segunda-feira, 3 de março de 2014

Noite funda

A água me olha morta, e me informa que engoliu minha alma. Eu já sabia. Ela me chama. Quer me afogar. Minha garganta seca. Meus olhos vazios procuram inquietos alguma existência fútil no azul. Uma metralhadora se instala no meu crânio. Os tímpanos se anestesiam. Na noite não há borboletas negras pra me resgatar. As vozes noturnas me devoram e apavoram. Estilhaço, definho, desintegro. Evaporo ou viro pó. Desapareço.

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