quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Manhã chuvosa em setembro

Eu te amo e quero cortar os pulsos.
Tem tanta energia rolando aqui.
Ela não entende, ela não sente as coisas. Os sentimentos dela são superficiais, clichês.
Gosto dela por causa da sua agressividade, e é isso. Se pá porque ela insiste em falar comigo e elogiar meus textos.
Ela me diz que não sabe se expressar como eu, e eu só consigo pensar em como ela não sente as coisas que eu sinto.
Ela me acha patética por trás de tudo. Fraca. E não importa.
Na verdade importa sim porque eu detesto ser patética.
Mas agir como ela acha certo vai me tornar mais patética ainda.
Então não faz muita diferença.
Eu prefiro cortar os pulsos.
E cortar os pulsos.
E cortar os pulsos.
Eu estou apaixonada por essa fixação.
Você não aprovaria. Mas quem é você pra dizer, não é verdade?
Quantas mortes você não me provocou até aqui?
Eu te amo. E às vezes é como se isso me matasse dia sim e dia não.
Você me ama, e isso é ainda pior. O seu amor me desespera.
O seu amor me obriga a andar descalça em brasas com os olhos baixos, com medo de encontrar os seus.
Seu amor me obriga a me matar todos os dias em oferenda.
Seu amor todos os dias me traz de volta.

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