quarta-feira, 2 de julho de 2014

Confissão de cama

  Quero dizer, toda noite eu tenho me sentido só. E toda noite eu penso em você. E talvez se eu congelar minha alma debaixo de cobertores com mangas, isso se torne mais simples. Provavelmente não. Mas eu tenho ido bem, vê? Porque apesar de não estar feliz eu estou novamente controlada. E é como se eu estivesse satisfeita desta maneira.
  Amando você.
  Porque, você sabe, eu preciso de um romance que não estou encontrando. Eu preciso de um carinho que não estou recebendo. Mas está tudo bem. Porque eu estou aprendendo novamente a me alimentar de palavras. E meu espírito se reconforta assim.
  Amanhã eu fujo para o inverno. E talvez eu me divirta por lá. Mas certamente sentirei a mesma falta ao deitar sobre minha cama gelada.
  E talvez eu fuja pra janeiro. E me parece a solução mais forte pra essa minha solidão estupidamente conformada. Talvez eu vá contigo pra qualquer lugar. Você sempre foi a pessoa em quem eu mais confiei. Mesmo quando eu não queria confiar.
  Eu te confiaria a minha vida, e a minha morte. Eu deixaria que você me destruísse. Eu te amo. Eu te quero aqui. Eu estou muito só. Todas as noites.

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