quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Guerra perdida. Looping stage

  Eu começo a falar com ele e está tudo bem... Mas de repente alguma coisa grita. Alguém se desespera aqui dentro de mim e subitamente eu já não posso respirar. Não posso mais respirar ao lado dele, não posso respirar sem aquelas mãos geladas no meu pescoço. E eu prefiro morrer. Fico mentalizando a morte e repetindo "não, não, não!" feito uma louca. Em voz alta brigando comigo mesma. Não posso ser fraca a esse ponto. Não posso. E fico lá inquieta, perdendo o juízo enquanto ele é o único que se importa. E eu só consigo pensar em como ele se importa, e em como ele é o único capaz de cuidar de mim. Mas ele é o demônio. Ele me seduz com aquela manipulação manjada. Eu quero me matar porque sou muito, muito fraca.

  Sou desprezível. Desesperada como uma pisciana, passiva como uma canceriana, obsessiva como escorpião. Colocaram fogo na minha juba e eu fui parar num canto escuro acanhada. Eu tenho medo do mundo. Eu tenho pavor de ficar feliz ao lado dele. Eu tenho que fugir. Tenho que parar de mentir. Eu emano fofura, mas é tudo mentira. Porque na verdade eu sou uma besta. Não (só) no sentido de burrice, mas no sentido animalesco. Brutal. Eu sou um bichinho assustado que ataca tudo que se aproxima. Mas só machuco os sensíveis, que não o merecem. E nunca sei quem são. Eu tento quebrar todos eles. É instinto de defesa. Eu só me sinto segura quando alguém tá sentindo dor.

 A primeira coisa que eu penso quando o vejo é que eu prefiro morrer.
 A segunda é que o quero na minha cama.
 A terceira coisa que eu penso é em como apanhar acalmaria toda a turbulência desses meus pensamentos.
 A quarta coisa que eu penso é que eu devo me afastar.
 Desejo me cortar. Desejo fumar.
 Mas eu não posso fumar.
 E na quinta coisa eu só penso que preciso mesmo é parar de pensar.
 E aí vem o pânico.
 Pane no sistema.
 E o ciclo recomeça.

 Ter que te encontrar é uma morte diária.

 É um infinito purgatório.
 Um inferno em forma de gente.
 Por favor, pare.
 Pare de existir.
 Eu não tô aguentando mais.

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