quinta-feira, 8 de junho de 2017

Edifício Central

E enquanto a freira
Cruza a fachada
Da loja de chocolate
Eu bebo um gole
Da minha cerveja quente
Pra ter coragem de viver
E de ir ver alguém
Que nunca vai me amar

Sou só
Sempre serei só
E não me nota a freira
Ou os chocolates
Não me percebe a cerveja
Enquanto me estraga

Nenhuma palavra
Vinda de mim é válida
Meu corpo é tralha
Minha mente é rastro
De algum obituário

E no meu itinerário
Entra você
Pra me puxar
E me salvar
De desaparecer

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