quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Alone at house one

Bunny gosta da chupeta de coelhinho que brilha no escuro.
E de uvas verdes sem caroço. E do desodorante que tem cheiro de bala de morango.
E do senhor T.
Patrícia gosta da ideia de morar em sua própria casa.
Alice odeia os insetos. Tem algumas lembranças boas, mas não aparece muito porque a casa a deixa confusa. Não é mais um lugar que ela reconheça. Está estranho. Não é mais como foi antigamente.
Lola brinca com o corpo de T. aproveitando a intimidade que ele e Bunny têm. Acariciá-lo é mais confortável e seguro que deixar que Nadine desabe no sofá da sala ou nas cobertas frias.
Nadine sente calor. Um calor insuportável. Faz quarenta graus em todos os cantos e ela só se acalma em frente ao ar condicionado que no corpo provoca alergia. Nadine odeia a vida. Finge que odeia T; mas ele é sua única saída.
Encontramos uma carta nossa na gaveta do pai.
Uns querem roubar. Outros querem pôr fogo. Fingir que nunca aconteceu. Alguém recomenda que falemos sobre isso. Com quem? Quem iria entender? Nos sentimos sozinhos.

Eu me sinto sozinha.
A dor mora em mim, e eu tenho sobrevivido.
Melhor contigo, mas,
Ainda doi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário