sexta-feira, 31 de julho de 2015

Eclipse, céu de sempre

Agora você me toca
Eu pedi tanto
Agora você me ama de volta
E já não obceco na tua pele
Agora você sorri, me arrasta os dedos
Quando eu já não percebo
Tu continua meu em carne e osso
Queria te beijar um pouco
Tu me deixa três marcas no braço direito
As melhores marcas que eu já recebi
Agora tu namora
Como se pertencesse mesmo
A um só lugar
E na verdade
É quase certo
Que estará aqui pra sempre
Ainda te amo
Pra sempre te amo
Ainda mais em pontas de dedos e punhos
Teus cigarros já  não me matam
Nada matará
A existência conjunta me acalenta
Se não foi magia
Não sei como fizeste
Mas és ainda o mundo que eu conheço
O mais estranho de todos
És o eu de que me lembro
Meu reconhecimento secreto
O reencontro de sempre

Além do previsto

Sexta-feira de julho
Dois estados
Avião no ar, cerveja na veia
Caramelos nos pulmões
Amor nos pulsos
Encosta em um, encosta em outro
Deixa o peso pendular nos dois humanos
Deixa a vida gastar
Um pouco mais do dia, da noite
Da carne e da energia
Mesmo que fique tonta, vá pra rua
Não espere o demônio camuflado
Vá pra rua
Com o amor da vida, com o amigo
Ou mesmo com a família
Vá beber uma coca-cola
Apoiar no canto

Vai-se embora
Mesmo que a boemia de acabe
Mesmo sabendo que a bolsa termina
Mesmo que o universo repita
"Tu tens que se esforçar pra ser a fada"
Tinker Bell e Melody
Seja quem for o Sol dessa vez
E mesmo que Alice, Isabel
O que faz é pouco
Precisa acordar pra vida
Se quiser ser boa

Eu sinto tanto cansaço
Eu preciso dormir um pouco
Mas gasto mais
Peço socorro pra lua
Cheia, branca que só, brilhante
Me lambe no céu
Aflita
Apaixonada
Eu busco uma redenção tardia
Antecipada
Eu fico acordada
Me busco rua adentro
Deixo o ódio pra lá

Zona norte

Meus textos em inglês não têm métrica
Não têm graça, ritmo, beleza
Meus textos em inglês só têm desgraça
É a língua da morte
E não a língua da dor

Hoje eu não posso citar teu nome
Porque vou encontrar o outro
É como uma enorme traição
(Como se não fôssemos todos traíras)
Hoje eu não posso beber
Ou fumar uns cigarros
Mas talvez eu acabe fazendo os dois
Eu nunca sei
O que eu vou sentir

Ah, Marina,
Te amo tanto
Canta o meu desespero
Eu preciso do colo de alguém

Ah, querida cidade
É bom estar de volta
Nesse calor que me faz sentir suja
Na minha cama
Na minha tormenta de sempre

Hoje não é dia de escrever texto
Vá-se embora, menina

Reizinho Sol

You're a monster
That wants to eat my guts
I'm a' call Mr. Ed
He won't save me anyway
You're a sucker
That never licks my pussy
The right way
I wish I could burn you down
But I won't, baby, I won't
You're a monster
You only wanna make me suicide
You want to break my heart
Another time
An autre fois

Oh, darling
When you think of me
You see this girl
That tries so hard to make you happy
That cares a lot about your brain
You see this girl
That says so much about
How fascinating you are

You never think
About the jokes we could share
About the laughs we could give
As kisses through the air
You never think
About how happy we could be
If we could make it us
Not you, not me

When you sing to death
When I hear your voice
When I watch through your eyes
Those eyes so dark
Everything
Goes down
Everything
Gets sad

And you won't change that
You think it's beautiful
When ungly
Wonderful, while dead

You're a monster
A ghost
A vampiric thing
You think my hope
Will make you happy
But you don't want any hope
You only want to say
The fucking last word

"I am the fucking king"

Dejavu 07

Meio de ano
Pra ser sincero
Pedras na beira da praia
O suicida de julho
Sol, água, exaustão
Espelho de espaço-tempo
Algo que quebra por dentro
Algo que machuca os pés

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A lua e os lobos da noite

Ei, moça
Me empresta um trago desse teu cigarro
Antes que eu me apaixone
Por esse teu cheiro de nicotina
Ô, moça
Me vê só um cigarrinho desse
Deixa eu acender no teu
Te faço um verso
Não sei por quanto tempo
Vou ter que esconder que sou má
Seis tragos, nada mais
Prometo que viro do avesso
Pro lado certo de novo
Ah, esse cheiro, moça
Esse mar
Essa poluição particular
Me cede um pouco de morte
Que nem tudo aqui é bom
Que a vida também doi de vez em quando
Eu juro que me esforço
Não quero o maço inteiro
Que a minha dor tem validade
Eu fumo, mas não é por vaidade
Também não por vício
Só quero um veneno de rato
Só de vez em quando
Em noite de lua cheia

Pra ser sincero - Engenheiros do Hawaii

Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos

Pra ser sincero
Não espero que você
Minta
Não se sinta capaz
De enganar
Quem não engana
A si mesmo

Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Não deixam suspeitos

Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijo sem paixão
Crime sem castigo
Aperto de mãos
Apenas bons amigos

Pra ser sincero
Não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma
Ao diabo

Um dia desse
Num desses
Encontros casuais
Talvez a gente
Se encontre
Talvez a gente
Encontre explicação

Um dia desses
Num desses
Encontros casuais
Talvez eu diga
Minha amiga
Pra ser sincero
Prazer em vê-la
Até mais

Nós dois temos
Os mesmos defeitos
Sabemos tudo
A nosso respeito
Somos suspeitos
De um crime perfeito
Mas crimes perfeitos
Nunca deixam suspeitos

Turismo

São tantos sinais
Que eu encontro no universo
Que chega me doi a cabeça
Eu não sei onde me enfio
Com tamanha enxaqueca
Não sei onde descalço meus pés
Triturados como tijolos
De tanto seguir o carneiro
Morro acima e abaixo

Estou exausta
Só queria a minha casa
Minha gente
Meus monstros de sempre
Nada de carro, avião ou serra
Nada de terra, nada de mar

Meu velho concreto,
A calçada suja,
Aquela velha buzina na janela
Quero minha cama, meu cobertor
Mais do que ser amada
Estou me perdendo por aqui
Sufocada e tonta
Em excesso de tudo
Turista demais do mundo

Só e transbordada
Que chega doi tudo mesmo
Que chega me faz um caco
Me acaba de vez

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Alice, wake up!

Não mais te conheço
Não mais te enxergo
Não mais te leio
Se quiseres, busques minha voz
É só
Tudo que precisas saber é isto
E este diálogo se dá por encerrado
Agora sou surda, cega, louca
Alice acordada
Alice no mundo real
E não no portal mágico
Alice não mais cabe ali

Girassol

Ô, Girassol, me ajuda
Prometo não brincar de bem-me-quer
Eu só preciso de um pouco de sensatez
Eu sei que amaste outra
Eu compreendo
Mas não foge, não some
Eu me sinto tão culpada
Te esfregando esta sujeira
Lembra de como era?
Quando a gente conversava
Ô, Girassol
Fica
Vamos ouvir música juntos
Não sei lidar com essas coisas, sabe?
Desculpa
Eu não quero estragar tudo
Mas o que eu faço
O que eu faço, Girassol,
Se o meu coração não é sensato?
O que eu ponho neste maldito buraco
Que existe em mim?
Ô, Girassol, promete
Que vai me fazer companhia
Quando o sol se puser
Quando eu já não souber aonde ir
Promete que me fala de coisas bobas
De tu, do resto
Me fala das tuas flores
Eu sempre vou tentar
Ser a pessoa mais gentil contigo
Às vezes é o que me salva

Desconfortável

Não.
Não serei boazinha.
Porque não me confio à tua malícia.
Porque trancafiada está a fera
E assim deve permanecer.
Não serei boazinha
Pois não é do meu feitio.
Porque apesar das pernas fechadas,
Porque apesar da fachada
E dos vasos de flores na janela,
Teu nome já não me veste bem
Quando agoniza a pele em brasas.
Porque ainda contas a validade das coisas.
Porque ainda te faz de fraco,
Quando não te consideras tal ser.
Porque cansei-me do tanto que tu me cansaste.

Não minta,
Não invente,
O mundo não segue em contramão.

Talvez eu subestime a tua ignorância às vezes.

Bem, siga os teus quereres
Sejam eles quais forem.
É isso o que todos fazem.
Segue-te a ti mesmo,
E não cante que te importas
Com qualquer periferia de tu.

Nada disso me cabe.
Nada disso me importa.
Nada disso é escolha minha.
Tu buscas terreno,
Obsceno de tão imoral.
Não sou
O teu reflexo no espelho manchado.
Não sou
O teu quebra-cabeças,
Teu hobby,
Tua diversão de fim de férias.

Só te tratarei como humano
Quando o fores.

O medo e a chuva

Sai, algema, solta
Essa tristeza cansada não me pertence
Sai, corrente, solta
Eu quase nunca me esqueço que sou gente
Por um instante parece tudo perto
Depois tudo lento
Eu preciso de mais disposição
Eu preciso poder brincar de nada

Onde é que eu ponho meu rosto quente
Ou as minhas costas expostas?
Cadê aquela menina
Pra me ensinar a abraçar os próprios joelhos?

Meus olhos apenas caem
Hipnose
Reconheço esse estranhamento
É tudo normal
Se eu descansar tudo melhora

Bonfim

Quem fechou minha janela?
Agora a flor se acanha
O céu desceu
Resolveu escorrer ao meu redor
Que água é essa?
De um canto estranho
Me encolho na minha bolsa

Quem é ele?
Que falta.

Minha pele arranha só
Meus pés se despedaçam
Não achei que fosse assim que funcionasse

Me dá uma força, senhor
Tu sabes que as minhas intenções são boas
Eu tenho um tipo de fé
Que não entendem
Contida
Fora do alcance dos olhos alheios

Eu tenho um tipo de fé
Que doi por dentro
Preciso de paz e força
Pra ser quem eu devo ser

Porque se eu não o for
Só me resta a morte
E eu não quero
Não posso aceitar

Me disseram um dia
E eu acredito
Me colocaram aqui
Tem um motivo

Eu giro o ponteiro do relógio, quebro ele

Não quero que o verão volte
Não quero que o ano acabe
Logo agora que tava tudo voltando pro lugar
Não quero ser outra
Não quero ir embora
Agora que tava dando certo
Não choro, não berro, não fumo
Eu tô ficando bem
Não quero outra leva
Para aqui em julho
Não traz agosto
Não traz o resto
Deixa assim

Sal, sal,

Escrevi um texto
Meu pai não leu
Escondi no sutiã
Toda a minha vontade de morrer
Não pretendia tirá-lo tão cedo

Peguei uma praia
Biquíni apertado
Sufocando no peito
O amor pelos meninos de julho

Não sei o que há com o momento
Em que o ano se parte em dois
Estou sempre a subir
Mais um degrau
Um por século

Precisava lavar a cabeça
Ele me acumulava nos cabelos
Como poeira no chão da sala

No pulso vermelho,
O pedido declarado
Não podia contar
Mas todo mundo sabia

E na roupa toda molhada, areia
A vida salgando os lábios
Em vez de incomodar perto do elástico

Paciência e colaboração
Era o que coloria
O livrinho da rotina
Era o que molhava
O meu cordão

Era o que me tirava de casa
E me salvava de mim
De morrer

O vento e o sol, mas de lá

Põe na conta
Os dois maratonistas perturbados
O desagrado de sempre
E o menino
Que se esquece de ser gentil
Põe na conta
O sol da Bahia
Um desenho animado
Os hemisférios do frio e do calor
E põe na conta
Dois estados
O de felicidade
E o de tristeza

Amor profundo
Vida rasa
Três voltas no farol
Pela manhã

E não se esquece
De contar o mar
Gota por gota
Pétala de flor
No cabelo, no carinho

Risadas contabilizadas
Gritos contidos
E vamos eu e tu,
Seja quem tu for
Eu e o universo

Converso dentro de mim
Limpo minhas asas
Água fresca
Nas penas

Todas as dores
Pequenas
Pequena
A vida também é
A gente finge que não

Menino no ar

Hoje eu recebi um sinal teu
Vez em quando recebo
Não doeu
Li tuas mensagens
E aí?

A vida continua
Exatamente a mesma
Não me dispara o peito
Não me falta o ar
Não tenho vontade de chorar em público
Da última vez que eu fumei, foi por uma briga com meu pai
Não tenho tempo
Para perder com a tua pirraça
Tenho que me ocupar em ser feliz

Eu vou ali
De um lado pro outro
Pinto os meus futuros
E tu praticamente inexiste
Fora de uns rasgos de poemas
O que são vinte entre novecentos?
Ainda sou Isabel
E sei que a vida só pode melhorar
Dentro da minha cabeça

Ô, menino
O que esperas de mim agora?
Que eu seja humana?
Que eu seja fraca?
Tenho um tanto de decência
Usarei contigo
E me vou dormir

Ao menos escrevo novamente
Estou livre
Livre dentro de mim
Nenhuma paixão vale isso

Resquícios, rezas, reciclagem

Tenho o braço ainda sujo
Três traços inúteis
É claro que me importa
Se isso te machuca ou não
Porque quando distante
Quando volto a ser humano
É isso que sei fazer,
Me importar

Mas não é como se fosse mudar alguma coisa
Ainda que meu braço continue sujo
Ainda que eu não encontre pretexto
Ainda que os versos teus continuem teus
Já fui embora

Eu sou melhor nisso do que tu podes imaginar
Mesmo deixando recados
Mesmo beijando o passado
Eu vou matando pedaço por pedaço
Ateando fogo
Quando já vejo há tanto desgosto
Plantado por toda a parte
Que torna-te obsoleto à minha pele

Se quiser,
Se estiver disposto
Aparece qualquer dia desses
Dá um jeito

Se souber,
Se tiver algumas respostas
Para as únicas perguntas que me restam
A gente de repente conversa

Se eu puder ajudar
Em alguma coisa
Ajudo

Mas te amar você sabe,
Eu não amarei
Como não me amastes
Como não me amarás
Como não sabemos
Ou conhecemos
Amor

terça-feira, 28 de julho de 2015

Se

Se eu soubesse para onde vou,
Encomendava flores,
Sabendo que no caminho não as encontraria.
Se eu soubesse para onde vou,
Eu decorava a letra
De todas as minhas músicas preferidas,
Sabendo que lá não poderia ouvi-las.
Se eu soubesse para onde vou,
Levava um livro e não um caderno
Para fugir de tudo no lugar de absorver toda a paisagem.
Se eu soubesse para onde vou,
Eu enchia a bolsa de mentiras e quadros bonitos,
Para pendurar nas paredes
De onde quer que eu estivesse.
E anotava numa folha colorida
Todas as coisas boas de agora,
Para que depois me lembrasse
E não sentisse medo ou remorso.
Se eu soubesse para onde vou,
Eu não depositava tanta esperança no mundo,
Contando sempre com a possibilidade da frustração.
Como não sei,
Não sei para onde vou,
Tento chegar até você.
Tento te levar junto
Para onde quer que eu vá.

Teoria do silêncio

Hoje eu não vou me machucar.
Hoje não vou enfeitar meus pulmões
Ou acariciar minhas asas
Ainda meio ressecadas.
Que frio fazia naquele lugar.
Doía, mas era bom.
Hoje não vou gritar,
Sacudir as pernas,
Pedir ajuda.
Hoje não vou transparecer irritação
E hoje não vou me deixar chorar.
As lágrimas que se engulam.
Meu corpo quente há de evaporá-las.

domingo, 26 de julho de 2015

Almas de rato assustam elefantes

Fecho as pernas.
Esse blues ainda é teu.
Eu gosto dos meninos magros
E das meninas de gargantilha.
As músicas que eu ouço
Só fazem sentido para mim.
Já não se justifica tanta procura.
No fim das contas, o que alcanço me escorre pela pele e sai no banho.
Tu eras um absurdo, sei disso.
Mas o teu nome era de longe o mais bonito.
Tu eras bonito.
Tu eras sujo.

Quem és tu?
Não te conheço.
Aonde teus passos te levam?
No que desacreditas fielmente?
Como se cruzam os traços da tua face?

Eu preciso de um pouco mais de tempo.
Mesmo que a verdade nunca seja dita.
Eu preciso de outra noite de sono
E de algumas pausas para forrar o terreno.

Agora não.
Hoje não.
Semana que vem.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Você e o resto do mundo

Fui fumar o cigarro que você me ensinou a fumar.
Outro dia eu bebi uma lata de cerveja.
Já não me reconheço.
Estou tão sozinha quanto sempre fui, na verdade.
Nada muda.
Tentei de novo fugir, mas é tão difícil...
Amor, é tão difícil.
Eu não sei calar minha boca,
Nem fingir que não enxergo as coisas.
Não posso.
Eu falo demais, eu falo o que penso,
Mas não importa, os arianos são todos assim.
Não sei por que tem tanta gente orgulhosa
Dentro e fora de casa.
Você chega e precisa de mim
E me convoca.
Meu pai precisa de mim
Minha mãe precisa de mim.
Quem é que vai chegar pra mim
E perguntar como é que eu tô?
Ninguém se importa.
Ninguém quer saber.
São todos estúpidos, egoístas, humanos.
Por que eu me importo tanto?
E todo mundo se cansa.
Eu não sei o que eu estou fazendo,
Mas está tudo igual
Como sempre esteve dentro de mim
Um lixo
Um desastre
Uma catástrofe.
Eu tô pronta pra me matar.
Não aguento mais lutar todos os dias
E precisar suportar a minha companhia
Já não suporto a de mais ninguém
A solidão me rasga todos os dias
Todas as horas
Existir doi.

Jout Jout - 50 perguntas e meia



1. Você gosta de pudim?
2. Qual a sua série favorita?
3. Você prefere vogais ou consoantes?
4. Você já conseguiu ganhar alguma partida de War?
5. Você deixa o seu celular pra vibrar ou pra tocar?
6. Você sente prazer em espremer cravos?
7. Você já brincou de "pin, pin, pin, pin poin, pin, poin, pin, pin, pin, pin"?
8. Você gosta de Romero Britto?
9. E de Jorge Vercilo?
10. E de Ana Carolina?
11. Se você pudesse parar numa idade, em qual idade você pararia?
12. Você se parece com o Dwight?
13. Se sim, num nível saudável?
14. Debaixo da sua cama e box ou bicama?
15. Você hidrata o seu cotovelo com cuspe ou com hidratante?
16. Você escova o dente antes de tomar café?
17. Se sim, por que você faz isso?
18. Você tem cicatrizes?
19. A cama da sua barbie era uma cama de barbie pequenininha ou um aglomerado de fita cassete?
20. Você abre o olho debaixo d'água... no mar?
21. Qual o seu signo?
22. E ascendente?
23. E lua?
24. Isso significa alguma coisa pra você? (Gesto de bater os cotovelos um no outro)
25. E isso? (Gesto de bater o lado de fora dos punhos um no outro)
26. Se uma pessoa que você ama está deitada numa rede, você pede pra se juntar a ela?
27. No seu miojo vai só o tempero ou algum outro ingrediente?
28. Que filtro você costuma usar no Instagram?
29. Qual o seu video de gato preferido?
30. Você gosta de JoutJout?
31. Quantas vezes por dia você carrega seu celular?
32. Você fala /píxar/ ou /pixár/?
33. Qual é o seu filme favorito da /píxar/... ou /pixár/?
34. Sete a um foi pouco?
35. Que time é teu?
36. "How are you doing?"
37. Quando te dão mantinha no avião, você leva ou você deixa?
38. Quão rápido você consegue falar seu nome ao contrário? O meu é Ailuj.
39. Quando você sai do banho, você se enxuga de cima pra baixo ou de baixo pra cima?
40. Você dobra as suas roupas assim (em duas partes) ou assim (em três partes)?
41. Você já ligou pra decidir o final de "Você Decide"?
42. Você acredita na energia dos cristais?
43. Com que frequência você faz tatuagens de Henna?
44. Você já viu o filme "A Árvore da Vida"?
45. Gostou?
46. Você tem um escudo contra vacilão?
47. Você já leu "O Segredo"?
48. Você conhece a Inês Brasil?
49. Qual a sua opinião sobre ela?
50. "Valeu a pena? Ê, ê."
50,5. Se você pudesse escolher três amigos pra -








Ar

Preciso parar de abrir teu blog.
Preciso parar de sentir tua falta,
Parar de me buscar em você,
De esperar o teu retorno.
Improvável.
Preciso parar de temer-te tanto
Que chego a temer os outros.
Ninguém tem nada com isso.
Nem você.
(eu acho)
Preciso ir embora,
Mas nunca tive pra onde.
Quando te amei,
O plano era fugir até você.
Preciso desfazer tua imagem de monstro,
Tornar-te fraco
Na minha lembrança deturpada.
Daqui és sociopata,
Manipulador, psicopata,
Com traços sérios de esquizofrenia
E bipolaridade.
Daqui, sofres de depressão profunda
E és manipulado por outra
Doente mental.
Quem em sã consciência
Acreditaria num espírito
Que fala com pessoas?

Estou tão cansada
De bater na mesma tecla,
De não respirar direito.
Estou tão cansada
Do medo de andar na rua,
Do medo de estar sozinha,
De fugir do sol
E do frio.
Estou tão cansada de tudo.

Eu adoeço,
Não peço socorro,
Tento não me afundar em mim,
Mas quase não há borda
Na qual me segurar.
Eu mergulho um pouco,
Descanso os braços
E volto em quase asfixia
Buscando mais três doses de ar.
É pouco.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Seasick

Agora se eu pudesse eu vomitava
Depois de passar o dia inteiro fazendo a mesma coisa
Ou duas coisas vazias
Indo pra lá e pra cá
Com o rumo perdido entre os pneus
Dos carros nas ruas que atravessei
Agora, faminta
Vejo que tudo cansa,
Tudo me incomoda quando se acomoda
E eu devia comer,
Mas só tenho vontade de vomitar
E aí penso em você,
Em mim,
Em como me sinto suja
Eu queria poder arrancar essa minha pele
Tacar fogo nela
Para não sentir toda essa imundície
Eu queria não sentir essa insatisfação agustiante
Solidão, tédio, vazio
É como se o mundo morresse
Eu queria não sentir mais náuseas
Quando ouvisse teu nome
Ou qualquer coisa que remetesse
À tua imagem
Eu queria que qualquer desgosto meu
Fosse menor, fosse aceitável
E me permitisse seguir em frente
Mas eu sou um desastre quando se trata de tudo
Eu não funciono
Eu não dou certo
Eu me sinto uma grávida
Num barco
E balança,
Balança,
Estou com fome
Quero vomitar o meu estômago

domingo, 12 de julho de 2015

Self-harm-hate-salvation

I'm a bad girl, painting
I'm a bad girl, still awake
I'm a bad girl, begging for help
Screaming to everyone, just go away
I'm a bad girl, I want to be alone
I want to cut myself and suicide
I'm a bad girl, hopeless, angry
I'm a bad girl, I need some faith
I'm a bad girl, I eat everything
I'm a bad girl, I feel so sick
I wanna puke, I'm a bad girl
And I should die
I try to be
I have to be, a good girl
But I am bad, so bad
I'm a bad girl, there's no excuse
I'm a bad girl, I won't move on
I'm a bad girl, I won't save anyone
I'm a bad girl, I deserve no help
I'm a bad girl, I can't be saved
I am a bad girl, I have to stay inside
I am so bad, I may not sleep tonight
It's three, three, three, it must be a sign
I'm a bad girl, I think I should suicide
I'm a bad girl, I feel so guilty, so insane
I'm a mad girl, I'm almost sure, I almost am
I'm a bad girl, maybe depressed
I'm a bad girl, you should try this time
I'm a bad girl, just do it
I'm a bad girl, I must tell you that
I'm so very bad, just kill yourself tonight
I'm a bad girl, I'll ignore you
I'm leaving, I'm bad, It's heavy
I'm a bad girl, I won't go to sleep
Neither cut myself
Neither kill myself, but
But I am bad, I swear
I'm a bad girl, I'll go to hell
Not just because I repeat
That god doesn't exist
I'm a bad girl
Because I curse goodness
Because I don't believe
In myself

sexta-feira, 10 de julho de 2015

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Anemia

O desânimo me tomou
E cada vez que eu colocava
Mais uma bala
Dentro do cofre de esperança
Eu esperava que
A bala não fosse derreter
E sujar tudo
Dessa vez
E lá ia se formando
O grude de caramelo e plástico
Meu peito já não é mais tão elástico
Eu me senti assustada,
Triste, exausta,
Faminta
O dia sempre estava pouco frio
Ou frio demais
E eu nunca dormia direito
Eu precisava colorir mais um pouquinho
Arrumar mais doces
Apostar mais em coisas
Que eu não tinha vontade de fazer,
De resolver,
De ver que existiam
Mas eu colocava meus pés
Pra fora da cama,
No chão
Enfiava meu corpo
Debaixo da água
Mesmo que o banho
Fosse uma tortura lenta
E mesmo que debaixo da coberta
Fosse tão incômodo
E doloroso
Eu tentava mais uma vez
Dormir mais cedo
Enquanto fugia dos olhos
Da minha mãe
E ainda fugia do céu
E da calçada
E do mundo lá fora
De tudo que importava
Eu estava tentando,
Mas sem vontade de nada
De gente, de ser feliz, de me mover
O desânimo era meu dono
De verdade
E eu me perguntava se isso era depressão
Não me dei ao trabalho
De avisar a minha terapeuta
Ou os meus amigos
Apenas desapareci
E eu nem queria comer
Mas eu precisava
Precisava comer até não me aguentar em pé
Esgotar o estoque
Esgotei-me
E então estive faminta
De carne,
De gente,
De tudo.

Recaída

Eu prometi
Que não abriria este livro.
Eu jurei pra mim
Que daria as costas
E seguiria em frente,
Afinal,
Há coisas a serem feitas,
Pessoas que me precisam,
Pessoas que se machucam
E uma vida para ser vivida.
Eu percebi
No meio do caminho
Que agora não era hora.
Tudo fazia sua devida pausa
E por maior que fosse a culpa
Que eu sentia
Por todos eles
Há pessoas que precisam ser abandonadas.
Há soldados
Que ficam
Para trás.

terça-feira, 7 de julho de 2015

O dedo (e os espinhos)

Você é assim tão burro
Que nem sabe o que é
Que não se conhece,
Não se observa,
Não é capaz de perceber
Os próprios erros
Você é tão seguro de si
Em todo o seu estúpido brado
De coragem e destruição
Você é tão conhecedor
Das minhas fraquezas
Você nem teve o trabalho
De procurar me conhecer
Não foi necessário
Eu te entreguei tudo de bandeja
Como um manual simplificado
O que dizer e o que fazer
Para me ejetar da história
Você nem mesmo sabe ser honesto
Sempre que tenta
Se machuca
Propositadamente
"Esse não sou eu,
Não posso me exibir assim tão fácil"
Você nem mesmo tenta
Ser humano
Se importar com a humanidade alheia
Você nunca pretende
Trazer algo de bom
Para alguém além de si próprio
Você insiste na enorme importância de si
Para o mundo
E implora escondido
Para que todos sintam a sua falta
Quando você fingir que foi embora
Talvez alguém realmente se importasse
Se você fosse um pouco menos egoísta
Talvez ela te convença
Com suas palavras insanas e previsíveis
Mas eu duvido que ela saiba
Sobre o que realmente importa
Ela é uma criança
Iludida, louca
Ela nunca vai te tornar mais especial
Pro mundo
Você sempre vai se ver no espelho
Da mesma forma
Bonito e dispensável
Mesmo que ela chore a tua falta
Isso não vai te salvar do próprio medo
De ser esquecido
O mundo nunca vai saber quem você é
A sua existência é banal
E você nunca vai viver com isso
E me irrita que você consiga manter
Toda essa farsa
Quando todos os dias
Eu enxergo a maldita verdade
Sobre quem você é
E eu vejo por trás de tudo que você escreve
Eu te conheço como você
Jamais admitiria que é
Seu narcisismo
É um apelo desesperado
Pelo perdão da tua alma
À tua inutilidade perante os outros
Você é patético
Se acha importante
E agora eu sei
Que eu fiz tudo que eu podia
E você continua
Exatamente igual
Ao que eu conhecia
Tão inseguro
Pronto pra se autodestruir
Fingindo que nada te atinge
Finge tanto ser invencível
Porque já se dá por vencido em algum lugar
E doi
Eu sei que doi

E doi em mim
Que você seja assim

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Obliviate

Apago teu nome da minha correspondência
É só questão de tempo até que eu me esqueça
De quem era aquele endereço
É só questão de ocupar a minha mente louca
Até que eu já não me lembre
Quem eu era
E já não possa deduzir
Pra quem eu escrevia tais poemas
Quem sabe se eu der sorte
Eu erro o destinatário
E o remetente
E no final das contas
Uma lembrança falsa
Uma confusão tremenda
Acabe sendo a solução
Dos meus problemas
Eu poderia ficar em paz
Se te esquecesse

Tapete, tecido, tripa

Erro meu
ter ido salpicando teus vestígios
por todo o corredor e quartos
Eu via beleza
em todo aquele pó:
cintilavam as cores
e agora todas elas se decompõem
Há tantas coisas estragadas
lixo por todo lado
Eu preciso limpar
cada canto
escondidinho:
os rejuntes, as dobras, as pontas
Eu preciso limpar
a casa toda
para não te esbarrar por acaso,
sentir teu cheiro
e me deparar com outra crise alérgica
Meu pulmão piora quase todo dia
São os escritos,
as vozes,
as fotografias,
e até as cicatrizes
(como eu me livro delas?)
Foram-se
conversas e nomes
Foi-se um pouco agora,
o que eu me lembro,
números,
pontes,
os pontos só vão sair
mês que vem
talvez
A única sujeira
perdoável
em toda essa lama asquerosa
na qual você me fez chafurdar
é a que aqui mora
porque o que nasce
nos órgãos internos
nada alcança
É sagrado

Tenho boas mãos e ouvidos, estranho

  Querido alguém,
Te escrevo esta carta na esperança de que o universo a faça chegar até você. Eu sempre fui fã de cartas e espero que você aprecie isso em mim. Também espero que entenda o meu gosto por artes manuais e que goste de comer comigo. Eu gosto de comer muitas coisas e adoraria ter companhia nesses momentos. Eu sou muito sozinha, entende? Apesar de ter família e amigos, eu sou sempre muito sozinha. Por dentro. Espero que você me compreenda. Empatia é fundamental. Também paciência. Eu prometo ser sempre (ou quase sempre) paciente com você. Prometo prezar pelos teus sonhos, hobbies, carreira, amigos e família. Prometo me esforçar para que tu seja feliz como precisar ser. E peço em troca que se importe. Que me ouça e me observe. Que esteja comigo. Eu posso ser a pessoa mais compreensiva e bondosa que você já conheceu. Eu juro. Eu vivo para tentar entender as pessoas. Se eu dissesse aqui todos os meus gostos, não seria justo com a minha capacidade de adaptação.
  Pensando bem, direi assim mesmo. Eu gosto de escrever, de ler, de pintar, de nadar e de cantar às vezes. Tenho medo da solidão, de trocar olhares com desconhecidos e de andar sozinha à noite. Amo borboletas, odeio percevejos. E prefiro cachorros a gatos. Estou cursando psicologia e a minha autoconfiança é bem instável a respeito de qualquer coisa. Prefiro o frio a calor e amo dias chuvosos, apesar de eles mexerem um pouco comigo. O assunto sexo me assusta, porque não sei tratá-lo como um acontecimento normal. É sempre demais ou de menos e isso me incomoda. Eu não sei equilibrar bem as coisas, embora a minha terapeuta diga o contrário. Meus pais são muito importantes para mim. E ter uma companhia real também. Espero que você seja real.
  De alguma forma, eu sempre acreditei nos sinais minúsculos e absurdos do universo para me mostrar a minha própria vida. E eu não quero que ela seja tão triste. Por isso, por favor, me encontre. E se um dia for embora, por favor, seja gentil ao me machucar.

sábado, 4 de julho de 2015

Peter, Alice, Dinah

Te amo cada vez mais quando te leio
Mas te mato todos os dias
Quase não me resta piedade
Não te confio
Absolutamente nada
Já não te quero por perto
Apesar de sentir tua falta
Te rejeito fielmente
Todas as horas
Preciso ir embora
Preciso ir agora
Repenso o tempo inteiro
Mas é fato
E está feito
Eu já te odeio
Já te apavoro
E por alguma razão
Abominável
Já não confio
Em quase nenhuma outra pessoa
São todos loucos varridos
Todos perderam suas cabeças
Onde foi parar
Essa maldita rainha de copas?
Eu estou partindo
Novamente de dentro de mim
E já tudo me incomoda
E já não é possível
Mais te amar daqui
Você enlouqueceu
Te odeio por isso
Mas todo mundo sabia
Que não tinha escapatória
Era provisória essa farsa
Nenhum futuro promissor
Foi plantado
E não adianta replantar a morte
É não só estúpido
Como suicida
E não me aguento mais em masoquismo
Já é tempo
De renovar a despedida
Minha partida se refaz e refaz
E mesmo que eu me parta
Em outras mil
Não é rezar mentiras
Que vai me salvar
Do medo de estar só
Eu sou Alice
E essa é a verdade mais verdade
Que todas as outras
Porque não me conheço
Além do nome
Mal sei do meu tamanho
E mal sou capaz de recitar
Os versos de sempre
Estou só
Em meio a toda a mudança
Permanente
De todos à minha volta
Do ambiente,
De mim própria
Espero acordar a qualquer hora
E descobrir que estou a salvo
Fora desse hospício de mim
Já me basta
Preciso de paz acompanhada
Será isso assim tão difícil?
Contigo
Também saiu errado
É o resultado de sempre
Mas eu quero mais
Eu quero, preciso
Há esperança
Vai dar certo alguma hora
Perseverança e paciência
E permaneça boa, Débora.
Sempre boa.
Gentil, todos os dias.
E ame-se por isso.
Eu me chamo Alice.
Mas dará tudo certo no final
E eu vou rever Dinah.
Adeus de novo, Peter.
Adeus, coelho branco.

Anatomia breve

Tenho a coluna enraizada
Nas penas do meu travesseiro
E uma dor atravessada
Na minha exaustão de
Todos os dias
Precisar abrir os olhos
Pesados,
Quentes,
Escassos

Perto do portão do prédio

Há um velho sentado
Na calçada
Conformado
Com a decomposição
Do seu amor
De tantos anos

Há um louco
No meio da rua
Batendo palmas
Para uma moça
Que se diz
Maria Antonieta
Na ponta dos pés
Dançando
No meio da praça

Há um cachorro
Deitado na cama
Há semanas
Com o pelo embolado
Faz tempo
Que ninguém
Lhe dá um banho
E se enrola
Na coberta
Solta
Seus ganidos
Matinais
Porque
Não sai de casa
Nem do quarto
Come ração
Petiscos
Come a comida alheia
Sorteia
Algum troço
Pra lamber
E outro pra rasgar

Gruta

Eu tenho olhos
De quem quer chorar
Sobre
O fim da amizade
Da série

Ou fim da despedida
Da fé que eu tinha
Em alguém que
Por acaso
Sabia
O que eu queria

E me fez finalmente acreditar
Para despencar do prédio
No duzentézimo andar
Do arranha-céu
De esperança

Tenho também
Costas arqueadas
E um peso diário
Que doi
E repuxa
As tristezas tortas
Até o estômago
Embrulhar-se
Todo

E afinal,
Além do medo
E da culpa

Da tristeza
Da dor
Da agonia

Eu tenho pés
Enraizados
Na madeira
Desafixada
Que sustenta
O colchão,
No chão,
Nas paredes brancas
Sujas,

E um enorme espelho
Que acolhe
Todo corpo
Renomeia
E dá sentido

Eu tenho vontade
Entendimento
E ciclo

Planta que chora
Como a gruta
Que apenas escorre
Pinga,
Pinga
Existe
Sobrevive

É atração
E ainda contém
Certa beleza

quinta-feira, 2 de julho de 2015

"You are the love of my life. Everything I have and everything I am is yours."

Barney Stinson to his daughter.

208 episódios

Falar só um pouco
Bem pouco
Dos episódios
E personagens
Pessoas
Acontecimentos
Falar um pouco
Sobre esse choro
E sobre todas as coisas
Que não podem ser ditas
De qualquer forma
Eu não posso mais escrever
Queria ouvir sua voz agora
A sua voz
Me parte o coração
Toda vez que
Eu preciso realmente
Ouvir a voz de alguém
E a pessoa não
Pode
Falar comigo
Quem são essas pessoas?
Onde está a minha vida de verdade?
Eu me sinto tão sozinha
Tão sozinha
Eu realmente acreditei em você, garoto
Não me lembro mais
Como é o som
De ser reconfortada
O que é amor?
Eu estou bem sozinha
Bastante

E o destino
E o que a gente faz
E os enganos
E as mentiras
E as promessas
E a compatibilidade
E paciência
Onde entra tudo isso?
E por que sempre doi?

Não sei quem sou
Não tenho razão para estar
Gostei de fugir um pouco
Quero chorar mais um bocado
Me sentir um pouco mais úmida
Que a cidade fria

Me sentir um pouco mais quente
Com a sua voz vazia
Mas ela foge como um fantasma

Em um sopro
Eu já não te conheço
E não te amo mais