quinta-feira, 27 de novembro de 2014

É ele, e faz de novo

Você é a lua
Na fase em que a minha maré sobe
E vai me afogando
Mesmo que esse sol de quarenta graus
Insista em secar tudo ao redor
Você ainda me faz afogar
Meus próprios pulmões
De um soro que só me pertence

Talvez se eu fizesse alguma ideia
Do que eu tenho
Do lugar de onde vem
Essa loucura
Talvez eu te culpasse menos

Talvez eu soubesse o que fazer
Ou para onde ir
Mas o tempo fala por si só
E ele me diz
É ele
É ele que faz tudo girar na direção oposta

É ele que polui os versos
E progressos
É ele
É ele
É ele
Que é

Culpado

E não te confio mais
Como se fosse demasiadamente sensível
Fraco
Quebradiço

Como se eu não pudesse mais sentir
Esse imenso vazio de existir
E então compartilhar
E se não for para compartilhar vazios
Por que você?

Você está sempre um patamar acima
E um patamar abaixo
Não pode porque não suporta
Não pode porque não está afim

E esse não poder te mata
Aqui dentro de mim

Odeio não ter você
Odeio esse buraco negro pra onde vai
Tudo que eu quero te dizer

Eu vou tentar de novo
E sou incorrigível

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