sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Caquinhos

Um cigarro. Um cigarro. Um cigarro. 
Toda hora esse pensamento me passa e eu tento soprá-lo tipo a fumaça burra excessiva de quando eu não trago.
O dia me pesa como chuva. 
Como uma nuvem cinza e vermelha que tentei rabiscar mas que não fez sentido. 
Um amor desigual repartido dentro de mim que de repente de um nada explode e me sufoca.
Não quero amar. Não quero falar com ninguém. Respirar me doi.
Não sei existir. 
Acho que ele não me entende.
Acho que ninguém nota que estou aqui.
Estou esperando calada que alguém perceba o incômodo da minha presença e me chute desse lugar.
Mas não calo a boca.
Movimento, sou incrível, uma estrela cadente, um raio de sol.
Eu sou o palco.
Eu detesto ser o palco.
Preciso de um drink.
Se eu beber um gole eu sei que eu vou me matar.
A vida tem sido incrível a tal ponto
que eu enxergo um futuro.
Um futuro cheio,
Parrudo,
Um velho gordo e capitalista.
Rindo da minha cara.
Eu acho que sou gordofóbica.

Espero que eles não percebam quem eu sou 
e que alguém me pegue pelo pescoço e torça até partir em dois.

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