segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

E? Nada.

    Só. Sentada num muro qualquer, num beco, num canto. Sentada na beira da calçada ou da estrada, sentada num banco. Recostada num lado quieto da vida, vendo passar a vida que não parece concreta, tentando lidar com as emoções que surgem sem explicação para lhe atazanar o canto quieto. Sem roupas, perdida entre o se querer, o querer se dar e o não se querer pra nada. Deitada, cansada, muito cansada de se sentir tão só. Foge e corre entre as palavras como num labirinto, construindo um caminho sem chegada. Enfeita, brinca e tenta saborear os sentimentos que encontra sem querer no caminho dentro de si. Às vezes grita, chora e goza. Às vezes ri sem razão. Às vezes canta. Mas escreve como respira. E foge, e dança entre as famosas ilusões, aguardando o personagem da vez para lhe apaziguar a alma. Descansa. Sem vontade de dormir, sem vontade de acordar, sem vontade de viver. A vontade não passa de uma mera de observar o nada cheio de tudos que ela desconhece. Observar e esperar que algum tudo apareça, por estar tão exausta que já não suporta procurar. Sem medo, só pára. Sonha. Talvez esperar demais não seja certo. Talvez não faça bem esperar. Planejar acalma, mas não resolve. O que fazer? Ela observa a vida passar. Observa o tempo, observa o dia, observa as pessoas. Observa bicho, planta, chão. Observa tudo, e não grava nada. Nada lhe prende a teimosa atenção. Aguarda. Ao menos consegue estar calma se observar. Talvez pense menos sobre o que aguarda, talvez se distraia, se perca. Talvez nem pense... Talvez só só. Talvez sinta sem perceber. Talvez chore sem notar. Talvez calma dessa vez, só dessa vez, a esperar...

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