sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Ritual

  Frente a frente com o inimigo. Olhos que se encontram e se refugiam. Lábios retos, secos. Uma funebridade compartilhada. Compreendida. Ódio e amor.
  Uma voz suave masturbando as almas doces. O pavor adormece. Como se dois órgãos copulassem em plena tempestade. Uma nostalgia forte de algo que já não existe. Um sentimento que só finge.
  Tanta água derrubando todas as torres sóbrias. Tanto as que protegem, quanto as que aprisionam. Maremoto dos opostos.
Inconsequência degolada. Uma prisão em carne. Profunda escuridão. Oco.
  Transpiro toda a essência e procuro ser nada porque minha cabeça ameaça explodir. Boom.

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