.

    - Bom dia!
    - Bom dia.
    Sorrio ao responder numa tentativa fracassada de reaproximação. Ela sorri de volta um sorriso falso. Quase assassino. Não sem demonstrar sua simpatia venenosa. E só me faz querer estar ali com ela de novo. Não posso, nenhuma das duas permitiria. É torturante.
    Se senta ao lado dele. Não é novidade a facilidade dela para se ‘doar’ a alguém, ou a sua necessidade de aparentar intensamente libidinosa.  Recosta nele. Eles estão tão perto... Ela resolve interagir. Fala comigo, sentada no colo dele. E todas as reações dela enquanto ele a aperta. Os olhares... Eu conheço tudo. Ela nunca foi minha, na verdade. Posso sentir na minha coxa o peso dela que ele sustenta agora. Ela sorri. Sorri como sorria nos quartos comigo. E em qualquer outro lugar em que estivéssemos a sós. Ela sempre teve esse dom de convencer a lealdade inquestionável apenas com o olhar.
    Me olha como se fosse minha, o olha como se fosse dele. E se exibe aos dois ao mesmo tempo. Deixa incomodamente explícito o que ela faria se não houvesse mais gente por ali. Sua boca, suas coxas, suas unhas. Seu corpo conversa com a gente e não nega muito do que diz a sua voz. Gargalha e modela sua farsa, tão fácil de segurar nas mãos quanto água.
   Foge com ele ou sozinha... Uma borboleta negra dançando dócil e fatal. Mais um dia de semana cansativo. Mais um dia sem ela. Mais um dia só.

sábado, 9 de novembro de 2013

Mania n°14: Tomar banhos de madrugada (entre 1h e 3h).

A vida é sobre o amor.

   Masoquismo mesmo é o amor. Não cego, mas burro, sim. Ultrapassa as barreiras de lógica, e engole rapidamente qualquer cálculo de probabilidade. O amor supera a matemática, mesmo sendo nós tão educados para respeitá-la fielmente. O amor supera a dor, supera o dinheiro e supera a morte. Porque o amor se dá na mente, e a mente é incurável, simplesmente. O instinto excita a violência, e a balança interna força a submissão em nome da paz. Oscilo entre possessividade e tolerância. E a esperança aparentemente inabalável se gasta aos poucos, dia a dia. Um fantasma me acalenta em forma de serpente, e enche meu pulmão com sua viscosidade tóxica. O medo nasce do amor, e pelo amor será vencido. Como eu disse, o amor é masoquista, e toda dose de amor vem com uma de medo da qual eu não vou abrir mão. Não dessa vez, não de nenhuma. Sou cachorra inteligente, porta manipulada. Esquizofrenia enclausurada. A que pressente, alerta, e que não desvia do próprio destino infeliz. "Ah, mas ela o fez porque quis". Meros mortais. Não entendem que a minha esperança depende do meu sacrifício sempre. Ou morro, ou morro. E tudo em nome do amor.

Mania n°13: Sempre querer estar limpa, fresca e sem sede para fumar.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Confessionário:

Querido, não gosto de você. Gosto do seu pau. Querido, não te quero mais perto, te quero morto. Querido, o que diz a minha agenda é passado morto depois de posto sob tortura. E você não é quem está escrito lá. Querido-futuro-morto, você precisa sofrer de alguma forma, e por isso estou me aproximando. A minha confiança foi devorada, corroída, depredada. O desgaste foi tamanho que tornou-se algo irreparável. Agora você só é um futuro cadáver. Uma vítima que outrora fora facilmente minha e agora está aí se decompondo, nas mãos de uma necrófila qualquer. Alguma bactéria nauseante.
Engulo a partir de agora, e por tempo indeterminado, meu orgulho e meu ódio. Viverei da libido violenta, e direi como se o passado intermediário não houvesse. Sorrisos, abraços e 'bom dia's. Dizem que inimigos a gente vê de perto. E você não sabe do quão perto eu sou capaz de estar.
Eu sou uma bomba-relógio, querido. Você não sabe. Você não teme. Ignorante como a própria carne envolta em um desejo egoísta e corrosivo. Inconsistente e imaturo. Prato cheio para o meu mais novo degustar.
Não tome cuidado, não fuja. Não vai dar certo mesmo.
Estarei lá.

A uma víbora deliciosa.

   Você me inspira do útero às unhas. Me instiga a ser má, e a ser superior. A você ou a qualquer outro. Estou tão acostumada a ser fraca que essa súbita autosuficiência que nasce em mim chega a ser assustadora, mas reconforta. Fiz planos para nós dois. Fiz planos para outros vários. Fiz planos para uma menina também. Agora eu percebo que a melhor maneira é o manuseio da aparência. Eis que a verdade não reina mais aqui. E percebi que as armas usadas contra mim, são as únicas capazes de derrotar os oponentes. De qualquer forma, não espero a morte me devorar as tripas. Serei tão dissimulada quanto vocês todos. E a solidão, se há de me perseguir, há de fazê-lo não importa aonde eu vá.
   Agradeço aos seus conselhos venenosos (seu adorador de víboras), aos seus elogios falsos, e à sua simpatia calculada. Desconfio da humanidade, mas a sua companhia é agradável. E uma esperança afogada em malícia - mesmo com requintes de crueldade - ainda é esperança.

domingo, 3 de novembro de 2013

Um não habitual.

   Ela o observa. Ele está absorto com seus textos, com seu novo projeto. Pretende publicar um livro. Ela o admira. Sua coragem, sua dedicação. Ela admira a capacidade de permanência que ele tem. Inclusive a paciência que ele tem com ela. Vestindo apenas um conjunto de lingerie preta e rendada, ela se senta na cama, e recosta na cabeceira. Acende um cigarro. Ela tem consciência de que está linda, mesmo com o cabelo totalmente despenteado. Brinca com os próprios pés na cama, sobre o lençol escorregadio, e expira bastante fumaça.

 - Eu já disse que te acho lindo?

   Ele se distrai do que está fazendo e olha para ela.

 - Não. Você acha?

 - Acho. - ela dá uma tragada mais forte que o normal - Diria até que... Você meio que faz meu tipo.

 - Não achei que você tivesse um tipo.

 - Na verdade eu não gosto de me ligar muito nessa coisa de aparência... Mas eu sou atraída por garotos magros. De preferência com cara de dócil.

 - Com cara de menina.

 - É. Não me entenda mal, mas você tem cara de quem tem potencial pra ser submisso. Mas essa sua atitude é ainda melhor.

 - Que atitude?

 - Dominante. Suas palavras, suas ordens... Você sabe que eu não obedeço, mas adoro ouvir você mandar.  É sexy.

 - Ah, é?

 - Aliás, você podia aproveitar pra me bater agora, né? Ou me foder.

 - Você sabe que eu não vou fazer isso. Não agora, pelo menos.

 - Sim, eu sei. Nem tão cedo. Eu... Ah, porra.

 - Que foi?

 - Nada. Esquece. Você tá ocupado.

 - É, mas...

 - Vá se foder.

 - Aonde você vai?

 - Vou fumar lá fora.

 - Assim?

 - É, assim. Aliás, vou pegar uma jaqueta que está frio lá fora.

 - E se alguém fizer alguma coisa com você?

 - Bom, pelo menos alguém vai fazer alguma coisa comigo. Ao contrário de você. Até mais tarde.

 - Não!

   Ela bate a porta e some na noite com seu maço de cigarros e isqueiro na mão. De lingerie preta rendada, uma jaqueta de couro preta, e uma sandália de dedo combinando. Completamente insandecida.

sábado, 2 de novembro de 2013

One thing.

 - Já tive vontade de te matar.
 - Já tive vontade de te estraçalhar.

 - Por desejo ou por raiva?

 - Eu não sei... Com você, raiva e desejo... Tudo se une. Como se fosse a mesma coisa.

  - Isso é excitante.