terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Ser felino.

    Para onde será que este Leão está indo? Ele se afasta do grupo, se encolhe. Talvez coisa de gato, mas não coisa de Leão. O Leão chora, mas espera... Esse Leão não é um Leão... É uma Leoa! E como não perceber que era uma Leoa? O andar sedutor, o olhar.. O jeito como ela acaricia com a língua. Suas garras e presas camuflam sua doçura, mas não sua postura. E seus desejos... São desejos de Leoa. Mas ela ruge como um Leão! A Leoa é forte, mas ela se recolhe. E por alguns instantes ela parece desvestir a própria pele dourada. Se esconde onde ninguém pode encontrá-la e sai desvestida. Irreconhecível. Sua pele tem cor diferente agora. É uma cor que a maioria desconhece. Então, ela corre. E sente o vento bater gelado contra sua sub-pele sensível. A sensação é Maravilhosa, mesmo sem sua clássica juba para esvoaçar. E quando ela se vê absolutamente distante de tudo, ela ruge. E finalmente ruge como uma Leoa. E volta ao seu canto de origem caminhando suavemente pelo percurso memorizado. Ela quase pode sorrir. Mas um felino pode sorrir? Sabe-se que antes de tudo, uma Leoa sorri de dentro. E novamente ela exibe seu corpo e o brilho curvilíneo de sua capa dourada, que ela recoloca facilmente. Quando chega, ela se deita ao lado de seu amante e recosta sua pata pesada e macia sobre ele. Adormece. Seu ninho está quente novamente.

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