quarta-feira, 17 de julho de 2013

Encontro

   Assim que ela entra no cômodo, se dirige à janela.
   - Vem, querida.
   - Estou indo.
   - Se importa se eu acender um cigarro?
   - Não. Claro que não.
   - Quer um?
   - Aceito.
   Ela tira um maço e um isqueiro do bolso de trás da calça jeans. 
   - Aqui.
   Ela acende o cigarro da outra.
   - Obrigada.
   - De nada, querida.
   Ela acende o próprio cigarro também. Por um tempo, só se escuta as duas dando suas tragadas.
   - Eu já te falei que gosto de janelas?
   - Não, pequena. Não me disse.
   Ela se debruça na janela. A outra a observa.
   - Elas me dão tanta esperança quanto você.
   - Jura?
   A outra se senta no parapeito da janela, ao lado dela.
   - Ei! Você pode cair daí! Cuidado!
   - Não se preocupe. A vista aqui é bonita.
   Ela deixa o próprio cigarro no cinzeiro ali do lado e se encaixa entre as pernas da outra. Envolve sua cintura.
   - Gosto de você. Gosto do seu jeito.
   Seus lábios se aproximam. Elas compartilham a fumaça em suas respirações. Ela puxa o corpo da outra contra o próprio.
   - Eu também. - a outra sussurra.
   Elas se beijam e esperam o nada acontecer.
   Bom, esse é o gosto.

2 comentários:

Gambit disse...

gostei do barulho da chuva

Alice disse...

Haha, obrigada. Que bom que gostou (:

Postar um comentário