sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A rua e a cama

O vento cantou
No gargalo da minha garrafa
Minha mão esquerda doía
De tanto tocar aquela música
Pra você não ouvir
Você tentou falar comigo
E eu não sabia o que dizer
Mas ela insistiu, ela insistiu
E eu me deitei aqui pra morrer

Dizem
Que a depressao te prende na cama
Eu tenho, eu tenho esse sintoma
Dizem que voce chora
Sem razao,
Mas eu sempre encontro uma razao,
Percebe?
E eu tenho outras coisas
Um corpo que treme, enfraquece
Um medo absurdo de gente
Que não me fez nada
Nem pretende
O que é que tá acontecendo comigo?
Eu tô perdida aqui, eu tô perdida

Eu queria não ter te machucado
Eu queria não ter que pensar
Em como minha mãe vai ficar
Quando eu roubar os remédios dela
E me encher de vodca
E nunca mais acordar
Eu queria não ter que abandonar ninguém
Eu queria querer estar aqui

Mas tudo que eu faço
Todas as vezes em que eu acordo
Ou fico de pé
É pensar e pensar
Sobre tudo que tenho feito mal
Sobre o tempo que não para de passar
E quanto tempo vai levar
Até eu surtar de novo
Até eu pedir socorro
Até isso tudo acabar

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