terça-feira, 9 de julho de 2013

Dia ruim.

- O que é amor?
- É o que eu tenho por você.
- Não! O que é amor?!
- Eu não...
- Caralho, responde! O QUE É AMOR???
- Eu não sei!
- Como assim não sabe? Não foi você que disse que me amava? 
- Eu não... Não sei explicar.  
Ele abaixa a cabeça junto com o tom de voz. É um daqueles dias. 
- É mentira, não é? Todas as vezes que disse que me amava. Você mentiu esse tempo todo.
- Não...
- Mas quer saber de uma coisa? Eu não te amo também não. É, eu também sei mentir. Eu só queria transar com você. Nunca me importei.
- Para...
- Estou cansada dessas mentiras todas! Tá na hora de falar a verdade, não acha? Cansei!
- Você sabe qual é a verdade, Ta.
- Claro que sei! E você também. Mas a gente insiste em jogar esse joguinho sujo e fingir que realmente gosta um do outro.
Ela abre a gaveta do móvel ao lado da cama.
- Sabe o que eu acho? Acho que o amor não existe! Todos mentiram pra mim. É só isso que todo mundo sabe fazer.
- O que você vai fazer...?
Ele olha pra faca na mão dela, preocupado.
Ela sobe em cima dele na cama e encosta a faca no pescoço dele.
- Vai ser amor se eu te matar agora? Vai ser amor se eu disser que foi pra te livrar de mim? Isso é amor?
- Ta, por favor...
Ele sussurra.
- E se eu resolver cortar outra coisa? Aqui? Seria amor?
Ela leva a faca até a altura da cintura dele.
Ele fecha os olhos.
- Está com medo de mim agora? Vai fugir? Vai fugir pra dentro da sua cabecinha fértil? É isso?
Ela passa a faca pelo rosto dele. Ele começa a chorar.
- Você é louca...
Ele soluça.
- Sou, e você já sabia disso. Por que não foge?
- Porque eu te amo...
- MENTIRA!
Ela levanta num salto da cama e começa a jogar a cabeça contra a parede violentamente.
- Ei!
Por acidente, ela faz um corte na mão e deixa a faca cair no chão.
- Ta... Ei, TA!
Ele levanta e vai correndo em direção a ela e à parede. A essa altura ela já está tonta de tanto bater a cabeça. Desnorteada.
- Para!
- Não!
Ela continua a bater a cabeça com mais força até ser puxada pra longe da parede.
- Me deixa!
- Não. Vem cá.
Ele a abraça com força e a aperta contra o próprio corpo.
- Por quê?
A voz dela agora é fraca, quase chorosa.
- Porque eu não gosto de te ver sofrer. Eu me preocupo. Isso é amor. E eu sei que você me ama também.
Ela crava as unhas nas costas dele.
- E amor é suportar a qualquer dor pra te salvar, Ta. Eu te amo. Eu te amo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário