quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Ela

    Talvez agora você possa perceber a conexão entre nós duas. A ânsia pela vida, mesmo que na morte. A vontade de morrer, e a culpa. A doçura. A fragilidade. E a necessidade de ser forte. O cigarro é ela por causa do gosto. E eu sempre fui dessas que gostava de degustar aos montes. E eu já disse muito que amo o sabor que a nicotina proporciona... Mas a maior questão é a solidão. E o experimentar tudo. Até que seja tanto que a sufoque. E a base. A casa. Ele é a casa. Mas ela ainda se sente sozinha sem a emoção do novo.
      E a morte. Porque fugir da própria necessidade seria tudo. Ser livre, finalmente. Ela sempre foi boa. Todos sabem. Menos os pais, que não tiveram chance. Ou talvez soubessem... Talvez eles fossem bons também. Mas a maldade não passava de uma obsessão, um transtorno psicológico que a fazia se entregar a tudo na vida. E ela era feliz assim. Em alguns momentos. Ela diz muito sobre mim. Mas é só uma metáfora, como eu sempre faço. Porque ele é eu também. E os dois não são. As metáforas me embalam para dormir...

Nenhum comentário:

Postar um comentário