sábado, 31 de dezembro de 2016

Clock

Always in a rush
Sleep, eat, run
You gotta be aware
Are you there?
Get up
Open those eyes
Who are you talking to?
Wake up
Always in a hurry
Make it quick
Finish
We have no time
You're late
You're gonna lose the train
We're gonna lose the vain
You're gonna waste your life
We gotta go
Could you consider going any faster?
You're so low
Must be some sort of a princess
I don't know

sábado, 24 de dezembro de 2016

Verão

As flores que se atiram ao chão
Quando morre a primavera
Apodrecem
Ao longo de um quintal
Que não é meu
Eu
Úmida, te amo
Criando mofo
De tanto te esperar

Family Night

A solidão me arranca
Do mundo, do espaço
A depressão me porra
Num canto
E o resto me assiste sangrar
Dois olhos abertos
E o sereno martelo
A martelar
A voz que espreme resiste,
Aflige, certeira
Em todos os males
Em todos os pontos
Algum vai ceder,
Algum sempre cede
Desencanto.

Desbota,
Descolore,
Desaparece.

Com os fios
Que arrebentam do escalpo
Eu teço uma corda
Pra laçar o meu pescoço
E se não é isso
O ensurdecedor alento
Dos pássaros
Me cava e soterra no ar

Com que propósito
Eu deveria sequer cantar?

O silêncio me doma
Os sorrisos sinceros
Desfazem minha face
Tão dócil, tão gentil
Tão lá mas que cá
Tão nada.

Eu queria poder estar ali.

Se me mata
Um último verso,
Friamente,
Para não mais arder
Essas entranhas
Que de mim querem saltar,
Eu deixo que desfaça
O mundo inteiro
A solidão, a fala
E janeiro

A dor fica
Tudo que eu quero é descansar.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Mermaid

I though I was dying
So I brought up a name
I drawn my hair pink
Made it some sort of a wig
So I wouldn't have to live
Just a fantastic version of me

It didn't, didn't work
I was fading away, again
Crying on the knees of my guitar
Begging for it not to
Leave me on my own

He sure wanted some color
But mine was fading
Had no name left
My new one was weak
Didn't last a week
Oh, didn't last

Always desperate
Oh god, Marina,
Tell me what to do
I want it blue
I want a fucking rainbow
On my head
For god's sake
I'm so tired
Of being dead

Pick up a fight
That spirit says
You have no balls
Is that all?
Can't you do it any better?
You know that this is what
You wish for

Well I must deserve
That hate I put
In the mirror
And on everything I touch

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Denial

I don't want to fuck you.
I wanna hold you like a pillow
A quick play of my lonely life.

I don't want to love you.
I want some company.
Someone to fill my bed
So I won't get in panic.

I don't want to write it.
I don't want to see you.
I don't want to live.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Pop Corn

I could just live in your chest
Smoking a quick cigarette
Driking up a bitter beer
Hearing you say
It is okay, my dear

I could just die in your bed
Painting your skin a soft red
Showing up my pinky hair
I have nothing to compare
To that

I could just slip into your arms
Tell me
What else could I wish for?
I love you more
'Cause you don't own my heart

I want to come back to you

Dissonância

I had a fight with my guitar
He said don't touch me
And I felt like crying
Like I always do
But it was fine
I asked him why
He said I had another
But how could he bother
I just met you, I said
You are my lover
This what you've been
Since I've met you
He was mad at me
Wouldn't talk
Wouldn't sing
Wouldn't want me to be around
I said
He has another
Why would I bother
Why would you bother
I love you all
Are there more
He asked
I couldn't answer
So I said goodbye
And searched for my pack of cigs
Had to smoke some
If I wanted to keep myself
In here
Nice dreams, sweetheart
I thought you could help me cry
But you can't
Oh, you can't
I am alone
And I must survive like thay

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Fun

I've been fighting.
I promise you,
I've been fighting.
Trying to ignore
The force that pushes me down.
Trying to forget
That abscence that wishes me to drown.
The living voice
Inside my head
Keeps whispering for me
And you know what it says.
I repeat, tediously.
But I love him.
It will be fine, it will.
I promise you,
I'm making my biggest effort
Like I haven't for a very long time.
Solving my problems,
Fixing myself,
Trying to be pretty and get better.
You are the reason why I want to do it.
But I still feel lonely.
And I just
Can't
      R e a c h
                                                           You.
Everyday, I wake up.
I feel like crying,
Try to lie about it.
Soon enough I find a reason
To smile.
Keep telling myself
All the good things I had in my day.
Your name slips into my breath
And it gets slow. Heavy. Love.
I'm very lucky
Because I have all this.
I know I am.
And I feel lonely.

I must survive for at least
Thirty days.
Almost there.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Falta

Sinto sua falta.
Como tivesse tido chance
De beijar teus lábios.
Como tivesse tido chance
De morrer nos teus braços.
Como tivesse me perdido
Alguma vez nos teus olhos escuros.
Sinto sua falta.
Não choro, não me desespero.
Pelo contrário.
Faço planos, largo risadas, comemoro.
Estou chegando,
Espero o trem
E a vida sempre traz um trem
No qual eu preciso embarcar.
Eu nunca acreditei ou quis acreditar
Em nada, como acredito em você.
Eu quero te ver.
O amor que te tenho
Talvez tenha tido por Papai Noel e só.
Antes de me contarem que ele não existia.
Eu sinto sua falta.
Quanto tempo falta
Pra eu dormir no teu colo?
Eu marco os dias no calendário.
Cinco meses é tempo demais pra esperar.
Vamos fazer sete?
Só faltam trinta dias.
Eu preciso te ver.
Queria te dizer
Como tenho me sentido,
Como o seu nome afunda cada vez mais
E vai entranhando em mim,
Se afogando no meu sangue.
Tudo em mim grita por você.
Eu queria poder falar
Sobre o que realmente importa,
Sobre o que tem me mantido viva,
Sobre nós.
Não tenho palavras.
Tudo que eu tenho é falta,
E quanto mais se estreita o tempo,
Maior o espaço fica
E eu quase não consigo não chorar.
Eu sinto sua falta.
Como tenho sentido talvez
Durante toda a minha vida.
Eu estou indo aí te visitar.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

The Future Is Exciting

Peguei uma camiseta
Que eu tinha esquecido no armário
Pra vestir
Tinha acordado triste
Não sabia por quê
Acho que era sono mesmo
Devia ser
Queria muito escrever
Mas minha vida estava
Cada vez mais morna
Eu tinha percebido
Isso é água.
Fazia tempo que era água
E eu tinha decidido lutar
Por algo que me desse força
Pra nadar
Eu poderia tentar explicar
Mas não adiantaria
Eu não me lembro mais
Como fazer metáforas
Eu escrevo: eu e água,
Ideia roubada
E sigo meu caminho

sábado, 3 de dezembro de 2016

Evaporação

Queria dormir.
Queria escrever.
Queria cumprir minhas tarefas,
Mas sento, congelo
E penso em você.
Penso em todas as desgraças da vida,
Nos meus amigos sofrendo,
Na interminável briga com a minha mãe.
Um amigo me disse
Que meus textos não são mais os mesmos.
Não consegui esquecer.
Sei que me perdi.
Sei que não mais sou
Quem antes era.
E se um dia eu gostei de ser
Aquela alegre menina,
Ninguém nunca me ensinou
Que tudo passa.
Que quem a gente é também acaba.
Não só os dias tristes,
Mas os felizes também.
Todo começo carrega um fim.
Às vezes penso,
Queria antes terminar logo de uma vez
Com esta minha vida,
No lugar de insistir
Em perder tudo que tenho.
Desde a dor que conheço
Ao sopro distante
Da fé que um dia tive.
A única esperança que me restou
Atende pelo teu nome,
Tem os teus fios escuros de cabelo,
E todas as tristezas que confeccionam
Teu passado.
A única coisa que me ameniza os dias,
Em sua repetição insuportável,
É você.
Eu poderia dizer que de ti dependo
Para viver.
Não seria verdade.
Eu poderia alegar
Que a tua perda, como qualquer outra,
É apenas para ser superada,
Porque afinal precisamos sobreviver.
Você não entenderia
Por que tanto falo de perda
Ou por que eu tanto insisto
Em me perder.
A minha vida sem ti, seria outra.
Enxergo meus dias mais céticos,
Mais mornos e conformados,
Monótonos,
Sem você.
Você é o único que me faz
Querer lutar por alguma coisa.
Me tira da farsa
Que o mundo verdadeiramente é.
Eu sento, sentindo o gelado na minha espinha,
As costas desconfortadas.
Nego meus afazeres,
Como se eu tivesse alguma escolha perante a vida.
Você está distante,
Então eu me distancio ainda mais,
Para que a falta de sentido
Se sinta de maneira mais cruel
Dentro de mim.
Preciso aceitar a água que escorre por aqui.
Meus olhos pesam na perspectiva
De um dia que não terá fim,
De uma possível vida eterna
Que eu nunca desejei,
De mais um milhão de perdas
Que terei que aceitar.
Escrevo este texto,
Porque perdida ou não,
É tudo que sei fazer.
Eu só sei escrever textos,
Derramar algumas lágrimas
E te amar.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Ínsula

Você se deita.
O corpo despedaçado,
Imundo, um calor desgraçado.
Quando vê, apaga.
Acorda às duas e quarenta
Da madrugada.
É muito cedo, decide.
Volta a dormir.
E percebe,
Em sua incansável consciência,
Que aquele não é o mundo real.
Então, percorre
Uma sequência interminável
De pesadelos
Cujo grande trunfo
É o próprio medo.
Nada acontece de fato.
Você sonha com a sua mãe
Te "consolando" no meio da noite.
Tá tudo bem, para de chorar
E vai dormir.
Você não percebe
Que essa parte é um sonho também.
Se percebesse, não funcionaria.
No sonho, você volta a dormir
E mais pesadelos seguem.
O despertador toca,
Anunciando a real segurança.
O corpo continua em pedaços.
A mãe está acordada
E pronta
Para a primeira repreensão do dia.
Atraso.
Você vai prejudicar todos na casa.
Considera a possibilidade
De não sair.
O cansaço pesa,
Mas o medo de estar só
Por tantas horas,
Pesa mais.
Você sabe que não pode mais dormir.
Então, levanta.
Numa pressa de quem não tem
Forças para viver.
Toma um banho.
O saco de ossos, agora limpo,
Arrasta-se pela casa
E quando pronto sai,
Não vê o dia.
Parece não estar ali,
Não ser real.
Permanece a sensação
Que tem-se ao viver
Um ato de violência:
A enorme distância que existe
Entre uma mente doente
E milhares de sombras transitando
Num mesmo espaço.
Seres, talvez.
Você não se dá conta.
Consola-se na ideia de muito em breve
Estará a salvo de novo,
Mas não se lembra do que é
Estar em segurança.
O eco do medo te persegue
Durante todo o dia.
Às sete e vinte e sete da manhã,
Você se pergunta se doi morrer.
Se não fosse esse medo,
Você não estaria mais aqui.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Não é um poema

Você doi na medida certa.
Como a primeira estocada
Em um momento maldito.
Como as pernas socadas,
Depois de uma noite perdida.
Você doi, como só o amor
Poderia doer.

E se sufoca,
Afogando meus pulmões
Como ao nascer,
Eu sei que a minha vida faz sentido.
Não teria como, se não fosse.
Os dias e as horas
Nunca passam.
O tempo sempre volta para trás.

Então sair de casa,
Tomar banho todos os dias
Na mesma hora,
Entregar trabalhos,
Preencher provas,
Cumprir as tarefas de casa
E aguentar mais um dia
Sem ter que me sustentar
Na fantasia de morte,
Só pode, só funciona
Com você.

Eu queria poder te dizer
Que se você se for, eu fico bem,
Que se você se for, eu vou também.
Eu queria poder te dizer
Se vou sobreviver
Quando você se for,
Mas eu não sei.

Hoje, quem sou,
Só sou contigo aqui
Dentro de mim.
Te amar
Justifica meus dias
E doi.

Mesmo não entendendo por quê,
Eu escolhi estar aqui.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Anseio

Queria que antes tivéssemos sido apenas um.
Eu na tua carne, tu na minha
E nunca estaríamos sós.

Queria ter tido mais dois pulmões,
Dois corações para bombear,
Dois corpos que se fizessem algo que nem sei,
Algo maior.
E uma única mente no topo de todo isso,
Suportando a existência.

Sem essa permanente ausência,
Que não me lembro de um dia não ter tido.
Eu sempre fui essa falta
De algo que nunca conheci.

Queria antes ter sido tua.
Não dele, tua.
Não minha, tua.
Não livre, tua.
Não triste,
Tua.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Nos dois pés

Procuro uma roupa qualquer
Na pilha sobre a cama
Adquiri o hábito
De não pentear o cabelo
Não é como se o meu dia
Fosse relevante para alguém
Mas há dias em que eu queria ser lida.

Me disseram que meus textos mudaram
Não sei exatamente como, nem onde
Sei que mudaram
E como o meu capim-limão está morrendo,
Por descaso,
Talvez eu também esteja
Também por descaso, talvez,
Eu cresci.

Eu nunca escolhi direito estar aqui
Acordar de manhã pra ir à faculdade
Sentir uma fome que nunca passa
Nem com náuseas
Eu nunca escolhi ter que lutar
Todos os dias pra poder me suportar
E essa dor desesperada
Que não passa um dia
Sem vir me visitar

Mas eu escolho levantar
Mesmo contabilizando as perdas
Mesmo sabendo que a cada dia
Eu sou menos eu
E mais essa coisa,
Que toma conta de mim
Eu não sou eu.

Há uma força em mim pulsante
Grita para que eu me jogue
Meu corpo treme
Minha mente faz protesto
E me nega o resto
Eu preciso ir em direção ao que me assusta
É como aceitar a morte
É a única maneira de amar alguém.

Coragem,
Alguém diz.
Eu não conheço a voz,
Eu devo confiar?
Coragem.
Eu preciso levantar
E sair de casa.
Eu preciso amar alguém
Se eu quiser que faça sentido.
Coragem.
Eu preciso me suportar,
Se não ninguém mais vai.

Sozinha eu morro.

sábado, 19 de novembro de 2016

Belonging

It takes me by the hand
And puts me in a cage.
Stay! It says,
But I can't stand
And I'm in rage.

Your two long arms
I have to melt.
Put them on fire.
Your voice and charms,
Do never help me,
I'm a liar.

I must repeat:
I have to wait,
But you're my bait.
I can't admit
You are so far away
From me.
And I must pray
For you to be
By my side.

No, I don't want to hide
My feelings, like you do.
I understand it, and I feel it for you too.

You are my little light of hope.
And I am dope
But, In a minute,
I'll explode.
Because I love you.
Oh, I love you, darling.
I crave for you
And sometimes it takes my breath away,
And I can't breathe.
And you hold my lungs
Right there inside your chest.
I know I'm mad.
Oh, but I love you.
I love you.

So, it takes me.
My air and soul and all.
And puts me in a cage
So, I can't fall
In love, I think.
But I don't wanna be safe.
I only want to be yours.

Should be asleep.

I don't wanna leave you.
I'm affraid to blink my eyes
And miss it.
The moment, the place,
This reality of ours,
Where everything feels nice.
I don't wanna lose you.
I don't wanna have to come back
And find you crying on my
Front door:
What should I do?
I can't help you.
I can't hold you in my arms
And say that everything is going
To be fine.
I can't kiss you.
I can't sleep, I can't leave you.
I don't wanna live again
That little hell you've met.
I don't wanna be there but I am sick.
I know I am.
I think you are too.
So I can't just go and leave you here alone.
Because I love you.
And I have to sleep with you lost in my arms.
So I know you'll be safe.
So I know it'll be fine.
So I won't have to look for you
In the morning.
I have to pretend
You're here with me.
Sleeping in my heart
Making it beat.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Sanity

In all the madness in which I drown everyday,
I found you.
When I'm about to lose my mind again,
I call you.
And you or them may say that if I am isane,
I shouldn't love you.
Or maybe that I shouldn'd say your name
Over and over again when I'm in pain,
But I love you.

You found me.
You saw me.

And besides the fact
That I am always scared
Of everything
Even from you,
You love me.

You are my home.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A rua e a cama

O vento cantou
No gargalo da minha garrafa
Minha mão esquerda doía
De tanto tocar aquela música
Pra você não ouvir
Você tentou falar comigo
E eu não sabia o que dizer
Mas ela insistiu, ela insistiu
E eu me deitei aqui pra morrer

Dizem
Que a depressao te prende na cama
Eu tenho, eu tenho esse sintoma
Dizem que voce chora
Sem razao,
Mas eu sempre encontro uma razao,
Percebe?
E eu tenho outras coisas
Um corpo que treme, enfraquece
Um medo absurdo de gente
Que não me fez nada
Nem pretende
O que é que tá acontecendo comigo?
Eu tô perdida aqui, eu tô perdida

Eu queria não ter te machucado
Eu queria não ter que pensar
Em como minha mãe vai ficar
Quando eu roubar os remédios dela
E me encher de vodca
E nunca mais acordar
Eu queria não ter que abandonar ninguém
Eu queria querer estar aqui

Mas tudo que eu faço
Todas as vezes em que eu acordo
Ou fico de pé
É pensar e pensar
Sobre tudo que tenho feito mal
Sobre o tempo que não para de passar
E quanto tempo vai levar
Até eu surtar de novo
Até eu pedir socorro
Até isso tudo acabar

Incoerência n°6

Os meses correm
As semanas morrem
E eu ainda estou aqui
Com você.

As noites choram
O sol grita com o asfalto
Como de costume
E contra tudo que é mais sagrado
Eu ainda estou aqui
Com você.

O teu nome
Que eu ainda acho lindo
Ecoa no meu travesseiro sempre
E quando perco a fala,
O rumo, pois estou doente,
Você ainda está
Aqui comigo.
Você.

Os olhos ardem,
Os diálogos se afiam
Uns nos outros,
Se aprontam
Pra rasgarem o silêncio
Que eu construo.
Os meus muros são fortes
Pra te proteger

De
    sa
         ba.

O escuro soluça e molha
Pra calar o caos
Que aqui se estabelece
E antes de adormecer
Eu penso em você.
Eu ainda te amo
E ainda estou aqui.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Five secs of silence

Didn't brush my hair,
I had no time.
Left home wondering:
Will I need my sunglasses
To cry this morning?
It was expected to be a long day.
I had like twenty voices
Screaming in a chorus
"It's a lie!"
But there was nothing I could do.

Lost my train to help a random woman.
Was good at finding things,
I told her.
What about a purpose?
It doesn't matter, I repeated.
It didn't matter, I was fine.

Kept walking
Alone,
Took another train,
Ate what I shouldn't.
Life was individual.
Romance was a farce.
I knew what I was doing
All that time.

And I was faithless,
But great.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Daydreamer - Adele (adapted)

Daydreamer
Sittin' on the sea
Soaking up the sun
She is a real lover
Makin' up the past
And feeling up her boy
Like she's never felt
His figure before

A jaw dropper
Looks good when she walks
She is the subject of their talk
She would be hard to chase
But good to catch
And she could change the world
With her hands
Behind her back, oh

You can find her
Sittin' on your doorstep
Waiting for a surprise
It will feel like
She's been there for hours
And you can tell
That she'll be there for life

Daydreamer
With eyes that make you melt
She lends her coat for shelter
Plus she's there for you
When she shouldn't be
But she stays all the same
Waits for you
And then sees you through

There's no way
I could describe her
All I said is
Just what I'm hoping for

But I will find her
Sittin' on my doorstep
Waiting for a surprise
It will feel
Like she's been
There for hours
And I can tell that
She'll be there for life
And I can tell that
She'll be there for life

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Sweet november, don't fuck with me.

Dark Day

One day,
Not to say which
Or how many,
I fed myself with darkness.

It felt great.

I had to spend my whole life
Trying to relearn
The fact that I was
Immutably and
Absolutely
Alone.

It can be tough.

Nobody wants to accept
Their frustrated 
And unceasing need 
For a company.

But I never believed 
That lying to myself
Was going to solve 
Any of my problems.

I was born with a louder
Conscience than the rest,
I think.

I didn’t mean more ethical
Or even more inteligent.
The fact is that everytime I know
Or believe in something,
It screams inside of me.

I wasn’t gifted
With the power
To pretend to be
Someone I am not.

So, in a determined point
Of my definitely finite life,
I accepted the darkness.

It was supposed to be a piece
Inside of each one of us.
Maybe only inside of me.

In the end, 
That difference 
Didn’t quite matter.
Since it was there
And I could feel it,
It was real.

And at this moment,
When I accepted who I was,
I felt free.

And there, 
While embracing 
My own darkness,
I was complete.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Amor

Apenas porque hoje eu não fumei
E hoje eu não fumei
Não significa
Nem tente pensar
Que hoje
Ou amanhã
Eu vou ser boa
Isso não significa
Que eu vou te dar
A atenção
Que você precisa
Que eu vou me manter limpa
A qualquer custo
Só porque hoje não bebi
Ainda
E porque não tive chance
De gastar meu corpo
Na casa de outro alguém
Isso não simboliza
Uma decência qualquer,
Obediência
Sequer alguma espécie de compromisso
Isso é apenas dito
Hoje eu escolhi fazer
Ou deixar de fazer
O que eu achava certo

Não espere de mim
Hoje, amanhã,
No próximo mês ou ano
Não espere de mim
Que eu diga que o amo
O amor é uma batalha diária
É acordar todos os dias
E decidir ficar
É acordar todos os dias
E se comunicar
Não é só um beijo,
Uma decisão,
Acreditar no coração,
E confiar
Não é só omitir
Tudo que se é
Calar a boca
Perguntar mais
O amor é cada vez que pensamos no outro
Cada segundo
Cada tentativa e esforço
Cada vez que voltamos pra casa
Amor é querer estar
E acordar todos os dias

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

E meio

Te leio a cada três dias
Pra morrer e sentir dor
Pra lembrar que não te amo
Sentir falta
Fingir amor

O verso de dois anos

Eu queria ter te perdoado.
Eu queria ainda te amar.
Eu queria não ter morrido
Em julho de tanto ventar.

Ilusão Perfeita

Uns óculos escuros
E um sol do cacete
Eu acho que estou com ele
Eu acho que estou com ele
Mas não estou

Eu sigo quente
Esse sol arrasa a gente
Passo lerdo no concreto
É quase certo
Estou com ele
Mas não estou

Às vezes paro
Blusa preta
Riso raro
Cabelo preso
Num rabo de cavalo
Eu estou com ele
Lerda, alegre, dopada
Com calor
Mas não estou

Mais cinco passos
Quarenta
Quase não consigo mais
Dormir de cobertor
É o ar condicionado
Esqueci o nome da coisa
Umidificador
Eu fecho os olhos
E as paredes me consolam
Na memória de um vinho barato branco
E lágrimas
Que se saíssem
Talvez refrescassem o rosto
Que desgosto
Eu não estou com ele
Não estou
Achei que ia amá-lo sempre
A gente acabou

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sua

Queria antes ter sido sua.
Não dele, sua.
Não minha, sua.
Não livre, sua.
Não triste,
Sua.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Cinco

Feliz 5 meses
No minuto seis do dia
Pra ter alegria
Por mais sete outros
Pra esperar um pouco mais
Do ano que vem
E começar do oitavo
A planejar
Os 9 meses
Que daqui a muito tempo
Eu vou ter que esperar
Pra gente ter um filho
Que na história tem 10 anos
E eu já perdi a conta
Mas te amo
Eu tô aqui
E escondo o rosto na coberta
Feliz 5 meses
E me oferta
Um poema
Que eu nem sei de onde veio
Estou toda arrepiada
Eu já perdi o fio da meada
E eu não sei mais nada
Feliz 5 meses
Eu tô toda avermelhada
E eu te amo

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Pique-esconde

Onde andará você?
De quem um dia eu ri,
Desmereci
E não muito depois
Adoeci de amor

Onde andará você?
Que um dia eu conheci
E tanto fingi
Que acreditava e gozava
Que era tua fã

Onde andará você?
Com teu antigo escárnio
Desprezo infantil
Hilário
Soberbo, seguro de si

Onde andará você?
Insano, me quebrando os ossos
Me matando o ócio
Enquanto eu só gritava
Em tua direção

Era tão bom

Onde está você?
Me drogando
Com versos baratos
E pedidos ingratos
De devoção

Onde está você?
E a minha humilhação, cadê?
Ou uma explicação
Por quê?
Eu tinha que ser atirada
Tantas vezes no chão

E o teu nome, qual é?
O que você mentiu?
O que omitiu?

Se der

Volta e me conta aqui
Um, dois e três
Cadê?
Onde estará você?
Com seu amor insolente
E violência incessante

Com tua imagem farsante
E algo que me dava a impressão
De ter abandonado a solidão

Onde andará você?
Eu me pergunto
Tentando encontrar um rastro
De quem um dia eu fui
Por dez segundos
E pode parecer meio absurdo

Acho que não era nada
Do que eu esperei

sábado, 8 de outubro de 2016

Duas lágrimas

Fazia tempo que eu não pensava em você.
Eu aprendi a não pensar.
Depois de tanta coisa, eu precisei. Não sei.
Acho que eu sempre soube menos do que deveria.
Ainda me lembro da minha psicóloga dizendo
Que você não era bom pra mim.
Mas nunca foi assim
Que eu escolhia as minhas amizades, não é?
Ninguém me disse que ter amigos
Seria tão difícil quanto não ter.
Eu sempre fui intensa demais.

Fazia muito tempo que eu não pensava em você.
Até que um dia, não sei ao certo,
Meu cérebro inventou de me pedir
Aquele último cigarro que eu me lembro da gente fumar.
Teve algum depois? Não lembro.
Talvez a minha memória seja pior que a sua.
Sonhei quatro noites seguidas com aquele cigarro. Eu nem sabia o nome.
Só me lembrava de você.

Abri teu twitter.
Tive vontade de te abraçar,
De conversar contigo,
De ouvir sobre os teus diversos problemas.
Tive vontade de estar perto de você.
Você tinha voltado a escrever.
Abri teu blog.
Aquele blog que eu tinha visitado
Tantas e tantas vezes
Na esperança de te encontrar
No meio do caos que tinha se instaurado.
Aquele blog, que tantas e tantas vezes
Esteve vazio de qualquer atualização.
Fervia.
Você escrevia um texto atrás do outro.
E eu li todos, quase agradecendo
Por poder te ler mais uma vez.

Tive medo de falar contigo.
Tenho ainda.
E se alguma coisa me assustar
E eu sair correndo
E te deixar aí sozinho
Mais uma vez?
Parece que tudo esqueci,
Mas eu não sei.
E se estiver tudo trancado em mim?
E se tudo sair?
Não sei.
Eu sempre tenho menos certezas
Do que eu gostaria.

Mandei uma mensagem.
Você respondeu a primeira,
Mas não a segunda.
E hoje enquanto eu vinha para a faculdade
Em meio à bagunça diária que eu vivo,
Eu chorei lendo um texto teu.
Continuo com medo.
Continuo com saudade.
Acho que ainda te amo,
Mas não sei.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

7 days

I didn't smoke today.
Not yet, at least.
I don't know if it's the cigarettes, but
I've been doing something right.
It's been a week since I last freaked out.
I'm doing fine.

sábado, 1 de outubro de 2016

Smoke will

Double flavoured cig
I've been dreaming every night
I can't dream about your arms
But I miss the taste of it

Yogurt flavoured cigarette
For a kid that grew up fast
Couldn't find my way to bed
Miss mom more than I miss dad

Strange sweet cig, he gave to me
I was trying to be free
Never forgave what he did
But he still remains in me

Try once more to let it go
Don't know how to take it slow
Well it's just a cigarette
You don't like me to, I get it

But I'll smoke one anyway

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

River blanket

I never knew
If you gave me the words
Or just left them out there to dry
I never really knew
If you were mine
But I felt like writing something
Four o'clock
I never meant to hurt you
And I try
To forget about this feeling
Everytime
But mostly feels like I am bad to you
And I
I try not to, but it's so hard
To be alive

I wanna tell you
What is going on,
Come here
You don't have to love me now,
Just listen
I need to talk to someone
Before I give up
I just want some company
Don't do we all?

I wanna speak to you
But it keeps me in silence
And I know
Behind every little thing
That I will hurt you
Because I am in pain
And need some love

I'm trying to say this
That I never meant to hurt you
But I keep repeating to myself
Stay in silence
Untill I no longer know
How to comunicate

I never meant to run from you
Like you were fire
Before anything,
I love ya
And I'm always trying to come back

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Cig break

Amor,
Me dá um cigarro.
Aconteceu de novo,
Sabe como é.
Não adianta abraço,
Eu tô sozinha mesmo.
Amor, me dá um cigarro
Que eu quero morrer.

Why do I go

I open up my eyes
Of a girl who never slept.
My hair's been growing up
Like I'm some sort of a suicidal jesus.
I'm struggling
To keep myself alive.

It's hard for anyone
To understand my pattern.
I'm not that type:
Choking on silence,
Ready to die.
I am sick.

I have a sick personality,
Toxic relationships
And an infinite curiosity
That cost the cat
It's ninth life.

I might be an ice cube
And melt next after.
I'm a sweet little bastard
Of some kind.

On baby steps
I was supposed to move on
With my dumb life.
Lost my direction, I guess.
Now, I'm stuck in time.

Open my mind, then,
That never have been closed.
Wash my very long hair
Before I leave
And give some meaning
To this world.

Step outside,
Wondering
How long will take
A random car to hit me
And kill me
In the middle of the street.

Not that I wish it.
It's just a little messy
How it works.

I'm gona give you this:
Beyond any certainty
That you might miss,
Believe,
Every little feeling
It's worth the stay.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Atraso

Amor, já passa das três
Devia ter ido, não fui
Não consegui, só te via aqui
Não posso dormir
Mas se o tempo não passar
E eu nunca chegar aí
Eu não sei
Eu não sei, amor
Já passa das três
E eu preciso ir
Eu vou tentar mais uma vez
Fechar os olhos
Pensar em algo
Que não seja nós
Porque se for você,
Eu não consigo
Meu amor,
Já passa das três
Lembra do que eu dizia?
Eu queria que fosse verdade
E que eu só ficasse triste depois
Que o relógio desse a hora
Mas desde que acordo
Me canso
Então eu tenho que ir embora
Amor,
Já passa das três
E você demora
Até breve, espero
Porque já não posso te esperar
Passa das três, te amo
Volto depois que você voltar

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Perdão

Nem todos os dias são tristes
Nem todos os dias são pesados, odiados
Nem tão difíceis assim de suportar
Alguns dias são apenas chatos
Vida adulta, pegar o trem todo dia
Assistir aula
Ter compromissos estúpidos
Como levar a amiga no museu

Sinto saudades
De algumas pessoas
Problemas passados
Gente que agora é grande
Como eu
E cheia de compromissos estúpidos
Como assistir uma palestra
Ou preparar uma aula

A vida não tem tempo para nós
A maioria chora
Todo mundo se sente um pouco só
E se há algo de extraordinário
Em um dia alegre,
É isso
Parece nem fazer sentido
Ser feliz em um mundo assim

Nem todos os dias são ensolarados
Abafando a gente no vagão lotado
Alguns dias são frios
E chove
Enquanto a gente implora um cigarro
Alguns dias dá pra viver
Sem pensar nesse enorme caos
Que o mundo é

Mas, me perdoe você
Que chegar a ler até aqui
Você, que eu ainda não conheci
Hoje é um dia triste
Hoje é um dia ruim
E tem sido assim

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A ponta do dedo

Pintei minhas unhas de preto
Em nome de toda a tristeza
Que eu tenho que carregar
Queria fazer todas aquelas coisas
Que prometi que pararia
Queria pedir ajuda
Mas me doía a simples ideia
De que alguém pudesse se importar comigo
Eu me importava
E por cada pessoa que eu sentia
Por cada pessoa que eu queria proteger
Eu chorava
Quase todos os dias
Eu sempre me senti sozinha
E eu sempre soube o que era o amor
Salpiquei um prateado
Esmalte, glitter, um pouco de brilho
Queria ver se disfarçava assim
Minha tristeza
Que nunca acabava
Eu não disfarcei nada
Minha imagem no espelho era detestável
E eu merecia ser abandonada
Deitei com minhas unhas molhadas
Tudo sujo ao redor
Esperando secar
Enquanto chorava na cama
Não tinha nada que eu pudesse fazer
Eu era triste mesmo
Eu era triste

terça-feira, 20 de setembro de 2016

5 seconds away

You're now lost
Probably watching a random video
While I decide
If I die or not today
It ain't nobody's fault
I'm just really sad today
And I find myself praying
For you to be fine
When you come back
So you can take me
Out of this hole
I don't know how
I fell here again
It looks like home
I try to think something nice
You know, I dreamed I was there
With you
We hugged and kissed
You were so beautiful
But I woke up like this
Half-dead
And I feel like giving up
It is beyond my powers
I don't know what happens
I promised myself
I wouldn't miss any more classes
It seems to be stronger than me
I need to cry
I feel so so so sad
Please come back
Please come back
Please come back

sábado, 17 de setembro de 2016

Corpo

Acendo um cigarro.
Voltei a fumar,
Te disse?
Eu poderia ser
Um melhor exemplo de pessoa
Pra você.
Talvez eu tenha sido,
Não me lembro.

Fumo meu cigarro,
Entre tantas outras coisas
Que me permiti.

Às vezes me falta um sexo.
Um hematoma no corpo,
Um desgosto de mim.
Não quero.
Eu juro que não quero
Me machucar.

O tempo é lento.
Tenho muitos meses
Para esperar esse avião,
Mas vai ficar tudo bem.

Respiro fundo,
Fumaça.
Estou em casa. De novo,
Saculejando
Sobre os trilhos de sempre.

O tempo salta.
Vinte minutos,
Não dias.
Eu quase
Que não consigo voltar.

Penso em acender
Outro cigarro.
Não vi o primeiro acabar.

O maço morre na minha mão,
Para ressuscitar amanhã.
Hoje não fumo mais.
Te amo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Salvation

Decidi parar de fumar
Depois de me drogar
Depois de beber
E quando decidi
Que ia parar de trepar
Já tinha desistido de todo o resto
Então decidi desistir de viver
Resolvi
Fazer o que desse vontade
Corte, sono, liberdade
Não adiantou
Fez um sol do demônio
Comigo trancada no trem
Choveu
De vento gelado
E eu de vestidinho
Não deu
Eu saí de casa
Eu fui dançar
Passei um fim de semana
No computador
Fui conversar com Rosa
Escrevi dez textos
Pedi socorro
Pra um ou dois
Quase desmaiei
Algumas vezes, tanto faz
E quando nada mais
Me sobrou pra pensar
Eu vi passar amarelo
Um guarda-chuva antigo
Que não mais tinha
E segurei um braço
Numa tarde longa
Ainda dava tempo
Tive mais cinco segundos
Pra querer sobreviver aqui
Por um dia
Um dia curto, frio
Com muitos dedos e panos
E risos insanos
Quis ficar
Mais um pouco, eu quis ficar
Quase me esqueci
De querer partir
Uma mão me segurou
E eu tive a certeza
De estar aqui
Não lembrei de estar feliz
Ali na hora
Mas estava, estava
Juro que sim

Trinta e cinco, cento e cinquenta

Um amargo na boca
Uma tristeza que nunca acaba
Eu costumava te odiar quando criança
Agora você me faz sentir em casa
Uma risada produzida
E incessante
Toda uma vida
Na expectativa de voltar

Não tem volta
Não tem pra onde ir
Lá na frente
O que espera
Não é nada que um dia tenha desejado
Então por quê?
Para apenas suportar
O que hoje já falta?
Também vai faltar amanhã
Como faltou ontem
Como tem estado ausente todos esses anos

Uma gota ou duas
Deve bastar
Só mais cinquenta
Triplica
Tem um gosto enjoado
Meio de doença
De resfriado forte
Dá um pouco de vontade de dormir

E se eu dormir
Vai ter mais alguém pra me bater?

De qualquer modo,
Parece certo
Tudo isso parece certo
O limbo
A dor simbólica
A punição tão falsa e indolor
Como qualquer dor que se sinta
Na vida física

Uma apatia alterna
Com crises de pânico
E lágrimas sufocadas

Eu me afogo hoje
Amanhã acordo em chamas
Depois de amanhã me mato
Não sei
Ontem não me matei
Mas ontem também não quis viver

Se ainda há algo
Qualquer algo
Que mude o que tem sido
Durante a eternidade
Da realidade em que me encontro
Espero que me encontre
O quanto antes
Agora

Porque você sabe
Tá na hora
Não demora muito e
É aquilo
Eu tô quase desistindo
Eu tô quase quase
Eu quero ir
Embora
Daqui

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Bungee book jump

Não sou apenas um livro aberto
Eu sou um livro muito mal equilibrado
Numa superfície curta
Alta
E que desaba no mais suave toque
Bem em cima da cabeça do leitor

Não sou um livro que se lê
No conforto de uma cama
Nada tenho de confortável
Grito, choro, saculejo
Livro que se lê em pé
No trem lotado
Com os dedos enfiados entre as páginas
Numa agressividade
Quase apaixonada
Pra marcar o parágrafo da estação

Eu sou um livro
Que não se lê sem emoção
E por emoção não digo
Que seja de fato amor
Afeto, pena, empatia
Minha leitura também é agonia
Angústia, frustração e tédio
Eu não fui feita para entreter

Se antes tivesse sido
Não seria livro aberto
Pendurado
No precipício da estante
Nem por um instante
Pensaria em me atirar

Nunca suportei
O aperto de estar entre os demais
Apenas outra lombada
Salto
Me leia
Ou eu te machuco
Ou eu vou te obrigar

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

The fear, late and lost

I tried to be nice
Cuz she was strange
And seemed okay
Sometimes I forget
That I am scared
As a little fucking mouse
And I regret it
The very first moment
When I decided to talk to her
Now she won't go away
Like all the boys before
Or that little depressive whore
I was this person
But it's fine bcs I hate myself too

Anxiety
Depression, they say
Like it was normal
To feel quite empty
Or hyper full
In the same fucking hour
Like it was normal
To beg for my own sanity
Just during a college class
I am insane

I can't stand that thing
That pulse that compells me
To jump, jump
Or tear myself up
A little deeper, harder
I can't bare how exhausted it gets me
To wake up, up
Get out of bed every morning
For what?
I'm always lost
I'm always late

I'm trying trying
Not to repeat words
Or be sad again
Or freak out
Or hurt myself
Or being mean
If you know what I mean
I'm always bad anyway
Very selfish and so
I'm worthless
But I'd like to feel some joy
Why can I?
There are so many ugly people around
Being happy
With their violence, you know

I want something
Something from this world
I don't want to go away or give up
I don't want to feel like
Who I think I really am
I wanna be wrong about
All my negative words
I wanna be wrong about you
I want you to stay
With me
I don't want to be alone.

Exatamente 24

Os dias tem sido cada vez mais quentes
Eu tenho tomado mais banhos
Eu não sei dizer o quê ao certo,
Mas há algo de extraordinário em viver um dia
Inteiro sem pensar em me matar
Não é sempre que eu encontro calma
E apesar de eu insistir em comer
Como se eu nunca tivesse comido
Em toda minha vida
Ao menos isso significa
Que eu quero sentir prazer
Pelo menos eu parei de me punir
Tudo bem me masturbar e tagarelar bastante
Tudo bem pedir ajuda, jogar the sims
Tudo bem fazer uma arte
Ou jogar minhas roupas no chão do quarto
Tudo bem passar horas e horas dormindo
Tudo bem ficar pelada fazendo nada na cama
O mundo não está com tanta urgência assim
Eu não tô tão sozinha assim
Só um pouco
Mas vai ficar tudo bem eu acho
Eu vou no segundo encontro com Rosa
Na mesma semana
O fato de ela se preocupar
Me faz sentir bem, um pouco
Eu gosto quando eles me olham como se
Eu precisasse de ajuda
Eu preciso de ajuda
Mas eu não quero me cortar
Nem beber, nem fumar
Nem me jogar no trilho do trem
Nem passar uma semana sem comer
Ou doze horas
Não importa
Eu quero estar a salvo
Me divertir
E ter alguém que se importe comigo
Será que eu tenho cura?
Será que tenho tratamento?
Será que amanhã vai estar tudo bem também?
Eu só preciso comer mais um pouco
E jogar conversa fora
É só isso
Não sei
Vai ficar bem alguma hora

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Os dias e os diários

Não é um bom dia
Quando eu não tenho tempo
De pentear o meu cabelo pela manhã
Não é um bom dia
Quando eu passo a noite em claro
Tentando apenas suportar
Não é um bom dia
Quando sou tomada pela culpa
De não estar, de não fazer, de não dizer
Alguma coisa que sirva de sustento
Não é um bom dia quando eu tento
Para não conseguir cumprir
Nem a mais simples das tarefas
Não é um bom dia
Quando eu decido não sair
Para ficar sozinha em casa
Não é um bom dia
Quando eu me chuto pra rua
E só sinto raiva
Não é um bom dia quando eu durmo
Quando acordo de tarde
Quando perco compromissos
Quando vou para ser esquecida
Feito prova ou livro didático
Do ano passado
Não é um bom dia
Quando sou amada
E só penso em me esconder no quarto
Até morrer
Não é um bom dia quando eu acordo
Falando de morte
Não é um bom dia
Quando eu não falo com você

Nem todos os dias são bons
Nem todos os dias são dignos
De serem vividos
Nem todos os dias valem a pena

Quando não é um bom dia
Eu não quero dizer nada de bom

sábado, 3 de setembro de 2016

Desempenho

Não tenho tomado banhos o suficiente
Não tenho dormido no horário que prometi
Não tenho te dado a atenção que você merece
Acho que nunca dei, isso acontece
Mas ontem eu adormeci pensando em você

Eu não tenho sido uma boa filha, uma boa amiga
Não tenho sido presente
Também não descanso
E tenho comido tanto
Para continuar com fome todas as vezes

Eu bebi o que não deveria ter bebido
Chorei bastante
Me cortei e é óbvio que não queria ter feito isso
Voltei a fumar, é o que tá parecendo
E agora estou falando
Com quem nunca pretendia ter falado

Está tudo sempre errado, não é mesmo?
Por que você me suporta?

Eu costumava pedir ajuda
Mais desesperadamente
E rimar no meio dos textos
De um jeito bem meu, como quem fode

Percebi depois de um tempo
Nem foder queria, é verdade
Eu só queria ser sua
Mas eu nem sequer te conhecia
Então eu precisei te conhecer

Achei que viria um dia a ser alguém
Me olhar no espelho, satisfeita, certa,
Sou alguém
E nem sequer consigo
Escolher uma boa cor pro meu cabelo
Rosa choque? É sério mesmo?
Não que verde ou preto fosse melhor
Deixa castanho mesmo

Eu não tenho pintado minhas unhas
Isso é o de menos
Eu não tenho respirado como costumava
E meu coração bate, bate
Como se estivesse prestes a ser roubado
Como se ele ainda fosse meu

Eu não tenho feito metade
Do que deveria ter feito
Eu não tenho sobrevivido de maneira digna
Eu não tenho te abraçado

Mas continuo acreditando
Que o tanto de amor que tenho
Vai dar pra continuar acordando
Todos os dias

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Quem

Eu escrevi teu nome.
Pela primeira vez,
Desde que fui chamada pela minha mãe
Para entrar em casa
e comer uma fatia de bolo quente,
Um nome era bonito.
O seu.
Não fazia sentido.
Não precisava.
Eu insistia em coisas
Tão absurdamente abstratas
E pensava
Que você nunca seria
Capaz de me entender.
Eu falei teu nome
Um dia, triste, para o mar.
Sussurrei no vento
E você voltou pra mim.
Me amou de volta.
E havia tantas coisas
Que eu não precisava pedir,
Que eu não precisava dizer,
Que eu mal precisava pensar.
Você veio
E ficou.
Eu agradeci.
A você, aos céus, a deus
E a mim também.
Às vezes, quando menos fazia sentido
Mais certeza eu tinha
De que tinha chegado em casa
Quando li teu nome
E me ouvi pronunciando-o pela primeira vez.
Um dia você disse que me amava.
E meu nome também ficou mais bonito
Do que era quando minha mãe me chamava
Depois de uma tarde de brincadeiras
Que eu queria que nunca terminasse.
Havia um milhão de outros dias
Para ser feliz.
Mesmo sendo eu,
Com esse meu mesmo nome.
Agora você tinha nome também.
Eu não estava só.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Eu precisava escrever alguma coisa

Eu respirei bem fundo.
Uma daquelas respiradas que a gente dá.
Não vou deletar meu blog.
Precisava mostrar quem mandava.
Firme, quase agressiva.
Não vou deletar.
Chega disso, agora chega!
E fechei meus olhos pra tentar aguentar.
E se eu for parar pra raciocinar
Em cima de tudo que tenho feito,
Eu sei que tudo acontece
Antes que eu tenha tempo sequer de respirar.
Eu respirei bem fundo
Quando percebi,
Quando senti que tava na hora de me matar.
E como em tantas outras vezes,
Não me matei.
Não deletei meu blog,
Não cortei meus pulsos muito fundo,
Não me atirei de um penhasco que eu vi.
Não abri o gás da cozinha,
Eu estava sozinha em casa.
Também não passei três dias sem comer.
E na segunda-feira, eu parei de beber.
Faz duas noites que eu não durmo
Feito uma pessoa normal.
Eu tô aqui.
Not a big deal, just another day.
E confesso que a perspectiva
De passar o resto da minha vida
Tendo que fazer tudo de novo
Para alcançar uma medíocre tolerância
Ao meu próprio existir
Não é lá muito animadora.
Mas é só mais um dia.
Mais uma manhã
E eu tô aqui.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

If you have the time to say what you have to say

You have the time
I'll take to drink
My tea
I have no words
That's why I keep on writing
That often
It may be an hour
Less than two, I'm sure
But maybe twenty minutes
I don't know
Once I've been there
Staring at the sky
Empty
As everything outside
While I was full
So full
That I was sure
I was about to die
I learned to be the wind
And I've been him for a few times
Alone and sad
As everyday, I shall not lie
But never desperate
Or even kind
So I'm here
I sit and drink
The second red cup of tea
Of my dead day
And I write
Nothing can be fixed
Time keeps running
It is short
And now is gone

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Não leve em consideração

Te pergunto agora
De que me servem as cores?
As tintas, as telas, o livro e aqueles lápis
De que me servem?
E esse plano de fundo de viado?
Eu tentei
Eu até tento
Vai lá
Diz pra eles que você quer ser feliz
E a verdade
Pra quem você diz?
A cada cinco passos
Eu enxergo o fim
E não vai demorar, eu sinto
Até eu dizer adeus
Eu não apenas minto
Meu mundo se transforma
Meus olhos já são outros
E amanhã ninguém sabe
O que eu vou fazer
O que eu vou querer
E quem eu vou resolver abandonar
E se eu nunca tiver vontade de mudar?
E se eu nunca tive?
O que é que eu estou fazendo aqui?
Dá pra sentir
A raiva tomando conta de mim
E o desprezo
A violência mansa
Calando tudo ao meu redor
Impassível, analgésica
Tentando engolir um remédio pra apagar
Pode ser
Que eu não seja aquela louca
Ou miseravelmente comum
Talvez eu só seja má
Ou eu posso me salvar nesse egoísmo
Talvez eu nunca tenha precisado de salvação
E se eu tiver fingido todo esse tempo?
E se eu não for um arco-íris
Ou a total falta de luz?
Eu posso ser um mero azul
De caneta bic
Que todo mundo conhece
Que serve pra muito
E não tem absolutamente nada de especial
Talvez o especial não exista
Mas se eu for niilista
É provável que eu me livre da dor
Eu quero que todos eles vão se foder
Eu tô tentando
Em prol da diplomacia
Não me afastar do mundo
Porque eu preciso comer e conversar
E preciso de dinheiro
Para ter onde morar
Mas se eu pudesse
Há tantas coisas que não preciso
De ninguém para realizar
Abandono
Eu não me importo
Eu já fui sozinha antes
Eu consigo parar de chorar em algum momento
É só secar
Quando seco eu viro ódio
E agressão
Eu só preciso lutar
Às vezes eu queria matar alguém
E toda aquela conversa sobre empatia?
Vou enfiar no primeiro que passar
Só pra tirar de mim
Estou cansada disso
Estou exausta dessa frustração diária
De ser julgada por todos
De estar sempre errada
Não posso ser triste por nada
Não posso estar irritada
Porque estou fazendo mal a todo mundo
Então todo mundo que se foda
Se eu nunca faço nada certo
E estou só manipulando
Pelo menos que eu não seja desesperada
Vou ser isso então
Má e digna
Do ódio de verdade
Não da compaixão alheia
Não de um desprezo patético
Amor é uma palavra ridícula
Eu não quero morrer
Eu quero que eles morram

domingo, 21 de agosto de 2016

Acorde

Ganhei de presente seis cordas
E quando tocaram meus dedos,
Todas elas choraram
Ganhei seis cordas novas
Em um corpo de madeira bem polida
E quando nos vimos, chorei
Como teria chorado
Em tantas outras situações
Ganhei seis cordas
A mais bonita, como eu, desafinava
E prontamente fui ralar meus dedos
Como fizesse ideia
Como quisesse saber de qualquer coisa
E enquanto eu morria
E tocava
As minhas novas seis cordas,
Entrelaçadas em mim
Me estrangulavam
Feito pudessem tomar minhas entranhas
Se não as amasse,
Em paixão juvenil desesperada
Talvez percebesse a dor nas minhas costas
Não notava
E enquanto a ponta de meus dedos
Era encerada
Na morte mais feliz que eu poderia ter tido
Eu era corda
Em total desacordo com tudo
E o meu silêncio falava

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Point of view

I spend a lot of time dreaming
Sometimes it feels like
Because I've been in so many different places
This one is not real anymore

What is
Reality?

I've seen aliens
And been a witch
I tried to save the earth
And travelled to mars
I had a terrorist girlfriend
And had the chance to fly
Even killed myself once
Got shot in a bank
And ran away a thousand times
I've been in devil's sanctuary
Met the love of my life
And got lost again and again

So,
What's the point on
Coming back?

I dream a lot
And I like dreaming
Because things always happen
Differently from what I expect

And then my mind decides
I am more powerful
And brave
This is the reality I want

But reality is just a point of view
And it's all inside of me
I am the world

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Puke

Me dê um verso
Algo simples, qualquer coisa
Eu tô cansada dessa minha bulimia
E do medo
E dessa velha agonia
Alternar entre silêncio
E avalanche
Não pode ser normal
Tento falar
Respiro fundo
Quando vejo estou gritando
De novo, de novo
Por favor, cale-se
Por favor, pare de repetir
E o peito acelera em pânico
É agora, é agora que vamos cair
Então eu surto
Para dizer todas as coisas que engoli
E mais duzentas
Tudo de uma vez, feito vômito
Eu quero um verso
Uma essência
Algo leve que rasgue as entranhas
Aos poucos
Algo que me faça chorar
E não temer pela vida
Quanto mais eu me calar
Mais desabamentos virão
E eu odeio desabar
Me dá, suplico
Uma palavra qualquer
Que sirva de ponte
Entre eu e o mundo
Não precisa me socorrer
Eu sei que é impossível
Eu só queria um poema
Só isso
Algo que me permitisse me comunicar
Em vez de enlouquecer
Nesse quarto escuro
Enquanto fujo
De tudo que há lá fora
E me perco de quem um dia fui
De repente sou este caos
De repente
Não tenho mais nada o que dizer

Crowd

It's like
A crowd
Imagine a zillion people screaming
And if you focus well on them
You can listen to the words they're saying
But you don't
So you know they're screaming
And you can feel their intentions
You know it's bad
But you can't tell exactly what they're saying
Because if you do
If you listen
It will hurt you so deep
And so bad
That you may not be able to come back to yourself

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Great things without numbers

Baby
It's raining outside
And I love you
It's been a while
Since I wrote you a text
For the last time
I always feel, you know
I am not good enough

And sadness by sadness
I keep losing
My inspiration
Somewhere

But I love you
And I care
So I'll try this
Without rhymes

I think you are gentle
And funny
And creative
And intelligent
I think you are unique
And that you'll never gonna be
Mainstream

I think you're fascinating
And each time I learn
About something that you love
You make me fall in love a little more
With a new part of the world
And that is certainly something
To appreciate

I know you are brave
And I admire the way
You can win a discussion
And also the fact
That you stand so hard
For your beliefs
Even if you know
That there's always
A new thing to learn

I love that you have passion
About whatever you find interesting
And not just like things
Like if they were disposable
I love that when you wanna learn
You search
And you try
And you always want to get better
And always want to be the best

I like when you sing to me
When you write
I like the fact that you pay attention
To me and to yourself
When you talk to me
I like when you find out
New interesting things
For us to do together
This is sweet

I like when you go out
When you see people
When you're happy about something
When you eat a hot dog
When we laugh together
I like when you teach me
The names in japanese that I forgot
Or something really simple
In wich I get lost everytime
You're also very patient with me

I like when you watch a cool movie
And you tell me about it
When you're really deep about something
And we talk about it
I love all of my days
In wich I'm lucky to talk to you

I love the way we grew up together
And I'm getting better
Because I have you

I may not be the best girl for you
Sometimes I think I'm bad
And it's okay
Because I'll change that
But at least I have to say
I'm grateful
For all these little things
And they're not little
Not at all

You are amazing
Awesome
Brilliant
And I'm already half happy each day
When I open my eyes
Because you're mine

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Medo

Há um verso em mim que pinga
Corra, menina
E feito um mantra
Em uma dor de cabeça
Que martela
Corra agora
Ele acelera
Quando eu menos espero
E segue em frente
Fazendo seu recital
De três palavras
Há um verso em mim que tomba
Uma gota d'água
Caída do vigésimo andar
Corre, menina
E doi feito uma reza
De cristãos
Todos os dias
Eu tenho que me ajoelhar
Há um verso em mim que grita
Me cutuca
Feito agulha cuja ponta
Foi posta no fogo
Só pra piorar
E enquanto fere
Eu fecho os olhos
No escuro de sempre
Corre, agora
Há um verso que nasceu pra me afastar

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Ichi me

I don't know if it's the jokes
I don't if it's because I got spanked
But I sure feel less lonely
When Kyler is around.

I don't know if it's because I feel raped
Or if it's the way I have to beg him to choke me
But I swear I feel less lonely
When he's around.

I don't know why does is worth so much
San cigarettes, ni beers
I don't know why is the smoke so necessary
But I'll tell ya
When my lungs are not working
I forget I am alone all the time.

I could be somewhere else,
Dressing in another way
I can even call myself another name
But nothing changes.

It is inside me
And at least I have to try
To pull it out.

I don't know what's left
For me to do about my life and everything
I have it all that I could want,
Sometimes I think.
I don't know why I keep on crying every night.

My heart beats fast.
Another day,
Oh, not today.
I have to say
I always try to do my best.
But will it last?

I know a lot
About the world,
About my past.
There will be times
When I'll forget
'Cause I'm depressed
But if there's one thing I know
It's that I'm not supposed to be dead.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Eu te esqueci

Quando você se foi,
Eu chorei.

Bebi garrafas inteiras
De vinho branco barato
E chorei.

Ouvi dois discos lindos
De um cantor brasileiro
E chorei.

Escrevi três poemas
Pra você.
Depois,
Chorei.

E tive três sonhos com você.
Quando acordei,
Chorei.

Hoje você vai embora,
Como foi tantas vezes desde então.

E eu não choro mais.
Por outros, sim,
Por você, não.

Eu não sinto mais tua dor
Me esmagando por dentro.

Eu não sinto mais saudades
Das tuas mentiras.

Eu não sinto mais você.

Me pergunto:
Quem você foi?
Quem fui eu?
Por que um dia te amei?
Por que chorei?

Hoje,
Enquanto você vai de vez,
Assim espero,
Não sei mais quem você é.

E não choro mais,
Porque nunca te conheci.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Dor

Eu tenho uma dor que me deram.
É minha e apenas minha essa dor.
Não é de Adenor, de Jorge,
De Sofia ou de Maria.
Essa dor que tenho é só minha.

Não vejo por que doá-la,
Descartar na reciclagem,
Embrulhar pra viagem.
Se ela é minha e vem,
Como um cachorro e seu dono,
É companhia.
Então, gosto da minha dor.

Eu tenho uma dor que me deram.
Ela fura, aperta e enforca.
Ela me rasga
E às vezes me entorta.
Mas, se a dor é minha,
De que isso importa?

Foi presente
Recebido há muito tempo.
Estava eu ao relento,
Mendigando afeto.
Foi tudo que puderam me oferecer.

Eu aprendi a ler,
A beijar e a correr atrás.
Eu aprendi que às vezes
É só querer um pouco mais
Que gente passa a ter.

Mas eu já tenho essa dor,
Que me deram.
Não tenho as mãos vazias
Nem peso no peito.

Aceito a minha carga
Como fizesse parte
De minhas costas,
Dos ossos.
A mesma dor que eu tenho
Ao me levantar.

sábado, 23 de julho de 2016

Solidão

Eu tenho um sentimento
Como se tudo fosse demais e
Nada fosse suficiente

Tudo que não me mata é pouco

É preciso sacrifício para ter valor

Preciso queimar, queimar
Rasgar, doer
Agonizar

Preciso não respirar por horas
Afogada na existência
De dias e mais dias
De vida
De vida

Preciso ser invadida
Pelo pavor
Da vontade
Da ânsia de explodir
E ser mais e mais
E mais
E mais

Se não for no teu nome
No teu corpo
Nas tuas mentiras
Malditas

Se não for um esmagamento
De ossos
Um estrangular de órgãos

Se não for o suor escorrendo
E o frio me cortando a pele
E se
Não for a tua voz
Me desfazendo

Se não for tu
Em tuas agonias
Vadias
Constantes

Se não for a raiva
E a angústia
Que só têm os casais

Se não for o impacto

Se não formos nós

Nunca
Nem aí
Nem cá
Nem lá

Será algo
Outro algo
Outra dor da falta
Que há de me transbordar

Talvez não sejam os dias
Pesados
Um exausto
Cotidiano

Mas e se forem os bares
Talvez sejam

Se forem as drogas
E os sorvetes
E as cartas de suicídio

E se forem os cortes
E as canções
E os lugares
Tão silenciosos
Que perfuram
Dor e dor
Por dentro, por fora
Por tudo
Ao redor

E se for o sexo sujo
Nos becos
Na mesma cama de sempre
Violada
Pela heresia
Do desamor

Se forem os cigarros
Que regem
O desabar de minha
Respiração

Não eu
Não tu
Não nós
Ninguém mais

Nem as substâncias
Lugar algum
Atividades?

Ir e vir
Afobado
Fobia
Do mundo

Será alguma coisa
Será
Será
Será?

Se eu correr numa praia de noite
Um ato desesperado

Talvez eu afunde
E seja

Talvez eu só saiba
Despencar
Mais uma vez
Talvez eu voe

E se não forem as risadas

E se elas forem todas falsas

E se não for você?
O que eu faço?

Eu corro
Eu grito
Arrumo espaço

Mas só quero
Estar apertada e apertada
Quero explodir
Bomba atômica

Um último apelo
As coisas sutis
Talvez?
Infância

Resgata
Implora
Relembra
E se for
E se for?
Não sou

E se eu fosse?

E se eu chegar a ser?

Se não for a dor
O medo
Ou euforia

Se eu não for
Insuportavelmente
Vazia

Mas se nunca tiver
Também
Companhia

A morte
Não, espero

Não espero
Não espero
Espero

Só um pouco mais



Eu juro
Pressinto
Eu juro
Prometo

Algo será

Mesmo que tu vá embora

Mesmo que eu vá

Não será
Nenhuma catástrofe

Tu recebe
Os mesmos
Empurrões 
Eu sei

E se não for

O que não será
É isso

Tudo que faltar
A falta a falta

É isso

Precisamente

Não mente
Não mente
Se eu precisar 
Será

Até

Volto logo
Mas talvez não

E se eu nunca mais voltar?
Morreremos?

Se eu morrer,
Eu sei,
É isso

Porque é a morte
Que eu venho buscando
Todos os meus dias

 Não há nenhuma outra
Que possa se comparar

Ao nascer

E como nasceria
Se não partisse?

Se não me despedaçasse em mil

Mas as tuas contrações
Me empurram pra fora
Não está na hora
Não está na hora
De sair

Acelera ao máximo
Que puder

Só assim
Posso parar
E o fim
E o fim

Perdão

Só pode ser assim

Enfim
Não é?

Não é

Mas tudo bem

Alguém disse
Uma palavra
Angustiada

Uma esperança dopada

Eu repeti
Eu repeti
Eu repeti

Mas não

Até
Até

Nunca soube meu nome
E o teu?
Até

O que é?
Se eu não me recordar...

Tem jeito?
Tem jeito?

Quem é?

Se eu deixar de ser...

 Se eu me esquecer de você

É.

Agora é

É belo
E destroi
E faz medo
E alegra
E faz dançar

E canta e grita
E contorce
E torce
Para que dê certo
Mas
Se não der

Se não der
Não dará

E se matar
E se
Matar
Será bom

Perdão

 Me perdi

Nunca soube onde estava
Nunca esteve
Acho

Não estar
Não estar

Mal estar

A falta será.
Mesmo que
Nunca vá

Talvez
Você fique pra sempre

E se for?
É.

Assim não doerá
Quando doer
Doerá
É fato

Meu parto
Não parto
Não vou
Não fatio
Não tento
Não falo

Respira
Fôlego

Pela última vez
No mesmo lugar

Será
Será
Permanecerá
Como está

Sufoque
Num agudo
Com afinco
Rabisque
Na pele
No ar

Sobreviva

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Asa.

Sempre que eu pego um avião
Há algo que me rouba a identidade
Quando decolo, me perco nos ares
Juro que é verdade
Eu me esqueço de quem era
Em outro chão
Não sou mais ela
Quem dera
Não mais ser quem serei
Quando pisar de novo
Ausente de náuseas ou tosses
Plena de noites de sono
Que nunca terminam
Quando viajo
Quando saio de minha terra
De minha cama
De minhas esquinas e gentes
Recebo um presente
A mudança súbita dos dias
E a melancolia é só minha
Tenho paz
E quando eufórica pulo
Agradeço aos deuses
Pelo pouco que me agrada
Não tarda
Volto a me sentir exausta
Fugir incansavelmente
Na realidade cansa
É duro não ser
Mas também é preciso respirar
Então quando tomo fôlego
E me vejo no ar
Nuvens estiradas abaixo de mim
Eu sei que estou no fim
De tudo que sou
E quando acordo
Me doi um vazio agudo
Que aquece,
Como um tiro que saiu
Na cirurgia precisa
Da aterrissagem
Esta imagem
Que antes conhecia
É uma cicatriz
E o pássaro triste
Que antes ali havia
Se sofria
Agora morre
Deixa uma canção monótona
E segue um estardalhaço de cores
Outras asas
Alguém para nascer de novo
Um ovo esquecido
Chocado pelo sol
Para voar de volta
E morrer na queda
Para voltar a ser quem antes fui

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Água Doce

Coração sozinho
Vaga pelas sombras,
Pelo sol
Tal qual relógio
Anúncio
De que todos os dias
Serão iguais

Peito vazio
Um escorrer manso
Da realidade
Degradação da vontade
Não arde
Refresca ou amorna
Como os solos pobres
No raiar ou pôr

Pernas
Cansadas, lentas
Olhos que não atentam
À imensidão

Se não faço festa
Não tem valor
Este mar
Ou qualquer chão

Se não tem velório
Não há justiça
Nas lágrimas que seco
Não peco
Mas tampouco sigo
As intruções

Me guarda o cansaço
E o degolar monótono
Das horas
Não demora
Vou a fundo
E em tudo que há no mundo
Percebo
Tudo que tento ou faço
Tudo que sinto
É em vão

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Six Days

"The art of losing
Isn't hard to master

So many things seem filled
With the intent to be lost
That their loss is no disaster

Lose something everyday
Accept the fluster
Of lost door keys
The hour badly spent

The art of losing
Isn't hard to master

Then pratice
Losing farther
Losing faster
Places and names
And where it was
You meant to travel

None of these will bring disaster"

Trecho de "One Art", por Elizabeth Bishop.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

domingo, 10 de julho de 2016

O oco

Silêncio.
Esse silêncio é meu, muito obrigada.
Ninguém grita, nada bate.
Todos os corações pararam.
Não se ouve uma respiração sequer.
É madrugada.
Talvez tudo esteja fora de lugar.
Eu não me importo.
Não preciso dormir.
É o meu silêncio.
Não há nada no mundo
Que eu precise fazer agora.
Ninguém fala, ninguém chora.
Não há cobras rastejando pelo chão.
Não há amor no ar, nos olhos.
Não há cheiro nem gosto.
Quase não resta luz.
Um pouco de dor, tudo bem.
Silêncio.
Essa solidão é minha.
Minha, minha.
Eu só queria estar sozinha.
Uma vez, pra variar.
Sem som.
Martelos batendo na minha cabeça
Ou o gargalhar angustiante
De festeiros diversos.
Sem música, sem notícias no último volume.
Sem ajudas, sem saídas,
Sem álcool, cigarro ou brigas.
Sem ter nada pra fazer.
Sem ter aonde ir.
Só eu e eu.
E o escuro.
E o silêncio.
Sem que a tristeza me consuma
Ou a revolta
Ou o desespero
Ou a falta de ar.
Sem as vozes,
Sem discursos sobre a alimentação.
Sem relacionamentos ou parentes.
Esse silêncio é meu.
E doi.
Doi na escuridão.
Doi na luz.
Doi quando não tem som.
Ou companhia, talvez.
Doi essa solidão
Que é minha
E que nunca vai me deixar.
Mas esse vazio
Que toma conta de tudo
No fundo
Doi menos que o meu transbordar.

Fatídico

Casaco
Aberto
Peito exposto
Frio
Eu não tenho talento
Por que eu ainda tento?
Dor de cabeça
Um cansaço que não passa
Alguma coisa está errada
Mais desgraças
Estão vindo me visitar
Eu escrevo
Porque ainda não morri
Mas eu não disse
Que escolhi estar aqui
Eu não aceitei
O que seria a vida
Nesse lugar abandonado
Eu nunca tive coragem
Pra sair do tal berço dourado
Será que um dia eu chego
A ajudar alguém?
Cada dia passa
E eu sei cada vez menos
Sobre o mundo e sobre as coisas
Sobre mim também
Lá vem, lá vem
Lá vem, lá vem.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

No help coming

I like your text
I said
It was so great
And I
I should just write
You said
But didn't want to
To write was to exist
To have voice
I didn't want to survive
I had decided
Wanted to die
Let this pain run
All over you, girl
My mind spoke
I had to let it go
And grow inside me
The loneliness
And sadness
The sound of all the human beings
Around me
Was torture to my head
I wanted to hit it
Against the walls
I wanted to cut my wrists
Because I was alive
And I didn't want to be
I lost my purpose again
I lost it, I lost it
I lost myself
And I didn't trust you
To get me back
You didn't care, you didn't care
You were alive
You were there
Barely breathing
Away from me
Away
I couldn't bare how hard it was
It was destroying me
Just like everything else
All I wanted was to leave
To leave this place
This planet, this body
To leave my life behind
And never come back
And never come back
I was awful
So was the world
And I decided
Depression owned me
I was a slave
Waiting and waiting
Lying on my bed

Talk

I've always been that girl
With an endless speech about nothing
I could talk and talk for hours
Wouldn't get tired
Like I was just born to that
I've always been a girl
With an incredible sense of loneliness
Wasn't my parents fault
I had love and attention
They always took good care of me
But still
I'd always feel
Lonely
I've always been the girl
The one who acts strange
And never makes sense
I'd always want to make a thousand friends
Even if I knew
I'd have to forget
Each one
Over and over again
I've always been someone
And it always felt
Like I was the only girl to realize it
I was
And always in a place
That no one else could be
I've always been a piece
Incomplete
And I just couldn't change the fact
That I didn't belong
I didn't belong anywhere
And I tried, I tried
I swear
But in the end
There's something that I've never been
I've never been silent
Sometimes I had to be
But never could
And I would talk and talk
Often very loud
Like I didn't care
My soul was very locked
So I had to prove
I had to prove that I was there
So I've always been that girl
With an endless speech
Because every single time I couldn't breathe
And everytime couldn't bare
I'd talk
Loud and infinitely
I always knew
That I was never really there.

Desordem

Assim achava,
Palavras
Precisavam ser respeitadas
Honradas
Tratadas com perfeição
Não sabia
Palavras eram o caos
Da nossa estadia
Sobre o mal que nos aflige
A palavra estava
E sobre a dor a nos redimir
Havia poesia
E entre os ossos
Da antropofagia
Só de uma forma assim
Tão desconcertante
Nos explicaria
Não era sobre reis ou regras
Ou sobre a economia
Não era sobre fé
Ou sobre os politicamente ilhados
A expressão
De todos os nossos pecados
Vinha do mesmo lugar
De onde se comprovava
A felicidade
Se é que ela existia
A palavra não era mérito
De nenhuma sabedoria
Porque de fato
Não sabíamos
De coisa alguma
Era um pesar eterno
E um flutuar soberbo
Era sobretudo
A falta de harmonia
Entre as almas
Que aqui circulam,
Sem nenhuma orientação
Era
O que éramos nós
Uma aflição
De todos os dias
Não fazer ideia
Do que nos segue
Do que nos aguarda
Do que na verdade somos
A palavra
Era
O nosso não ser
E a vida
Que nos era tirada
Antes do anoitecer

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Se eu nunca te tivesse tocado

Os textos que te copio são meus.
Minha caligrafia, narração,
Minha respiração sobre os versos
Inversos aos que tu escreveu.
São meus.
O tom de voz rouco, desafinado,
O descompasso desesperado
E o apego desmedido.
Meus.
Os textos que te roubo,
Quando não mais expostos no teu mural,
Quando não te escorrendo sangue sob a pele,
Vendidos abaixo do preço de mercado,
Não são mais teus.
Rabisco meu nome em cima.
Tomo posse, contamino.
Corrijo um ou dois erros,
Olha só esse descaso nada novo...
Em minha tipologia e margem,
Cor e formatação.
Os textos teus que recito em meu diário
Apenas meus são.
Não por você tê-los me doado,
Como o fez tantas e tantas vezes.
Não por você ter me endereçado,
Nome, sobrenome e apelido,
Piada interna, descrição de mim.
Os textos que te copio,
Fiel, como a matéria na lousa da escola,
São meus.
Escolho as minhas pausas,
Arrogante e suja.
A minha ordem estraga
A perfeição da tua bagunça.
E a minha limpeza
Arranca
As dores e os tremores,
Calafrios sóbrios
Que teria ao reler-te mais uma vez.
Os textos teus
Na minha voz maldita
Só revelam a imensidão
Da minha escassez.
Copio um trecho,
Decoro.
Melodia solta
No meu velório.
Faço trilha sonora
Monótona
De todos os segredos
Absurdos
Que me tornam
Um breve pedaço gordo de derrota
Ou algo que tenha origem
Num lugar ruim.
Tento mais uma vez.
A fala, a poesia.
O ritmo, penso:
Como você faria?
Mas erro,
Porque desde o começo
Teus textos
Não foram feitos pra sair de mim.
Te peço uma vez,
Desisto.
Talvez não por princípio,
Por negligência mesmo,
Assim eu sou.
Prepotente, no mínimo,
Megalomaníaca.
E se tem algo no mundo
Que eu não posso tocar
Sem que toda beleza seja
Drenada
Pela minha sede incansável
De consumir tudo que alcanço,
Este algo, pode-se de dizer,
É o todo que sai de ti.
Uma vez que tu és tu,
E produz textos,
Não importa
A quem estejam endereçados,
Eles são teus
E só serão, se forem teus.
Em minhas mãos,
Carregadas de mortes, desgraças,
Autopiedade ou sabotagem,
São só restos mortais, resquícios
De toda a beleza que o mundo
Poderia ter tido.
Em minhas mãos, não são.
E através de minha voz,
Tu nunca serás tu.
Nunca teria chance.
Não adianta
Quantas vezes eu implore
Que me deixes guardar fatia
De uma estrela.
Quando chega em mim,
Você morre.
Torna-se um mantra satânico,
Fora de tom,
Esquecido na poluição que sou.
Torna-te algo
Que nunca mais tu.

Se

Se eu te largasse e fosse procurar a outra
Que me dirias para melhorar?
Me sequestrarias, matarias, deixarias escapar?
Do teu coração, estarias morta?
Que sentimento tu tornarias teu padrão?
Por todas as vezes que me disseste
“Te amo”
Olharias aos céus, os olhos de lágrimas tristes
E pedirias por perdão?
Os textos tantos que escrevi durante este ano
Recuperarias para ler
Infinitas vezes em esperança de seres
Minha mais uma vez?
Dirias aos teus pulsos que não eram dignos
De possuírem sangue?
Ou pensarias, nem que por um segundo,
No teu ser exangue
Caído morto, número deposto do montante,
Gado fora do rebanho
E então dispersar-te-ia destes pensamentos?
Se eu fosse embora,
Tua luz apagaria ou incendiaria florestas
À procura do meu olho
Minha metáfora, do jeito estranho que
Apenas eu tenho?
E se de qualquer resposta dessas te fosses
Plausível de momento
Que te adiantaria me teres agora que te amo?

- Nícolas Arths.

Liberty - Maps To The Stars

On all the flesh that says yes
On the forehead of all my friends
On every hand held out
I write your name

~

On my school notebook
On my desk and on the trees
On the sand and in the snow
I write your name

On all the flesh that says yes
On the forehead of my friends
On every hand held out
I write your name

Liberty

~

On my school notebook
On my desk and on the trees
On the sand and in the snow
I write your name

On all the flesh that says yes
On the forehead of my friends
On every hand held out
I write your name

~

On absence without desire
On absence without desire
On naked solitude
On naked solitude

On the stairs of death
I write your name
On the stairs of death 
I write your name

On health that is returned
On health that is returned
On danger that is left
Danger that is left
On help without memory
I write your name
On help without memory 
I write your name

And by the power of a word
By the power of a word
I renew my life
I renew my life
I was born to know you
And to name you
I was born to know you
And to name you

Liberty
Liberty