segunda-feira, 19 de março de 2018

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Ainda te amo.
Ainda também o amo.
Talvez sempre tenha amado aos dois.
Por amá-los
Porque quando amo morro
Sem morrer,
Só vou me machucando,
Perdendo peças
Virando cacos;
Pelo tanto que me feriram,
Não posso tocá-los
Fingir que existiram um dia
Humanizar-nos.
Preciso seguir perdendo
A voz, os laços
E a vontade de existir.
Eu vivo apenas por instinto
Sobreviver, fazer arte,
Enxergar o mundo.
Se eu tivesse escolha
Teria escolhido te amar.
Ou a ele, se você não estivesse.
Mas ninguém escolheu amar-me.
Então sigo só.

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