sábado, 25 de janeiro de 2014

Les amis

Todos os meus amigos se cortam.
E se matam,
Tempo em tempo,
Em suas mentes,
Ou cadernos.
Seus  infernos,
Sempre tão iguais aos meus.

Todos os meus bons amigos fumam,
Se embebedam,
Se masturbam,
E é raro estarem bem.

Todos eles
No fim ainda cantam,
Se divertem,
E escrevem.
Tão sozinhos quanto eu.

Rimos bêbados da nossa própria
/essência.
Insaciável.
Quase morte.
Abstinência.
O amor.

A arte,
Que reparte,
As nossas almas dobradas.
Embolada
E embaraçadas.
O tal grande nó do mundo,
E umas luzes de natal.

Tudo explode dentro de nossas cabeças.
Tic-tac.
Boom na gente.
A vida ainda não morreu.
Adormeceu.

Eu, você, e eles ali.
A juventude desgastada.
Nós juntos ainda temos paz.
Ainda há paz em nós.
Juntos,
Sós.

Amém, universo.
O sol,
A lua,
E tudo que tá fora do lugar.

Tamos aqui.
E vamos lá.

Ninguém se matou
Ainda.

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