segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Tatuagem insípida

A tatuagem já faz parte da minha pele,
E assim como você,
Ela não tem mais graça.
Orgasmos programados,
Meu cabelo desbotado,
Minha cara, completamente banal.

As depressões que me atormentaram
Por duas semanas inteiras,
Já não matam mais.
A lua e o sol,
E os dias e as noites
Que passam,
Insípidos.

O amor que eu te tenho
Tem sabor de soja,
É como devorar papel.
Mas eu te amo.
E isso nem de longe me basta.

Acordar todo dia pela manhã,
E me perguntar por que estou tão sozinha.
Me isolar daqueles outros,
Uns corpos vagando no intervalo.

Vir só. De volta para a maldita casa,
E o maldito quarto,
E perder uma tarde toda na maldita cama.
De madrugada pedir socorro.
Desmaiar de solidão.

Pedir que o amanhecer não amanheça.
Pedir que não haja céu, companhia, existência.
Que não hajam malditas provas,
E surtos masoquistas,
E culpa me devorando o estômago.

Pedir que não haja fome para a comida também sem sal.
Um mundo que não gira em cores,
Um canto sem melodia,
Ameaça de enxaqueca na esquina.

Tédio.
Apatia.
Melancolia.
Solidão.
Ar, estagnado.
Poluído.
Triste.
E exaustão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário