terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Doce neve.

   Pequeninos flocos de alegria esverdeados flutuavam vagarosamente até o solo descuidado. Sentada debaixo de uma árvore solitária, ela os observou. Era realmente irônico o modo como ela se sentia aquecida naquele momento. E não era a roupa que ela vestia, ou nada que ela estivesse bebendo. Também não era por causa da árvore que lhe protegia. O calor vinha de dentro. E o mundo parecia girar devagar. Ela constatou sem muito entusiasmo a anomalia daquele clima. Ali não devia nevar. Ela só usava um vestido de comprimento médio, e sapatilhas azuis. Se descalçou e foi para debaixo da neve. A velocidade dos flocos aumentou. Ela correu entre eles e rodopiou. Dançou e girou até se desequilibrar e tombar no chão. Olhando para o céu, adormeceu.
   Quando acordou, estava debaixo da árvore novamente. Coberta por um tecido macio, e cercada de um tapete branco reluzente até onde sua vista podia alcançar. Sentiu que sua nuca estava apoiada na perna de alguém, e uma mão tocou sua cabeça carinhosamente. Ela não se levantou, não se virou, e nem mesmo disse alguma coisa. Não se perguntou quem era. Levou a própria mão à mão desconhecida e sorriu para a neve que refletia lindamente o brilho do sol. Perguntar para que? Ela estava bem. Estava em paz.

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