sexta-feira, 12 de julho de 2013

Comer o ar

Gosto de tristeza, sexo e intelecto. Gosto de fumaça gélida.

Ânsia insuportável de ir viver essa obsessão. Essa coisa macabra e doentia que cheira a suicídio.
 
Vontade de fugir e passar uma noite em claro perdida nas ruas.

É a única maneira de sentir que a vida vale a pena.
 
Cigarros até sufocar. Libido insaciável. Frio de doer os ossos e tremer o estômago.

Solidão que esfaqueia os pulmões. Cérebro ininterrupto.

Olhar a rua negra e aguardar a mão quente vinda de trás para apertar o meu pescoço.
 
E saber que ela não virá. E não me mexer mais que o suficiente pra continuar fumando.
 
Sentir qualquer calor humano se esvair de mim, até que eu vire um objeto. Uma coisa tão seca que prestes a virar pó.
 
Ao mais suave toque. Mas eu não serei tocada. E essa dor, essa tristeza desprovida de qualquer líquido, me alimenta. 
 
Comer o ar.

Fingir de morta.

Amar a morte. 

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