sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Piece

You could be just a voice
Moaning in the dark,
Whispering to me.

You could be just
A soft warm,
A light blanket
To cover me on my sleep.

You don't need to be whole.
I don't need an erotic touch
Or some.
You could be just a piece.

You could be the first ray
Of sunlight, that scapes
Through my window,
In the morning.

You don't have to fight me
Or maybe take me out to eat.
You don't have to tell me
I am pretty and I can do anything.

You could be here.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Tristeza n°14

Perco meus dedos
Aos poucos
Se derretem
Perante a falta de toque
Congelo
Na falta do teu calor
Meus olhos fecham
De novo e de novo
Pesam
Minha língua me odeia
Pelas amarguras
Que tenho engolido
Eu sinto tanta saudade de você
Que tudo odeio.

Me perdoa, me perdoa
Por ter sido tão ingrata
Por não me sentir amada
Não mais, não agora
Me perdoa, me perdoa
Por não me sentir inteira,
Capaz de ser tua,
Capaz de ser feliz.

Se não desmaio
Em cinco minutos,
Se não dessa vez,
Te amo.

Nada sei sobre este mundo
E suas misérias
Nada sei sobre o caos que sou
E nada sei
Do que deveria saber
Sobre quem tu és.
Em meu isolamento,
Egocentrismo leonino
E tudo mais,
Encontro letras pra dizer
Só isto,
Este pouco, antes de ser
Completamente inútil
E desistir:
Eu vejo em você
Uma beleza que em ninguém mais.

E se não valer a pena
Lutar por isto,
Pelo que mais
Valeria a pena
Sorrir?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Manhã

Eu pego um sutiã
Jogado no chão,
Uma blusa do armário
E o cordão de sapo
Sobre a mesa.
Não tenho ninguém
Com quem compartilhar esse texto.
Ninguém entenderia
A importância
De pegar um sutiã do chão.

Eu não lavei o meu cabelo hoje.
Vou sair com a mesma meia
Que tenho usado
E com o mesmo olhar cansado
De quem já desistiu de viver.
Ninguém entenderia
A relevância
De ter já desistido de viver.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Too much internet, so little time

I chose this shirt today
Because I was in pain
And then I've gone to class
And there I cried
So I must tell you this
I'm giving up
I have to
Because I know
That this is a huge mistake
But there's a part of me
That still loves you
And wants to be with you
Even if
Not to marry
Even if
Not to have kids
Even if
Not to complete myself
Or validate my existance
There's a part of me
That just likes you
Like I like this shirt
But with a little less hope.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Humanidade

Entre todas as coisas
Que na vida eu tenho desejado
Depois que eu desejei a ti
Nenhuma teve chance
De competição

Seria assombroso repetir,
Portanto,
Que é preciso desejar
Para existir
Pois se o digo,
É claro
Que apenas desejar-te
Faz de mim humana,
Em lugar de pedra ou árvore,
Me equipara com os outros mortais

Sem título 2

Porque tanto me calo.
Porque tanto me frustro
Em tentar e mais uma vez tentar
Encontrar um lugar que me caiba no mundo.
Porque tenho feito esforços
Para encontrar o que gosto,
Para desejar, para existir.
Porque se não tenho gosto,
Se não tomo partido,
Se não opino ou prefiro,
Se não nego ou ofereço apoio,
Não existo.
Quem nada diz, nada é.

Porque tanto falo.
Porque tantas vezes insisto
Na minha inútil escolha
Da cor dos fios de cabelo,
Na minha dúbia preferência
De curso universitário,
No direito que a mim cabe
De faltar a compromissos,
De esquecer meus livros na estante,
De desaparecer.

Não estou aqui
Para reclamar
De tudo que me falta.
Me falta bem pouco.
Tenho família, amigos,
Uma casa confortável,
Tenho uma carreira possível.
Nem mesmo posso dizer ao certo
O que não possuo.

Eu venho aqui
Na esperança fraca de que
Escrever
[, Ao contrário de falar
Com minhas arrogantes cordas vocais,
Ou de calar,
Em forte protesto de meus lábios inquietos,]
Possa mudar algo,
Nem que seja um ínfimo algo
No limite de mim.

Sem título 1

Esta não é a vida
Que quero para mim.
Porém, que vida
Hei de querer?

Tudo que me têm oferecido
É falso,
Ao passo que quase todas
As ameaças que me fazem
Se mostram prováveis.
Me pego mais uma vez pensando,
Tentando entender essa gente
Que tanto ri, que tanto comemora,
Tentando abraçar no meu peito
Essa gente que brada
Aos quatro cantos
A revolta.

Nada faz sentido.

E tem me dito
Um destes seres
Que tanto vagam:
Não há razão alguma
Para comemorar.

Então, me olho no espelho:
Cabelos desgraçados,
Um pedaço de pano medíocre sobre o corpo,
E me pergunto:
O que afinal estou fazendo aqui?
E o que é preciso fazer
Para desistir?