segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Confessionário:

Querido, não gosto de você. Gosto do seu pau. Querido, não te quero mais perto, te quero morto. Querido, o que diz a minha agenda é passado morto depois de posto sob tortura. E você não é quem está escrito lá. Querido-futuro-morto, você precisa sofrer de alguma forma, e por isso estou me aproximando. A minha confiança foi devorada, corroída, depredada. O desgaste foi tamanho que tornou-se algo irreparável. Agora você só é um futuro cadáver. Uma vítima que outrora fora facilmente minha e agora está aí se decompondo, nas mãos de uma necrófila qualquer. Alguma bactéria nauseante.
Engulo a partir de agora, e por tempo indeterminado, meu orgulho e meu ódio. Viverei da libido violenta, e direi como se o passado intermediário não houvesse. Sorrisos, abraços e 'bom dia's. Dizem que inimigos a gente vê de perto. E você não sabe do quão perto eu sou capaz de estar.
Eu sou uma bomba-relógio, querido. Você não sabe. Você não teme. Ignorante como a própria carne envolta em um desejo egoísta e corrosivo. Inconsistente e imaturo. Prato cheio para o meu mais novo degustar.
Não tome cuidado, não fuja. Não vai dar certo mesmo.
Estarei lá.

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