quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Rotina, medo

Penso demais
Não como
Não durmo
Bebo
Sofro
Peço socorro
Peço socorro de novo
E de novo
E de novo
E de novo
E de novo
Tento existir
Mas, nada
Nem vírgula
Nem ponto
Fuga estática
Paralítica
Só um copo
Por favor?
Um gole só
Um passo
Um verso
Uma nota
Uma tentativa
Um traço
Porém
Por quê
A cama
E a insistência
Desesperada
A vida congelada
No caminho
O ninho de edredom e medo
E mentiras
Mentiras por toda parte

Minto
Durmo
Como
Paro de pensar
Não bebo
Não sofro
E não existo ainda
Mas finjo existir
Nada de pedir socorro
Ou de sequer querer
Nenhuma melodia
Nenhum gole seco
Nem doce
Nem uma lambida
Uma vida que segue, morta
Cega
Torta
Satisfeita

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