sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Eterna morte.

    Talita, meu amor. Ser você me cansa, mas é maravilhoso, sabe? O que me preocupa é a necessidade da presença dele. Claro, a presença dele é fundamental. Você sabe bem que você não seria você se não fosse por ele, não é mesmo? Mesmo que sempre pareça o contrário. Mas o que sempre me faz falta é a nicotina, você sabe... Invejo você que pode tê-la a todo tempo. Onde você consegue tanto cigarro, minha querida? Eu queria um dia estar ao seu lado. Porque você não é só quem eu sou, ou quem eu queria ser. Você é quem eu queria na minha vida. Entre outras personagens que eu modelei como ideais. Eu te admiro tanto, eu te amo tanto... Eu não me importo com sua ânsia suicida, querida. Não me importo com suas veias poluídas porque as minhas também são. E não me importo que você mal chegue perto de um papel, mesmo sendo tanta poesia. Te observar me bastaria. Seu coração negro é aconchegante. Sua fumaça acalenta a alma, meu amor. Estar ao seu lado é poesia. E ele sabe bem disso, não sabe? Eu invejo vocês. Vocês são a perfeição. Ao menos no meu olhar. Você é linda, querida... Ele te diz isso? Te diz isso todo dia? Espero que sim. Talvez eu não controle tanto assim... Você existe há muito tempo, querida. Você nasceu da minha morte. E desde então, você é imortal. Gosto da sua dor. Gosto da nossa dor. De nós 3. Somos três? Talvez sejamos menos. Talvez sejamos mais. Gosto desse todo. Talvez eu não seja capaz de te fechar em tantas páginas. Porque você vive, mesmo que na morte. Você vive por si própria. Vive na degradação. Mas me doi tanto, querida... Como me doi. Me doi que você exista, e me doeria mais se você simplesmente deixasse de existir. É muito incômodo, meu amor... Queria álcool e talvez matar a saudade de nossa querida nicotina, para me acalmar. Talvez só me reste o sangue. Talvez nada funcione mais... Como eu disse, você é imortal. E nossa nicotina também.

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