quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Floco de neve

   Não vejo mais nenhuma capa, proteção ou armadura. Estou de carne exposta, cérebro afetado e alma vulnerável. E voltei a ser aquela espécie de tapete fofo em que você se deita, rola e ri sem se preocupar. Eu sou um bom tapete. Sou boa em muitas coisas, aliás. Mas estou aqui de novo. Perdida e atada a vocês dois. E vou te observar me deixando de lado quase sempre, e vou deixar de falar com ela. Porque tudo isso ainda me incomoda. Sempre, não importa o que aconteça. Porque o 'nós' de vocês me faz sentir tão só... Estou fraquinha porque a raiva foi dormir. Até ela se cansou. Só faço querer chorar, dormir, comer. E agora, escrever um pouco. Não quero mais amar. Não quero nada, entende? Estou deprimida mesmo. Como se só existisse eu no meu mundo, e como se só coubesse eu mesma nele. Mais ninguém. E como se eu não me encaixasse em nenhum outro além do meu. A solidão é tão intensa, e ao mesmo tempo tão sutil... Vocês vieram tão erosivos, vieram como uma nevasca em pleno deserto. E eu não sei mais o que fazer, mesmo. Nem o que eu achei que me alegraria deu certo. Nada dá. E hoje eu me senti sozinha como não sentia havia tempo. Eu não quero ninguém por perto. Quero ser água, quero ser neve. Derreter, evaporar, congelar... A minha vida já anda tão parada mesmo. Não consigo ser mais um ser humano. Serei neve. Um floco sozinho perdido no ar.

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