domingo, 15 de fevereiro de 2015

Perecível

Às vezes eu penso que você está me matando também... Dentro de você.
Acabo de fazer contato com a espécie humana novamente. Contato real. Você se tornou humano, sabia? Eu gostava de quando você era alienígena.
Ao que parece você reconhece a nossa morte. Mas não admite. Um casal com o relacionamento desgastado... E o divórcio?
Não aguento mais você. E o resto dos homens nem importa, mas eu finjo que sim.
Fugia de todas as pessoas. Estou parando de fugir.
Tentei acreditar de novo. Tentei, mesmo. As camomilas, aquela coisa toda. "Eu preciso disso."
Você mentiu. E aí deixou bem claro o quanto te incomodava a minha presença ali. Eu só queria te amar. Todas as vezes eu só queria te amar. Todas elas.
Não quero mais. Não amo mais. Não me importa, não quero mais você por perto.
Você se tornou um monstro responsável, careta, racional.
Eu não dou a mínima agora.
Não tem mais por que eu te amar. Eu sempre amei o lado errado de você. E era isso. Eu precisava te amar daquele jeito, como acho que você precisava ser amado naquela época. Não precisa mais. Hoje não faz diferença.
Você é um qualquer que eu conheci. Um vazio perecível no meu peito.
Eu me despeço sempre que me lembro.
Desculpa,
Desculpa,
Desculpa.
A gente não existe mais.

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