domingo, 2 de julho de 2017

Restos, ossos, pó

Como eu te tiro de mim?
Como eu me tiro de mim?
Me dou um tiro, talvez?
Me atiro do alto outra vez?
Carregada do medo de ser
E embalada por este texto medíocre
Que eu fiz pra você
E como se eu tivesse nascido
E permanecido viva
Até este instante
Só pra te conhecer,
Agora que eu não te amo,
Eu quero morrer.
Eu peço que me deixe ir,
Mas peço pra mim, que você já deixou
E devia ter deixado,
E devia ter me deixado, e desamado,
E me esquecido também.
Você devia ter ido,
Mas ainda tá aqui, dentro de mim
E ainda me tem.
Nunca poderia, pois se não há mais amor
O que seria?
O que pode ser este peso do vazio
Que arrasto,
Joelhos falseando
E voz condenada
Pelas pragas que tenho me jogado
Pela vontade que tive
De te ter.
O que posso ser?
Ainda, se não tua,
Se não tua tinker nua,
Se não tua
E de mais ninguém?
Como te mato,
Psicopata sádica,
Bruxa, qual feitiço rogo
Pra te esquecer pra sempre?
Como sigo em frente?
Não sei o que fazer com o pó que me mora,
Não sei o que fazer contigo,
Morto em mim.
Te dou um tiro?
Te atiro num lago fundo?
Te tiro de mim,
Tirando a minha própria vida?
Ou será que isso nunca vai ter fim?

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