terça-feira, 20 de maio de 2014

Desgraçado eu to morrendo

Te vejo e meus pulmões se tornam brasas. Você consegue ser pior que os meus cigarros. Você e ela... Como se fossem um. Vocês têm muito em comum. Não é à toa que... Bom. É como se eu morresse. Como se eu morresse toda vez que eu tenho que me livrar de você. É como se eu morresse todo dia. É como se eu morresse sempre eu te vejo. É como se eu morresse sempre que ela existe. O problema é que eu morro só por dentro. Eu não morro por fora, eu não posso. Ah, eu me sinto tão sozinha, querido. Eu queria que vocês morressem por mim. Isso não é justo! Eu não queria ser má. Eu não queria ser assim. Mas o mundo me devora. Vocês me corroem. Você me doi muito, amor. E eu te odeio. Eu te odeio a cada oxigênio que não entra. Eu te odeio em cada lágrima que cai. Eu te odeio em cada sorriso recíproco, e em mais tudo que sai desse lixo que você chama de amizade. Eu te odeio sempre. Eu te odeio toda hora. Eu te odeio dobrando a esquina, eu te odeio quando acordo, eu te odeio até quando como chocolate. Eu te odeio quando chove. E te odeio quando faz sol. Eu só não te odeio quando fumo meu cigarro, mas não quero me matar por sua causa. Não assim. Não quero morrer por ninguém. Quero morrer por mim. Não quero querer morrer. Demônio. Criatura maldita. Carrasco. Sádico estúpido. Morre morre morre morro morre morre. Te odeio te odeio te odeio te odeio te odeio. Você não vê o quanto eu tô sofrendo? Até os mosquitos tão me devorando. Socorro.

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