terça-feira, 15 de agosto de 2017

Polímero

Eu ando tonta nos trilhos
Meus passos cruzam tortos
A lente roubada brilha
Cintila, meteoro
Eu busco meu reflexo,
Não tentando fazer algum retoque,
Mas ciente de que seria a única
Cabível companhia
Em meu mundo
Meu peso se acentua
Desequilibro fraca
Pequena
Arrastando comigo
A lentidão da vida
E a inconsequência dos atos
Rastejo
Sorrindo a minha tristeza
Nos blocos cinzentos
Desistindo
De me manifestar
Eu engulo as fatias,
O trigo, o milho, as falas
E enquanto me queima
Eu em vez de brasa, me deformo
Um plástico, petróleo
Um resultado barato
Insustentável

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